sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O menino voador...



Era uma vez um menino que descobriu que podia voar, no inicio ele se atrapalhou todo com a novidade, mas pouco tempo depois ele dominava os céus com seus vôos cada vez mais altos.
Depois de algum tempo o menino decidiu compartilhar com outras pessoas a sensação maravilhosa que era estar nos céus livre como um pássaro, e dia após dia ele levava consigo algum curioso que queria voar... Um certo dia em um desses vôos que ele fazia carregando alguém, ele conheceu uma pessoa diferente, que além de voar queria conhecer quem era o tal menino, e que ele fazia quando não estava voando...
O menino a principio assustado foi aos poucos cedendo as curiosidades daquela menina curiosa... E com o passar dos dias ela foi conhecendo melhor o menino, que se encantava com o jeito dela que perecia não se importar com o mundo lá fora, vivia apenas a desvendar suas muitas curiosidades...
E quando menos esperava o menino voador estava apaixonado pela menina curiosa, e seus dias pareceram ganhar um novo sentido, ele já não voava mais para ninguém, apenas para aquela que conquistará seu coração.
Só que um dia a menina simplesmente não apareceu para voar, o menino com medo de que algo tivesse acontecido procurou saber o que acontecera, e voou até a casa dela, que estava sentada no portão, e respondeu apenas que não tinha ido porque estava com preguiça. Mas o menino sabia que não preguiça, mesmo assim ele voltou para casa e na manhã seguinte foi até o parque que sempre encontrava sua amada, mas ela novamente não foi...
Os dias passavam e ela não aparecia, mas ele ainda sim continuava a ir todos os dias no local marcado e esperava até o final do dia na esperança de que ela pudesse aparecer, mas em vão...
Depois de algumas semanas ele parou de ir ao parque, deixou de voar com outras pessoas, e voltou a ser o menino que era antes de saber que podia voar... E um dia caminhando ele encontrou a menina curiosa, ela veio até ele e lhe deu um forte abraço, disse que voltará ao parque um tempo depois e não o encontrou mais, e ele a explicou que parou de levar as pessoas para voar. A menina começou a falar de seus sentimentos e confessou ser apaixonada pelo menino voador, mas ele apenas beijou sua testa e não falou nada...
Nesta hora veio voando uma bela menina que deu a mão ao menino voador e levou consigo...
A menina curiosa ficou ali, parada, olhando o seu amor partir, sem que ela pudesse fazer nada... Foi então que ela entendeu que sentimentos não são mais que simples curiosidades, e que não podemos deixar ninguém esperando a gente se entregar ao mundo incerto que é a paixão.
(O menino voador - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fim de dezembro...


E aos poucos o natal vai despedindo e com ele levando os poucos dias que restam de um ano que significou muito para mim, um ano de mudanças, descobertas e muitas, muitas incertezas.
Eu costumo dizer que é quando recolhemos as sobras da ceia que paramos para pensar no que vivemos ao longo de quase um ano, fazemos breves retrospectivas do que passamos, e um rascunho do que iremos tentar corrigir para o próximo ano...
Feliz Natal à todos...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Rio de lágrimas...


Pra onde vão as lágrimas quando o choro não vem e dá lugar um menino feliz que esconde toda tristeza de um homem?

Não sei pra onde vão minhas lágrimas,

Talvez eu já nem saiba mais chorar.

O sorriso tornou-se obrigatório,

Tiraram-me o direito de triste ficar.
E assim começaram a traçar por mim um caminho que era só meu,

Dizendo pra onde ir,

O que fazer,

E quem ser...


Minha liberdade?

Ela partiu sozinha,

“Talvez estivesse com medo”,

Pois sabia que comigo não podia mais estar.
Mas cansei,

Quero minha vida de volta,

Quero sorrir de verdade,

Chorar por vaidade,

Só pra lágrimas poder derramar...

Quero minha liberdade,

Minhas próprias escolhas,

Errar, e errar...

E quem sabe às vezes também poder acertar.

“Deixem-me ser eu”,

Deixem-me descobrir pra onde foram minhas “lágrimas oprimidas”,

Dei-me o direito a escolha,

E me deixem chorar.


(Rio de lágrimas – Leonardo Kifer)

domingo, 16 de novembro de 2008

Separação...


Realmente o Brasil é um país com uma economia solida e segura, as pessoas não estão nem ai com a crise mundial, todos as emissoras brasileiras esqueceram os problemas das principais bolsas de valores do mundo para poder noticiar a separação da atriz Suzana Vieira, que aos 63 anos de idade foi traída pelo marido bem mais novo. Espera aí, o cara vivia as custas dela, não mexia na carteira para nada que não fosse guardar a mesada que ela dava pra ele. Porque as pessoas estão tão abaladas com isso? Ele era um safado mesmo...Enfim... A economia japonesa entrou em recessão e blá blá blá, blá blá blá....

sábado, 15 de novembro de 2008

Sem música...

Queria escrever uma música e colocar nela todas as minhas angústias, Rabiscar em cada linha sentimentos que teimam em vingar...Queria escrever o mundo,Onde eu pudesse caminhar,Falar palavras da alma,Desenhar coisas do coração,Queria ser livre, talvez até poder voar...Queria um dia de sol num inverno que pode esfriar,E um vento gostoso, soprando a brisa do mar...Meu coração que agora chora,Confundi dores,Troca sentimento,Causa desamores,Eu que sou amado por quem não quero,Amo quem não me quer,Me vejo sofrendo pra não magoar ninguém,sofro porque não tenho ninguém...Agora que só estou,Clamo por ti...Como escrever uma música, se não posso viver a letra de um grande amor?(De um autor q espera cantar...)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sem tempo...


Às vezes me pego pensando no passado,
E sem querer começo a chorar,
Mas o motivo é saudade,
Saudades de momentos felizes que vivi,
E por algum motivo que não sei, só agora percebi q fui feliz...
Voltando pro hoje,
Percebo que muitas coisas mudaram,
Pessoas nas quais eu julgava conhecer,
Hoje são apenas meras desconhecidas pra mim...
Eu mudei,
Amadureci, deixei minhas utopias de lado,
E fui apresentado à vida.
E agora aprendo a viver trechos de uma opera,
Onde o fantasma chama-se realidade.
E meus sonhos não deixaram de existir,
Ainda os tenho todas as noites,
Somente os guardo pra mim.
(sem tempo - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

É... 4 anos e pouco mudou...


Eu podia dizer que estou fazendo um livro, o livro da minha vida...Mas eu estaria mentindo...Como posso escrever sobre alguém q n se conhece?Como posso escrever sobre mim, se me desconheço em atitudes?Seria complicado preencher páginas descrevendo-me, pois antes eu iria precisar ler várias histórias, para me achar...Sou um doido varrido, que tem sofrido calado, um palhaço que chora após o espetáculo, sentindo-se sozinho, um poeta que sempre sabe falar d amor, mas nunca consegue viver o seu próprio...Não... não me acho em livros, tão pouco conseguiria me auto biografar.
Como descrever uma loucura de sentimentos, uma confusão de almas em palavras q qualquer um possa entender?Vou deixar estas linhas em branco, na esperança que um dia eu possa escrever...Agora vou dormi desconhecido, na esperança de acordar e ser alguém, alguém que se conheça, e não um desmemoriado de si...
(Parágrafo nº1, de um autor q ainda não sabe contar histórias...Léo Kifer)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Poemas de menino...


Então mais uma vez o destino me pregou uma peça,
Me fez o encanto parecer amor,
E chorando deixo o encanto,
É com lágrimas que tenho a certeza que é amor.
(Poema de menino - Leonardo Kifer)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A volta pra casa...


