quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Enrolar desenrolado.

Um dia caminhando acabamos esbarrando sem querer (ou quase) em nosso desencontro, e assustados ficamos sem saber o que fazer... Natural o medo, uma vez que a vida seguia continua, e nada parecia faltar ou se fazer perceber.

Ouve-se uma melodia, uma voz singela levemente desafinada entoa o que seria um cantar... Faz se presente, de uma hora para outra, torna-se presente aos dias que virão. É tudo novo, no velho que já existe, na mesma batida descompassada que faz Tum, Tum, Tum no meu peito e que todos insistem em dizer que é meu coração.

Noite quente, não trouxe chuva, formou-se dia de calor comparado ao do sertão. Areia seca, no asfalto fervente, esquenta um sentimento que desabrocha como que por milagre, no pecado da vaidade, do homem pelo homem.

O que será da flor, sentimento proibido, romance descabido, que nasce errado, embeleza um terreno árido que parecia não ceder mais a vida, ou já ter dado vida a tudo que brotou até então. Dirão que é mágica, o descabido sentimento proibido, surgi como uma grande paixão.

(Enrolar desenrolado – Leonardo Kifer)