Era pra ser um dia calmo, acordar um pouco um pouco depois do despertador, resolver com calma o que tivesse que ser feito pela manhã e ir ao compromisso da tarde. Até aí tudo bem, o problema foi a volta para casa, resolvi junto a um amigo me aventurar voltar de trem.
Estação praça da bandeira, a idéia era seguir até a central do Brasil, se manter dentro do mesmo trem sentado aguardando a parada na estação próxima da minha casa, só que a primeira surpresa foi o fato de que o trem em que estávamos não iria seguir para a zona oeste, precisei levantar e aguardar as portas do vagão serem abertas, meu amigo me pediu para ficar do lado oposto as portas e eu obedeci sem saber o porque do distanciamento, as portas se abriram e logo pude ver o motivo pra permanecer tão longe da porta de saída, uma enorme correria, centenas de pessoas correndo para conseguir um lugar para sentar-se, as mães jogavam seus filhos pro alto na tentativa de poder se movimentar melhor, os mais idosos lançavam suas dentaduras e bengalas, assim como os “cornos” arrancavam seus chifres e jogavam na tentativa quase infeliz de conseguir reservar um acento. As vagas reservadas aos idosos e deficientes eram ocupadas por gente saudável fisicamente, mais que quando questionadas o por quê de estarem ali inventavam na hora deficiências das mais extraordinárias, até gente dizendo que não tinha coração estava sentado nos acentos prioritários.
Depois de duas baldeações em trens parados e seguimos o nosso destino (com uma baldeação certa na estação de Deodoro), a viagem se assemelhava muito com as viagens aeres que costumam ter servido de bordo, com o diferencial de estarmos em terra e precisarmos pagar pelos itens escolhidos, e opções eram o que não faltava, de chocolate caseiro à venda ilegal de órgãos. Consegui me controlar e não consumir nenhuma destas tentações ilegais servidas no trem.
Depois de quase duas horas de esperas e baldeações conseguir chegar em casa, ileso a qualquer alteração... Qualquer dia irei tentar voltar pra casa de charrete...
(A volta pra casa - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Problemas com a internet...



Algumas vezes na vida desejamos ser surdos a ter que ouvir certas coisas, o problema que daqui à pouco acabarei realmente ficando surdo, pois não agüento mais escutar “abobrinhas” das atendentes da Claro.
É bem certo que as pobres telefonistas não tem nada haver com os problemas das empresas em que trabalho, mas ainda mais certo é que no momento de raiva isso pouco importa, e temos sim o direito de descontar nelas, porque ninguém mando ela trabalhar justamente como atendente de uma empresa que só nos aborrece.
Cansado de fazer reclamações por telefone e escutar coisas do tipo “Aguarde um minuto senhor” fui reclamar diretamente na loja da Claro, cheguei lá e expliquei todo o meu transtorno por não ter sinal de internet e não estar conseguindo conectar-me, mas parece que os atendentes das lojas são ainda piores que os do telefone, e tive que ouvir a seguinte resposta: “Mais aqui dentro tem sinal senhor”. Não pensei duas vezes, perguntei: “Tu esta vendo minha cama aqui dentro da loja?”, o rapaz percebeu imediatamente que eu estava nervoso e começou a preencher um relatório (Que demorou quase 1hora) pedindo um reparo imediato no meu modem 3G. Nada adiantou, continuo sem conexão.
Amanhãs irei ligar novamente, e quando a telefonista perguntar como pode me ajudar irei ser “curto e grosso” e direi: “Me arruma um outro saco, porque os meus estão cheios!”
(Problemas com a internet - Leonardo Kifer)

domingo, 9 de novembro de 2008

As Feias...



As feias... Em geral andam sempre ao lado de alguma outra feia (Que quase sempre é menos provida de beleza, só para que ela possa se sentir bonita).
Elas costumam freqüentar pagodes às quintas-feiras, as sextas baile funk, no sábado um forró e domingo procuram sempre uma festinha de igreja para ver se consegue arrumar um namorado. Mas não se engane, dê mole para uma feia e levará um “toco”, porque elas preferem dar um “fora” em um menino a perder a chance de se sentir linda e ter a e esnobar alguém uma vez na vida, só para depois poder tirar onda com suas também amigas feias.
Dizem que o ego de uma feia é ainda maior que o da Luana Piovani. Mais o certo é: Dê uma roupa nova a uma mulher feia e a chance de escolher ao invés de ser escolhida e descobrirá o monstro que existe dentro dela. Prova disto são as participantes do programa “Melhor do Brasil” exibido todas as tardes de sábado na Record e apresentado pelo Rodrigo Faro, no programa existe um quadro chamado o "namoro na TV", e nele as participantes que estão a procura de namorado podem escolher seus pretendentes. Mas a resposta que mais se ouve é: “Não”. É isso mesmo, elas esnobam e ainda debocham dos participantes, como se elas fossem princesas de contos de fadas a espera de um lindo príncipe em um cavalo branco que as levarão para um enorme castelo em um reino encantado.
Espera aí, elas não sabem que na verdades são sapas encantadas por escovas e roupas da produção do programa e que no outro dia voltaram ficar feias? Ainda mais agora que com a lei seca ninguém mais fica como uma feia por engano, somente os corajosos se arriscam as investidas das feias, e aqueles que se aventuram a tal coisa ainda corre o risco tê-la o tempo inteiro no seu pé, como um chiclete grudado em nossos sapatos, só para não deixar passar a oportunidade de estar com alguém.
Enfim... Cuidado quando resolver chamar uma feia pra sair, pois ninguém nunca sabe o que de pior ainda estar por vir.
As Feias - Leonardo Kifer.

sábado, 8 de novembro de 2008

Meu vizinho "Faz Bem"!!!!!!?????



Vizinhos. Acho que todo mundo tem algo pra falar dos seus, de elogios a reclamações (Normalmente ficam as reclamações), mais tenho bons vizinhos, que de tão bons se tornaram até amigos...
Aqui na minha rua tem uma variedade muito grande de "tipos" de vizinhos. Da fofoqueira da rua ao “namorado” da Bruna Lombardi, e é justamente este em particular que irei falar, o “Faz bem”.
O “Faz bem” é o meu vizinho de muro e também o vizinho da frente, uma vez que ele tem uma imóvel em frente a minha casa e é ali que ela passa grande parte de seu dia. Ele se chama Hilton, o “Seu Hilton”, e é conhecido por todos como “Faz Bem”, se ele realmente faz algum bem a alguém eu juro não saber, pois o conheço deste de gurizinho, e a única coisa que ouço sobre ele são reclamações, jamais ouvir dizer algo benéfico que ele tenha feito ao longo de sua vida. Talvez este apelido seja o alter ego dele desejando ser algum tipo de super-herói, mais o certo é que as únicas pessoas que poderiam ter motivo para serem gratas a ele são as cachaceiras que param e recebem cachaças de graça e também as mulheres que fingem que estão dando mole pra ele, só para se beneficiar de algum jeito, seja recebendo dinheiro ou a cachaça (Que é a que tem mais saída).
Mais é preciso aceitar que ele é uma figura que vai ser sempre lembrada na história deste bairro, terá alguém sempre dizendo assim: “Aqui morou o namorado da Bruna Lombardi”. Pois ele passou e continua passando os dias de sua vida cantarolando músicas como “A vida nunca foi tão boa, tão boa quanto é a nossa, cheio de saúde, cheio de dinheiro porque é o que as mulheres mais gostam...” e emenda dizendo “Eu sou feliz porque namoro a Bruna Lombardi”. Se ele namora a Bruna Lombardi acho que ela nunca soube deste tal namoro, e certamente desconhece o tal namorado de 80 anos que ela tem aqui no Rio de Janeiro.
O nosso garanhão da terceira idade é um exímio galanteador, pois dá em cima de todas as mulheres que passa na rua. Não é difícil presenciar um ataque desta “velha águia”, basta aguardar passar um rabo de saia (Das mais lindas as mais feias, e neste caso são as feias o seu alvo principal) para poder assistir esta cena. O fato é que ele depois de ficar viúvo já aprontou várias peripécias e hoje em dia namora uma senhora da rua de cima, que morre de ciúmes deste senhor, carinhosamente chamado por algumas pessoas que conheço de “Velho babão monstruoso”, acho que elas não compreende que até os mais feios também tem seu charme.
Ele é o dono da Brasília marrom cocô (Já citada em um texto aqui mesmo do blogger), que atormenta a vizinhança com o barulho que o motor faz.
Enfim... Vizinhos..."Faz bem"!!!!!????
(Meu vizinho “Faz bem”!? - Leonardo Kifer)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Rodízio...


Hoje fui a um rodízio de pizza para comemorar o aniversário de uma amiga, sai de lá bem assustado com o que vi, não sabia ao certo se estava em um conglomerado de salões de festas, porque a quantidade de parabéns pra você cantada naquele local e a gritaria lá dentro me fazia pensar nesta possibilidade. Fotos para todos os lados, flashes disparados por todas as direções, fazendo com que a gente mastigasse a fatia de pizza sorrindo, para assim não correr o risco de sair mal em uma foto ou outra. Um tal de junta aqui, junta ali não te permitia se manter em um local certo, era quase que uma constante dança das cadeiras, que se acionava quando alguém gritava de longe: “Junta aê!”.
Se não bastasse o transtorno de estar em um ambiente tão barulhento (sim porque as pizzarias tem se tornado quase que uma boate com rodízios, falta apenas uma música muito alta com um DJ tocando ao fundo, muita fumaça e um jogo de luz) as pizzas não ajudavam muito, quando não vinha um único sabor, vinha pizzas frias, aquelas que foram rejeitadas por todos e que o garçom acha que vai finalmente despachá-la te servindo e fazendo tu pensar que acabou de ser feita. Isso sem contar as invenções de sabores, hot dog e hambúrguer com cheddar... Espera aí não era um rodízio de pizza? Porque então estão servindo os lanches das barraquinhas de ruas em pizzarias? Enfim...
Saí de lá com uma ligeira sensação que na próxima vez que for convidado para uma comemoração em uma pizzaria eu irei dizer que estou de dieta, e ligarei pedindo uma pizza. Rodízios nunca mais!!!!
(O Rodízio - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A empada...



Acordei com uma vontade louca de comer a empadinha que minha mãe trouxe para mim da festa ontem na casa da vizinha. Levantei e fui direto para cozinha, abri a geladeira e lá estava ela, deliciosamente fria e murcha, inteirinha na primeira prateleira da geladeira... Peguei aquela iguaria e antes que pudesse dar a primeira mordida e a admirei, como se estivesse apreciando a última empada de camarão do mundo, mais neste momento escuto adentrar a minha casa uma indesejável visita, sim, Cida, a amiga da minha mãe que devora tudo que vê pela frente... Sem pensar duas vezes devolvi a empada para seu refúgio gelado e fechei rapidamente a geladeira, e fiquei por ali, caso fosse necessário impedir que alguém pudesse atacar a integridade física daquela inocente e suculenta empada.
Mas o destino vez ou outra parece conspirar contra minha pessoa, pois para meu azar a amiga da minha mãe foi sentar-se a mesa da cozinha, e resolveu “filar” o café da manhã, atitude esta que fez com que eu redobrasse minha vigilância e também me colocou na situação de ter que servir a Cida para que ela não levantasse Dalí para nada ou mesmo minha mãe servi-la querendo agradá-la e claro me desagradar, mesmo que sem intenção.
Fiquei por ali quase que toda a manhã, por que para meu completo desespero minha mãe acabou convidando sua amiga para ficar para o almoço, uma vez que a mesma não se levantava da mesa para nada, e logo o almoço já seria servido. Foi ali que tracei um novo plano, minha meta agora era fazer com que a Cida fosse sentar na sala enquanto esperaria pelo almoço, mais precisei logo abandonar esta estratégia, por que não tive sucesso em nenhuma das alternativas tentadas, ela não se levantou disse que ia aproveitar que já estava ali e iria ficar.
A hora do almoço já esta próxima e eu precisava comer minha empada antes que meu pai chegasse para almoçar, porque ele não iria resistir aquela gostosura dentro da geladeira....
Decidi então falar da empada com minha mãe para ver se a Cida iria se manifestar e se eu teria que cometer a insanidade de dividi-la com ela... Mas para meu mais cruel devaneio assim que comentei com minha mãe que iria comer a empada a tal Cida gritou (Isso mesmo, GRITOU) dizendo que queria um pedacinho, e uma segunda voz vinda do corredor emendou dizendo “Também quero!” era minha prima Thuanny, uma máquina de comer, me arrisco aqui a dizer que ela não tem estômago e sim um triturador de pia, destes que os americanos tem em suas casas.
Agora além da Cida eu tinha a Thuanny e lutava contra o tempo para que meu pai não comesse a empada assim que chegasse para o almoço.
Foi quando tomei a decisão de comer em uma única bocada a empada, na frente de todos mesmo, sem me importar com educação oferecendo as visitas um pedacinho, afinal empada é igual a biscoito goiabinha, não se divide!
Peguei a empada na geladeira e quando fui enfiá-la na boca eis que me desequilibro e a deixo cair, mesmo escutando todos dizer, “Bem feito, quem mandou se olho grande”, eu estava disposto a comer os pedaços cair no chão, mais foi quando a grande desgraça se deu, Morfeu entrou correndo e começou a comer a minha tão desejada empada de camarão deliciosamente murcha e fria. O Gato não se importou com a Cida, com a Thuanny, e nem olhou as horas pra ver se meu pai estava chegando, comeu tudo, e nem se deu o trabalho de olhar para mim, como se pudesse oferecer-me um pedaço.
(A Empada - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Figurante...



Ainda era manhã quando sai de casa para cumprir a minha agenda profissional, eu estava sem carro, logo precisaria me locomover a pé e usar conduções públicas então resolvi usar roupas que pudessem esconder minha identidade, e usei o recurso do óculos escuro... Mãos no bolso, ou melhor, mão no bolso e lá fui eu pelas ruas do Leblon... Sai pela entrada de serviço do prédio, assim evitei possíveis paparazzi logo na saída de casa... Passos rápidos, cabeça baixa, logo já estava na Ataulfo de Paiva, e estava conseguindo sair ileso a qualquer flash destes fotógrafos que só querem que a gente tropece para registrar e estampar depois nossas fotos nas capas dos principais veículos de imprensa que vive de noticiar a vida dos famosos...
O dia estava as mil e uma maravilhas quando resolvi ir almoçar, evitei sentar em um desses restaurantes da Dias Ferreira e optei pelo MC Donald que é menos visado por estes sangue sugas de plantão... Após o almoço fui encontrar alguns amigos, me limitei a certas brincadeiras e me contive nos contatos físicos, com medo de que surja assim um novo “affair”, como é de costume destes jornalistas/fofoqueiros transformar amizades em romances...
Com o horário apertado me despedi dos amigos e fui comprar algumas roupas, pois estamos sempre na mira de consultores de moda que querem aparecer criticando o modo de como nos vestimos, aproveitei o dia e o disfarce para comprar algumas novas peças para meu guarda-roupas, sem que isso vire uma notinha de jornal ou coisa assim....
Terminada as compras fui tomar um suco e aproveitar essa vida como um simples mortal, uma vez que não consigo desfrutar destes simples prazeres com muita freqüência...
Passadinha em casa rápida para deixar as sacolas e apanhar a bicicleta para uma boa e merecida pedalada na orla... Que foi um sucesso total, uma vez que ninguém me reconheceu, nenhum fã me parando pra pedir fotos e autógrafos, uma paz total, um Rio de Janeiro perfeito como há tempos eu não via...
A noite já tinha caído quando voltei despercebido para casa. Já cansado deste anonimato resolvi descer e dar um pulinho em um restaurante da Dias Ferreira, e permitir que os flashes me alcance um pouco.
Escolhi a mesa da frente, aquela que dá pra rua, justamente para ser visto. De repente um enorme alvoroço, muitos fotógrafos, flashes e mais flashes, eu me posicionei na tentativa de sair melhor na foto e quando vejo é a Luana Pirovani quem esta entrando, ninguém me notou, nenhum fotógrafo registrou minha noite naquele badalado restaurante, era como se eu fosse um mero mortal, ninguém parecia dar significância a minha participação como elenco de apoio na novela das oito, quatro capítulos com fala e tudo, e ninguém se importou... Voltei pra casa abatido e completamente magoado com esta parte da imprensa que não dá o devido valor aos profissionais.
O Figurante - Leonardo Kifer

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Consumismo...



Hoje eu descobri que vou ser rico, então não perdi tempo, tratei logo de pegar papel e caneta e comecei a anotar os itens de prioridade, também aproveitei para fazer a lista dos futuros empregados e desde já destinar cargos específicos para cada um, assim como o salário já pensado antes mesmo da contratação. Feito isso escolhi um enorme terreno para assim poder construir uma belíssima propriedade, uma vez que a planta da mesma havia sido desenhada antes mesmo de saber que serei rico.
Depois de estudar alguns projetos paisagísticos que vi na internet optei por mesclar o trabalho de alguns, assim é possível ter uma variedade grande de espécies nos jardins de minha futura casa, residência essa que já posso comemorar até uma pequena economia, uma vez que depois de muitas pesquisas pude resolver em aproveitar partes do terreno que dá para um morro, assim economizarei tempo e dinheiro deixando de contratar uma empresa para deixar o terreno plano. Acho que consegui diminuir os custos totais da obra da casa para pouco mais de 1 milhão e meio de reais.
Deixando os projetos de moradia de lado, eu já planejei as viagens para o próximo ano, pensei em começar pela Europa, ficando por 6 meses (tempo que julguei necessário para conhecer mais a fundo os lugares por onde passarei), depois América do Norte (Passando rápido pelos Estados Unidos e aproveitando mais o tempo no Canadá) e depois visitar a Austrália e a Nova Zelândia, deixo para conhecer a Ásia no próximo ano, até mesmo para não gastar muito dinheiro.
Fico pensando em estar deixando algo fora da minha lista... Não sei o que é... Anotei a Ferrari, o Iate em frente nossa mansão em Angra... Algo me diz que esqueci de anotar alguma outra prioridade... Até os convidados para a inauguração da minha boate eu já foram selecionados... Hummmmmm... Não sei o que faltou. Enfim... Bem vou voltar ao trabalho porque a hora do almoço acabou...
(O consumista - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Dieta...



De verdade, eu juro que amanhã começo minha dieta, afinal de contas nada melhor do que uma segunda-feira para se começar uma dieta... Tudo bem, eu sei que toda segunda eu estou iniciando uma dieta, mais desta vez será sério... Ta bom, eu sei que das outras vezes também era sério, mais desta não passa.
É assim que vou lutando arduamente com meu peso, uma dieta ali, um hambúrguer aqui, uma coca-cola acolá e assim os quilinhos indesejáveis vão dando espaço a novos quilinhos indesejáveis, montando assim uma comunidade de gorduras que eu não precisava ter... O pior não é a barriguinha, essa eu lido bem com ela, umas corridinhas pelo bairro logo da conta da famosa “pochete” que carregamos debaixo da blusa, o grande inimigo são é a maldita gordura localizada, que se localiza quase no corpo toda e vem pra ficar, é como visita de sogra que chega para passar uns dias e anos depois e você que sai de casa, já no caso da gordura localizada ela é sua e não te abandona jamais.
Em alguns casos podemos dizer que algumas pessoas tem dois quadris, uma vez que o lugar predileto das tais gorduras localizadas é na cintura, transformando o que antes era um violão em um piano de calda longo, com raras exceções para os pianos verticais, que são aquelas gordinhas sem bunda.
O fato é que eu darei fim a minha preguiça e começarei de uma vez por todas a minha tão esperada dieta, antes que eu apresente algum tipo de talk show e fique espalhando beijos do gordo nas madrugadas à fora. É amanhã, segunda-feira, sem falta.
A Dieta - Leonardo Kifer

domingo, 2 de novembro de 2008

Novamente temos as manhãs de domingo...



Acho que nem lembrava quando foi a última vez que torci tanto em uma corrida de fórmula, talvez tenha sido no dia em que a torcida pela vitória se transformou na torcida pela vida de Senna que infelizmente não conseguiu resistir a uma batida a mais 300 km/h na curva Tamburello no autódromo de Imola.
Desde as manhãs de domingo perderam a importância que tinha, não tinha mais motivos para acordar cedo e liga a TV para assistir as corridas, não tínhamos mais o nosso herói, a fórmula 1 deixava de ser verde amarela e começa a ganhar as cores de outras bandeiras que não era a nossa. Tempos depois o Brasil ensaia novamente as alegrias de ter a nossa bandeira hasteada ao sono do hino nacional, mais tudo isso em vão, deixamos de ser patriotas para torcer pelo alemão Michael Schumacher porque torcer para o Rubinho Barrichello de nada adiantava, pois era certo que ele teria problemas com o motor de seu carro ou qualquer outra coisa que o impedia de finalizar a corrida, estávamos sem um representante, sem ninguém que pudesse mostrar ao mundo que somos campeões...
Hoje na final do campeonato mundial de fórmula 1 um brasileiro novamente mostrou ao mundo que o Brasil é sim um país de campeões não só no futebol, mas também no automobilismo. É bem certo que o Felipe Massa já corria quando o Barrichello enguiçava seu carro (É preciso lembrar que foi o próprio Felipe quem sucedeu o posto que o Barrichello ocupava na Ferrari, assim como interessante frisar que o Felipe começou a temporada como segundo piloto), mas Massa certamente soube aproveitar muito melhor as oportunidades que teve na escuderia Italiana.
Infelizmente hoje não ganhamos o título mundial, por um único ponto, mesmo tendo ganhado a corrida. O título foi perdido faltando apenas duas curvas para linha de chegada (Hamilton ultrapassou o 5º colocado, posição mínima que precisava para vencer). Muitos campeonatos virão, agora o mundo sabe que existe um brasileiro disputando o prêmio, e nós brasileiros sabemos que temos nossas manhãs de domingo de novo, com emoção, alegria o som do nosso hino junto a bandeira brasileira.
Um novo Ayrton Senna jamais, mas agora temos Felipe Massa que também é do Brasil...
Fórmula 1 - Leonardo Kifer.

sábado, 1 de novembro de 2008

A fofoqueira...



Quer saber quando tu vira a vítima da tua vizinha fofoqueira? Basta passar por ela e ela te virar a cara. Essa tarde eu descobri que virei um dos muitos alvos da fofoqueira da rua, pois ela me ignorou ao passar por mim...
Tudo bem que se tornar o assunto para a tal senhora não é tão difícil assim, pois ela é capaz de colocar até cabelo em ovos...
Até hoje a única pessoa que ainda não sofreu com os fuxicos maldosos da repórter de vizinhos foi a sua filha, que conseguiu sair ilesa da língua afiada da mãe, que não perde um único buxixo, e é capaz de saber com antecedência sobre episódios que acontecem em outras cidades, pois suas fontes a mantém informada hora à hora. Me arrisco a dizer que ela dorme em pé e de olhos abertos no portão da sua casa. Enfim...
O que se sabe que ela cativa hábitos diários, como passear com os cachorros de duas em duas horas, para poder saber o que se passa na rua de cima, uma vez que ela não tem visibilidade de sua casa...
Ainda espero ansioso pelo dia em que ela fará o almoço no portão de sua casa, para lhe poupar esforços de ficar o tempo inteiro correndo de lá para cá...
Bem, vou ficar atento as novidades recentes sobre minha pessoa, porque é bem certo que terei novas coisas para contar de mim em breve...


(A fofoqueira - Leonardo Kifer)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O menino...



O menino
E todas suas confusões.
Procura o caminho,
Mas sozinho,
Não tem direção
Homem, e todas suas preocupações
Amores e espinhos
Um caminho, a mesma direção
Homem e menino
Um só
Duas faces, uma vida
Um leque de caminhos
E ele, só
Idade de menino,
Um corpo imaculado
Caminha o homem,
Sem espinhos
O menino
Só...
(Menino, Homem, só... - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Poema bobo pra um amor mais bobo ainda...



Eu queria um beijo,
Mais com vergonha não pedi,
Não ganhei,
Não roupei.
Voltei pra casa na chuva,
Sem beijo.
Sem ninguém.
Eu parecendo um menino apaixonado,
Escrevendo cartinhas,
Ficando vermelho por um beijo que não ganhei.
(Poema bobo pra um amor mais bobo ainda - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Antes que eu falasse de ti...



E antes que eu falasse de ti para qualquer um,
Tu se apresentou-se,
Disse o que queria,
Explicou o que fazia,
E se despediu antes que se quer eu pudesse falar.
Foi tudo tão rápido,
Que teu rosto nem ficou em minha lembrança,
Tua voz era confusa,
Porque de tantas coisas ditas,
Pouco eu pude escutar.
E eu que só tinha teu cheiro,
Jamais pensei que um dia fosse te reencontrar,
Logo tu que pra mim não tinha face, não tinha voz.
Mais o destino arteiro,
Trouxe com o vento teu perfume
Ao encontro de minhas lembranças,
E antes que eu fosse até ti,
Tu viestes até mim,
E juntou teu rosto ao meu,
E falou baixinho ao meu ouvido que nunca mais iria me deixar.
E antes que eu falasse de ti para qualquer um,
Tu me beijou.
E disse que pra sempre eu era teu.
(Antes - Leonardo Kifer)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Contradição...


Nem sempre é bom dizer ao mundo que jamais voltará a amar uma outra vez,
Pois quando a gente menos espera, podemos começar a nos contradizer.
Ontem eu tinha a certeza de que ninguém me faria suspirar novamente,
E hoje apareceu você.
(contradição - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Noite no rio...



Um tiro na noite,
Abafa o sorriso de uma nova manhã.
Dormir pensando em como será o amanhã,
Acordar e descobrir que não acontece.
Perceber que a violência é o único passado que se torna presente,
E que é o motivo de preocupação do futuro.
Que teme a tirania do homem, e que tem medo do escuro...
E o futuro parece ficar no presente.
Pra uns que não temem o espaço do crepúsculo
E outros que simplesmente andam em cima do muro.
Alguns sentirão o frio da eterna madrugada,
Fugindo da música que embala à noite,
E descansando no silêncio que não existia nas guerrilhas...
Da paz, nem a pomba,
Do tiro? Uma continuação.
Que assusta o sol que espera o fim da noite para nascer.
(Noite no Rio - Leonardo Kifer)

domingo, 26 de outubro de 2008

Tragédia no circo...



Apaguem as luzes,
Porque hoje não é dia de espetáculo,
Gritou o palhaço de longe.
E todos da platéia gargalharam de cair no chão.
Mas é bem verdade que o palhaço falava sério,
Era pra todos deixar a arquibancada,
Porque o picadeiro iria continuar vazio,
No circo não teriam atrações.
Só que como ninguém acreditavam no palhaço,
Ninguém deixou seu lugar,
E o que seria o fim,
O inicio tratou-se de se transformar.
O palhaço não fez palhaçadas,
Só tentava explicar o por que do circo esta noite não funcionar,
A platéia sem levar a sério,
Não poderia acreditar,
Que aquilo não fazia parte do show.
Todos riram com a noticia da morte da mulher barbada,
Ainda mais por saberem que se cortou com um barbeador,
E o que antes não era espetáculo,
Sucesso se tornou,
E muito aplaudido o palhaço serio foi.

(Tragédia no circo - Leonardo Kifer)

sábado, 25 de outubro de 2008

Cadê você?


Essa noite eu briguei com a lua,
Joguei pedra pra derrubar algumas estrelas,
Reclamei da minha própria sorte.
Não sentir sequer o frescor da brisa.
Vaguei sozinho por uma rua sem fim.
A procurar você,
Perdido no mundo,
Sentindo frio.
Essa noite eu tirei pra te encontrar,
E esperar ao teu lado o sol nascer,
E junto a ti dormir,
Longe das estrelas e da lua que por ti deixei.
(Cadê você - Leonardo Kifer).

Chega de esperar pelo amor...

Esta definitivamente decidido que de hoje em diante
Não buscarei mais o amor.
Deixe que ele venha sozinho,
Que me siga pelas ruas que eu andar,
E se tiver vontade me grite,
E peça para eu o esperar.

Chega de implorar migalhas,
E farelos de amor,
A quem não sabe dividir um pão.
Chega de tardes de tristezas,
Em casa sozinho,
Derramando lágrimas no chão.

É hora de seguir em frente,
E me achar em todas as direções,
Entender que na vida,
Nem tudo é feito de belas canções.

Vou me brincar com o vento,
Como um eterno menino que esqueceu de crescer,
E quem sabe um dia,
Antes que eu perceba,
O amor aconteça.

Feito uma chuva de verão.
Pipa no alto,
Céu azul,
E eu sempre caminhando,
Sem me preocupar com as migalhas jogadas no chão.


(Chega de buscar alguém - Leonardo Kifer)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ser filho...


Ser filho.


Quem foi que disse que ser filho é fácil estava completamente abandonado em um orfanato e sem expectativa alguma de ser adotado. Acho que ser filho é uma tarefa que só os mais persistentes conseguem exercer sem a ajuda de um bom psicanálise.Entre todas as desventuras que já vivi, nenhuma se compara ao dia que sai de casa para morar sozinho, enquanto todas as pessoas ao meu redor estavam mega satisfeitas porque eu estava dando um novo passo em minha vida, meus pais eram complemente contra a minha decisão. Meu pai dizia que eu iria virar um drogado, e logo estaria anêmico e seria um alcoólatra. Minha mãe por sua vez dizia que eu iria abandoná-la, que não a amava e por isso estava deixando minha casa. Após notificá-los de minha decisão só fui realmente deixar a casa de meus pais um mês depois, quase que fugido e sem ouvir sequer um “vá com Deus” da parte dos dois. No decorrer de minha mudança todas as ligações que eu fazia para os dois eram quase que um interrogatório policial, onde as primeiras perguntas sempre eram: “Você esta usando drogas? Tem feito festa com amigos drogados? Algum tipo de orgia sexual? Tem se alimentado bem?...”. A ligação terminava sem que eu pudesse sequer dizer algo que não fossem as respostas das perguntas feitas.Um ano após minha mudança eu ainda continuava a ser interrogado por meus pais, mais agora sofria a grave acusação de ter me esquecido deles por não ir visitá-los em todos os finais de semana. Mesmo indo para lá e passando o dia em casa sozinho, uma vez que ambos saiam e não me convidavam.Agora que precisei voltar a morar com eles, sofro com o mimo excessivo de minha mãe e os freqüentes esporros de meu pai. Voltei a ser tratado como criança.


(Ser filho - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aos poucos.



Então quando parece que segurar o choro já não é mais possível,
Tu apareces,
Com um jeito tímido,
Que pouco á pouco vai conquistando seu lugar,
E quando menos se espera estas ao meu lado,
Andando para a tarde passar.
Então o que antes seria lágrimas,
Parece se transforma em sorrisos...
E a timidez vai deixando de ser empecilho,
Para que uma amizade possa nascer.


(Aos poucos - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Amigo.


Às vezes encontramos pessoas em nossas vidas,
Que simplesmente preenchem espaços.
E outras que são necessárias, fundamentais...
Amizade talvez seja o mecanismo mais difícil de ser operado em nossas vidas.
A escolha de um verdadeiro amigo,
É complicada,
Pois não estaremos escolhendo mais um apenas para preencher lacunas.
Mas sim a pessoa que queremos que esteja em todos os momentos de nossas vidas.
Afinal de contas, amigo não é aquele que esta ao seu lado quando esta se divertindo,
pois sorrisos acabam...
E nem é aquele que esta ao seu lado na hora ruim.
Não, porque assim como uma boa diversão,
as horas ruins também são passageiras.
Amigo é aquele que esta com a gente em todos os momentos.
Que te dá conselhos (Mesmo que as vezes estes não te sirvam pra nada),
Que escuta tuas lamentações madrugada a fora,
Que reclama quando sua atitude não é a mais sensata.
Que briga, e fica sem saber o que fazer longe de ti.
Que chora quando não suportar a dor de te ver chorando...
Amigo se preocupa com teu futuro,
E não deixa você se desgraçar no presente.
Teu amigo talvez possa ser o oposto de ti,
Mas é igual quando quer teu bem...
As vezes é necessário um espaço,
Um silêncio entre vocês.
Mas isso não significa que vocês ficaram mais ou menos amigos.
Você é o irmão que foi escolhido,
Não de sangue, mas sim de alma...
Não penses que caso teu amigo arrume outras amizades você perderá teu posto,
Pois este ninguém jamais mexerá...
Não deixe uma amizade acabar por bobeira,
Afinal de contas amigo de verdade é pra sempre,
E não por vagos momentos de tua vida!
(Amigo - Leonardo Kifer)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Poema pro dia nascer melhor...


Era somente uma brincadeira quando resolvi que precisava mudar,
Mudar minha história,
E me deixar sonhar...
Foi quando resolvi acrescentar em minha receita
Alguns novos temperos
Acrescentei você,
E minha vida mudava de paladar,
Mas ainda faltava mais
Foi quando percebi que faltava o mar,
O mar não é um tempero que se usa sozinho,
Daí trouxe com ele a lua,
Que trouxe consigo a beleza da noite,
Noite que começa a ficar fria,
E precisava de um calor,
Vc ainda tremia quando juntei as madeiras,
E improvisei uma fogueira,
Para junto com ela te aquecer
Porém ainda faltava algo,
Até que surgiram lindas estrelas,
Que chegaram sorrateiras,
E mesmo não convidadas se tornaram aceitas
E fizeram daquela noite,
A mais perfeita.


Eu, você, o mar, a lua, uma fogueira e quem sabe venham as estrelas...
(Leonardo Kifer)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Secando Lágrimas...


Hoje eu preciso de um lenço,
Pra secar lágrimas que não pude conter,
E esconder emoções e sentimentos que ainda não sei como lidar.
Hoje eu preciso ficar sozinho,
Não falar e ver ninguém,
Ouvir música baixinho,
Tenta dormir e sonhar.
Hoje eu só quero esquecer toda essa tristeza,
Que sinto desde que partiu,
Indo embora sem sequer dizer adeus.
(Secando lágrimas - Leonardo Kifer)

domingo, 19 de outubro de 2008

Enfim 25 anos...


Eu havia planejado escrever sobre isso, mais por outros motivos irei falar sobre amor.
Amor do mais puro e simples, sem excessos e sem traições. Pois isto sim é amor...
Dizer eu te amo é fácil, muitos dizem isso quase constantemente, mais poucos realmente sabem o que de verdade é amar.
Eu não me julgo um conhecedor do amor, e quando falo em “amor” expando ele para todas as suas formas, do mais puro amor de pai e filho ao amor carnal de homem e uma mulher. Eu não sou bom com sentimentos, pois vira e mexe ensaio um jeito novo para amar. Mais apesar de ser tão inexperiente eu tento de tijolo em tijolo construir uma casa sólida, minha, para que eu possa com concretude viver um grande amor e conviver harmoniosamente com os que já tenho.
Então muito cuidado quando disser para uma pessoa que você a ama, porque talvez você ainda esteja ensaiando um jeito novo de amar.
Agora que acabo de completar 25 anos a menina Eloá de apenas 15, perde sua vida por um amor que egoísta de um jovem que foi capaz de mantê-la presa em cárcere privado por mais de 3 dias, para no fim atirar contra a amada, tudo em nome do amor. Um amor que agride, que machuca e mata.
Quem sabe ela antes de morrer não tenha se dado conta de que não nutria por ele o amor e sim uma paixão (que pode ter acabado) ou qualquer outro sentimento... Talvez assim esse crime tão bárbaro não tenha acabado com um amor verdadeiro, já que foi vítima de um assassino, egoísta, que não ama ninguém além de si, pois se amasse verdadeiramente não teria matado e torturado a menina Eloá, afinal de contas o amor é incapaz de fazer sofrer... E espero verdadeiramente que ele seja condenado a prisão por anos e que lá permaneça por toda sua vida, condenado a nunca mais amar.
É com lágrimas nos olhos que completo 25 anos, e daqui a algumas horas, quando estiver assoprando as velas do meu bolo irei pedir que não exista outros Lindemberg’s que usam o “amor” como artifício para suas insanidades e atrocidades, que o amor deixe de ser usado como escudo para barbáries e assassinatos.
Dias melhores aos meus 25 novos anos e todos os outros que eu tiver que completar.

sábado, 18 de outubro de 2008

Adeus 24 anos

A poucas horas de completar 25 anos eu estou aqui deitado no sofá de casa, escrevendo talvez as últimas linhas dos meus 24 anos... Pode parecer que é apenas mais um aniversário, mas não, eu espero tanto para esta nova fase da minha vida que vez ou outra me pego com medo, como agora no momento que escrevo.
Talvez eu não devesse planejar tanto e nem sonhar demais, entretanto, imaginar que hoje eu estaria aqui, deitado no mesmo sofá e sem planos e sonhos me assusta ainda mais, pois não consigo conceber a idéia de viver o hoje sem fazer uma projeção(ainda que utópica) de um amanhã mesmo que esse não chegue.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Um dia nublado...


E como é que a gente faz um dia de lagrimas se transformar em uma noite de sorrisos?
É nessas horas em que me faltam as resposta que me sinto mais carente, mais sozinho... É como se a pergunta fosse apenas um alerta para dizer que chegou a hora de deixar de estar só, de encontrar alguém para amar.
Mais é claro que encontrar alguém para amar não é tão simples assim, não se escolhe o dia e a hora certa para o amor, ele simplesmente surge, no momento mais inesperado, no olhar mais inocente e no sorriso mais sincero.
Hoje me falta um abraço, um carinho, um beijo. E me sobram esperanças de que o acaso possa me surpreender a qualquer momento, antes que de novo eu volte a querer chorar.


(Um dia nublado - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Olhares...

Olhares,
Espelhos para os olhos meus;
Caminho para o desejo,
Um beijo,
Teu corpo, o meu...
Olhares que trazem mistério,
Que desperta e afasta o sono,
Me deixa elétrico,
Com pensamentos incertos
Vontades...
Olhares,
Poses e mais olhares,
Do canto, olhares,
Me fazendo suspirar...
Do reflexo das janelas,
Busco o momento certo
Pra olhar.
A vontade
é pelo reflexo
trocar olhares,
A vontade é de também olhar.

(Olhares - Leonardo Kifer)

Zoe...


As única coisas que me lembro é de uma mulher gritando comigo dizendo que eu era um irresponsável e eu entrando em um carro depois disso não lembro de nada que me remeta ao meu passado.
Me disseram que fui socorrido de um acidente de trânsito e que eu entrei no hospital sem documentos de identificação. Mais eu não me recordo de nada deste dia. É como se eu tivesse nascido exatamente no momento em que recobrei a consciência, tudo que sei sobre mim é a partir de então.
As pessoas daqui do hospital me chamam de Zoe, tenho aproximadamente trinta e dois anos, sou branco, um metro e oitenta e três de altura, olhos verdes, cabelos negros e exatos setenta e cinco quilos. Gosto quando me apresento assim a alguém, faz com que me sinta alguém com identidade própria e não um desmemoriado que vagueia pelos corredores de um hospital cheio de gente estranha e moribunda, em busca de alguém que um dia virá dizer que sou.
Os médicos dos hospitais já me conhecem, e vira e mexe faço visitas a alguns pacientes que já estão internados a bastante tempo. De certa forma eu me sinto como se fosse um membro da família destes pacientes que ficam internados. E como se os outros que só passam por aqui em busca de um atendimento emergencial fossem visitas “indesejadas” por mim confesso, mais que por mais que incomodem elas são quase sempre passageiras.
Amanhã é o meu aniversário, faço um ano de vida como Zoe, e não sei se fico feliz por estar aniversariando ou se choro por não conseguir lembrar quem fui... Afinal a cada dia que vivo esta vida, eu deixo de viver a outra que tive. Hoje eu farei um pedido quando assoprar as velas do meu bolo, vou pedir para deixar de Zoe, e lembrar de mim, dos gritos, do acidente e de tudo que perdi.
(Lembranças de um homem sem memória - Leonardo Kifer)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Problemas com o sono...


Durante muito tempo em minha vida eu nunca tive problemas com sono, mas de uns tempos para cá confesso sofrer de insônia. Claro que no inicio sofri muito com a influencia da internet, que permitia conversar durantes horas e horas com os amigos por mensagens instantânea, mais agora a internet deixou de ser fator chave e se transformou apenas em um passatempo para as horas que se arrastam trazendo consigo o sol da manhã. Estava tudo muito bem, eu compensava a noite dormindo por toda a manhã do dia seguinte, acordando apenas a tarde, não era o certo entretanto esse foi o jeito encontrado para repor o sono necessário. Só que agora enfrento um mal ainda maior e mais cruel do que a insônia, é a Brasília velha do meu vizinho.
Desde que ele comprou essa maldita lata velha eu não consigo dormir mais que 3 horas por dia, vivo caindo pelos cantos da casa, cochilando mais constantemente acordado por esse monstro de rodas e parafusos enferrujados que ecoa um baralho tão ensurdecedor que me enlouquece e faz com que eu deseje a morte do meu vizinho, logo aquele senhor de cabelos grisalhos que desde criança eu adorava mais que hoje tornou-se o meu arqui-inimigo.
E se não bastasse estar sempre me acordando com o “som” estridente de seu carro, vez ou outra quando estou assistindo TV e vou escutar algo muito interessante acabo sendo impedido pela sinfonia de desarranjos da Brasília marrom “coco”.
Ela parece conspirar contra mim, vigiando meus movimentos e esperando que eu vá precisar de silêncio algum momento só para que ela possa interrompe-lo e me levar a fúria, como se isso a satisfizesse.
Mais eu estou decido, ela jamais irá voltar a me incomodar, nunca mais serei acordado por ela, porque amanhã eu irei dormir no quarto dos fundos, fora do alcance desta Brasília miserável.
(A Brasília- Leonardo Kifer)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Naquela foto...


Hoje eu estava remexendo em um velho baú de fotos antigas que já estava esquecido aqui em casa, foi quanto achei uma fotografia com toda minha família reunida. Eu ainda era uma menino quando tiramos aquela foto, mais engraçado que a lembrança daquele dia ainda é tão recente que ainda consigo escutar as reclamações da minha avó para posar para aquela foto. Minha avó já nos deixou, assim como a inocência daquele menino levado e arteiro que fui.
Depois de muitos anos o castelo de areia que cresci se ruiu e grande parte dele já desabou... Constantemente tento reparar algum pedaço que insiste em também cair.
Mais olhar aquela foto me fez ver o quanto foi bom crescer sem conhecer algumas verdades, e seguir em frente descobrindo que obstáculos quase sempre são fundamentais na construção de um caráter.
As saudades fica das pessoas que se foram, dos sorrisos que não voltam, da família enorme que já se desfez.
E como sempre é com a saudade que encontro coragem de viver o que ainda não tive tempo de viver.
(Naquela foto - Leonardo Kifer).

domingo, 12 de outubro de 2008

Feliz dia das crianças...


Tudo bem que estou prestes a completar vinte cinco anos, que sou alto, já estou na faculdade, que não brinco mais de carrinho sentado no chão da sala de estar lá de casa, mais daí a não ganhar nenhum um feliz dia das crianças é uma SACANAGEM! Quem foi que disse que deixei de ser criança?
Afinal de contas ser criança é não é um titulo que se ganha por idade ou por ser infantil demais, pelo contrário, ser criança é alcançar um estado de espírito elevado, que nos permite caminhar por todas as fases da vida e aproveita-lãs intensamente sem medo de receber uma critica ou de fazer errado. Por isso eu protesto: “Eu quero que me dêem parabéns no dia das crianças!”.


(Ser criança - Leonardo Kifer)


*Feliz dia das crianças a todos que escolheram ser felizes.

Alquimia...


Eu sempre digo que é só um poema,
Que não tem nada por trás da poética,
São só palavras,
Sem sentido algum.
Mas de vez em quando
Eu minto,
E uso meus texto para chorar.
Então eu não faço apenas poemas,
Eu omito lágrimas,
E uso as palavras,
Para dar sentido ao que não posso controlar.
E é nas horas que eu minto,
Que eu escrevo a verdade,
E brincando de alquimista,
Vou transformando meu choro em palavras de amor.

(Alquimia - Leonardo Kifer)

Mudanças de tempo...


Mudanças...
É o que espero que aconteça para mim.
Acontecer o novo,
Mesmo que seja de novo,
Mudar é sempre seguir.
Então é pensando no amanhã,
Que brinco com o presente,
E choro quando vejo o quanto já se passou.
O quanto eu mudei.
Que venha a chuva,
Nesta noite de estrelas nubladas,
De lembranças e desejos que se foram.
E que venha com o vento,
O que a de novo para surgir.
Que seja a primavera ou verão,
O outono ou inverno precisam passar.

(Mudanças de tempo - Leonardo Kifer)

sábado, 11 de outubro de 2008

Pesadelo


Foi estranho, demorou um pouco até eu realmente entender que tudo não havia passado de um sonho, ainda que ruim, tudo não passava de um sonho. Repeti isso algumas vezes logo após me dar conta de que nada que eu havia sonhado realmente aconteceu. Mais eu pensei nisso quase o todo.
Eu havia deixado de ser criança e tinha me transformado em um adulto cheio de responsabilidades e deveres, quase sem tempo para perceber o mundo a minha volta, quase sem tempo para olhar pra mim.
Me faltava a liberdade que só uma criança tem de ser o que quiser ser e pensar que não existe diferença entre a realidade e o mundo dos sonhos.
E eu que antes de dormir ainda era uma criança não podia conceber a idéia de ter acordado um adulto, como tantos outros que eu tinha medo de me tornar igual.
Mais eu não vou cansar de dizer que tudo não passou de um sonho ruim, destes que qualquer criança na minha ou em tantas outras idades corre o risco de ter. Mais ficarei mais atento para que minhas futuras escolhas me mantenha menino, mesmo quando o branco de minha barba me fizer avô.
Essa noite eu irei orar antes de dormir, quem sabe assim tenha sonhos melhores.
(Apenas um susto - Leonardo Kifer)

Por enquanto...


Engraçado como quando menos esperamos somos surpreendidos pelo destino. E quando ele quer tudo parece fluir de forma bem linear...
Hoje eu brinquei com o destino,
Meio sem graça confesso,
Mais com segurança que jamais tive.
Espero que eu possa ainda mais,
Mesmo que o tempo se arraste para trazê-lo de volta.
Eu posso esperar,
Afinal trago comigo os sonhos de um menino,
Que aprendeu com o destino,
Que mesmo que demore,
Ele sempre surgirá.


(Enquanto - Leonardo Kifer)


*Agradecimentos mil ao Roberto e a Beth - Amigos sem igual.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Falando sozinho...


Engraçado como eu consigo lembrar exatamente da primeira vez que eu te vi, eu estava sentado de frente para um dos corredores da empresa quando você veio caminhando em minha direção. Alguns dias depois estávamos sendo apresentados e eu viria a te amar logo em seguida. Seria impossível eu escolher um melhor momento ao teu lado, porque foram vários e todos tão bons que optar por um seria deixar de lado tantos sorrisos e coisas inesquecíveis que só pude viver ao teu lado. Mais acabou, o tempo nos levou para lugares diferentes, caminhos que juntos não poderíamos seguir e eu confesso que por mais que inicialmente eu tenha sofrido eu entendi que precisou continuar sem mim. Só o que até hoje não consigo entender foi o porque depois de tantos bons momentos juntos não nos sobrou a amizade, por mais que eu tenha tentado mantê-la. Estranho como eu deixei de te conhecer quando deixamos de nos olhar.

(Falando sozinho - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Espere.


Hoje eu só queria um abraço,
Dos braços que nunca tive,
Um beijo dos lábios que ainda não toquei,
E olhar você de perto,
Em uma primeira vez.
Hoje eu só queria não estar só,
Não me sentir triste,
Sentir teus braços,
Ganhar um beijo teu,
E dormir sobre a vigilância de teus olhos que nunca olhei.


(Imaginando você - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Dom...


Esses dias conheci você,
Você que todos pensam ser louco,
Mas de louco todos temos um pouco.
No fundo você é igual a todos.
Entende de samba,
Bossa nova ele ama,
Caminha aos passos do jazz,
Se prende ao som do blues,
Com os olhos MPB,
Com um jeito de reggae,
E uma alma rock roll.
Um bruxo noviço,
Seu encanto é feitiço.
Um cavaleiro errante,
Um Dom Quixote protestante,
Um bêbado, um bom vivante,
Um poeta, um pensante.
Para muitas mulheres,
Um bom amante,
Para si,
A figura do sóbrio que teme o amor,
Proibindo a si mesmo,
O direito de amar.
Ele tem medo de, mais uma vez, perder quem ama,
De mais uma vez chorar.
Mas o personagem desta melódica,
Precisa entender,
Que por mais que perca as pessoas que ama,
Outras pessoas sempre irão aparecer.
E a tristeza que vira saudade,
Passa a ser lembrança,
O coração esperança,
E um novo amor passa a existir.
(Dom – Leonardo Kifer)
*Dedico este poema ao Diogo Medeiros (O Rato) que foi para que escrevi tais palavras. Um amigo sem igual.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Quem sabe um dia...


Ontem eu estava voltando para casa quando na minha frente vejo acontecer um acidente de trânsito, parei meu carro no acostamento e fui tentar socorrer as pessoas que ali estavam. Eram dois carros que haviam se chocado de frente talvez por conta da má visibilidade da pista, uma vez que era noite e estava chovendo muito forte naquela hora. Das três pessoas que estavam envolvidas no acidente só uma estava viva, as outras duas não suportaram a batida e morreram na hora. O homem gritava por socorro dentro de um dos automóveis, ele pedia para que eu socorresse sua esposa, mais eu não podia fazer nada, ela havia sido projetada para fora do carro e seu corpo encontrava-se estirado a mais ou menos uns 10 metros de onde ele estava junto com a outra vitima. Eu corri até ele na tentativa de ajudá-lo, mais ele estava preso as ferragens e parecia não se importar consigo, o que queria era ajuda para sua esposa. Eu liguei para os bombeiros e pedi socorro, e eles me pediram para não deixar a vitima adormecer, e que eu conversasse com ela até a ambulância chegar.Sentei ao lado do carro que estava de ponta a cabeça, e comecei a conversar com aquele homem, um senhor que lembrava muito meu avô. Expliquei a ele que sua esposa estava morta, ele na hora parou de gritar. Por alguns minutos ficamos em silêncio. Eu estava de cabeça baixa quando ele me perguntou meu nome. Eu disse que me chamava Leonardo, e antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa ele me pediu que eu prometesse a ele uma coisa. Como eu estava completamente nervoso com aquilo tudo eu prometi sem que soubesse antes do que se tratava. Ele olhou pra mim e por alguns instantes não disse nada, ficou ali me encarando como se quisesse realmente ter a certeza de que eu cumpriria tal promessa.E quando já estava ficando incomodado por estar sendo analisado pensei em romper o silêncio, mais antes que eu pudesse fazer ele começou a dizer: “Meu jovem, eu quero você escreva minha história e a compartilhe com outras pessoas”.Na hora eu tentei indagar querendo dizer que não bom com as palavras, mas ele me fez recordar a promessa que eu havia feito minutos antes dele pedir tal coisa.Ele morreu pouco depois de terminar de narrar sua historia, e quando finalmente o socorro chegou já era tarde demais, e eu já havia escutado o fim.Hoje estou aqui, para realizar o último pedido daquele senhor, cujo o nome eu só fiquei sabendo horas depois pela equipe que o retirou das ferragens...Há muitos anos atrás um jovem decide ir para o Rio de Janeiro, ele tinha apenas 16 anos de idade quando decidiu tentar a sorte na cidade grande, deixou para trás a família e se arriscou a conquistar tudo o que sempre sonhou. A chegada no Rio no foi fácil, o dinheiro que seus pais haviam lhe dado era muito pouco para ele se manter aqui, no máximo deu para pagar 3 dias de hospedagens em uma pensão simples e pode comer sem muita fartura em um barzinho próximo de onde estava hospedado. Mais decido a ficar ele não perdeu um minuto sequer de seu tempo, buscou emprego por vários lugares, até conseguir se contratado lavador de pratos de um restaurante em Botafogo, justamente no terceiro dia em que não teria mais o que comer e aonde dormir. E depois de contar sua historia para o gerente ainda conseguiu a regalia de poder fazer as refeições ali e também poder se instalar em um minúsculo quarto no fundo do restaurante. Feliz da vida por estar começando sua vida na cidade em que sempre sonhou morar este jovem do interior de Minas Gerais se dedicou ao máximo a ser um bom funcionário. Logo havia sido promovido a auxiliar de cozinha, e algum tempo depois a braço direito do Cheff da cozinha. Um dia o Cheff Pierre faltou e o Gerente sabendo que o jovem rapaz havia aprendido quase todos os pratos da casa pediu que ele substituísse por aquela noite o Cheff. E entre um prato e outro ele foi chamado para o salão do restaurante e levado a mesa de uma distinta família para que pudesse falar sobre o prato que acabara de servir. E foi ali que ele conheceu Antoniette Bittencourt uma linda jovem que jantava com sua família e que ele jurou que seria o grande amor de sua vida. A família da moça adorou o jantar e prometeu voltar mais vezes ao restaurante o que fazia com que seu coração pudesse bater aliviado sabendo que certamente veria outra vez a bela moça. E por mais duas vezes eles foram jantar naquele restaurante e como de costume por duas vezes ele foi chamado a mesa, agora ao lado de Pierre. Sem conseguir para de olhar a bela moça ele acabou despertando em Antoniette uma curiosidade de saber mais sobre o jovem Cheff de cozinha. Então um dia Antoniette surgi sozinha ao restaurante e pede que o Cheff auxiliar venha a mesa e fale sobre os pratos da noite, e para surpresa dele lá estava a bela moça, sozinha e a sua espera. Naquela noite Antoniette o esperou até o restaurante fechar e caminharam juntos conversando e se conhecendo melhor, ele a deixou na porta de sua casa que ficava bem próxima ao restaurante. E os dias foram passando e os passeios se tornando cada vez mais constantes e quando viram estavam apaixonados e começaram a namorar. E ficaram namorando escondido por quase um ano, até que o pai de Antoniette descobriu e proibiu o namoro de sua filha. Antoniette foi para um colégio interno em Petrópolis e por lá continuou escrevendo para seu amado que a esta altura havia sido promovido a Cheff da cozinha após a morte prematura de Pierre.O restaurante ficará ainda mais badalado, e as reservas precisavam ser feitas com bastante antecedência, correndo o risco de não conseguir fazê-la. Ele agora havia se tornado um renomado Cheff de cozinha, já estava ganhando muito bem, deixará o antigo quarto em que dormia no fundo do restaurante para morar em seu próprio apartamento no bairro do Flamengo vizinho ao que trabalhava. Foi quando decidiu ir até a casa do pai de Antoniette e pedir a mão de sua filha. Mais o pai de Antoniette ainda o julgava como um simples auxiliar de cozinha e o achava inferior demais para sua filha.Nas semanas seguintes não vieram mais cartas, e decidido a saber o que houve ele foi atrás de sua amada em Petrópolis e para sua decepção ela havia sido transferida de lá. Alucinado ele decidiu ir até a casa dos pais da moça, mais a casa estava sem ninguém.E foi assim que por mais de cinqüenta anos ele ficou sem ver a doce e bela Antoniette.Ele casou, não teve filhos e ficou viúvo alguns anos atrás. Ele sequer tinha noticias até pouco mais de seis meses atrás quando se reencontram na inauguração de seu mais novo restaurante agora no bairro do Leblon. E como da primeira vez que a viu ele novamente se apaixonou por aquela que ele nunca havia esquecido. Casaram-se semanas depois em uma cerimônia simples, apenas como convidados os filhos e netos de Antoniette que também era viúva.E foram felizes até o último minuto em que passaram juntos, foi a última coisa que ele me disse antes de morrer. Essa é a história de Camilo Botelho José Alvarenga.Acho que aprendi o verdadeiro significado do amor nessa noite em que vi um homem morrer.(Uma simples história de amor - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bobeira de menino...



E quando duas pessoas deixam de se ver
O coração da gente pode mudar...
Criar uma nova brecha,
Um novo jeito de se amar.


E se o amor for verdadeiro,
Não sucumbirá com o tempo,
E para eternidade irá durar,
Porque o coração da gente pode sempre arrumar um novo jeito para amar.
(Poeminha bobo pra falar de amor - Leonardo Kifer)

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu não lembro mais do que via quando fechava os olhos...

Uma vez você me perguntou o que eu via toda vez que fechava os olhos. Naquela vez eu menti. E hoje depois de algum tempo eu queria te reencontrar só parra dizer o que realmente eu via quando fechava os olhos e quem sabe assim eu volte a enxergar tudo de novo.
(Olhos fechados - Leonardo Kifer)

sábado, 4 de outubro de 2008

Até quando?


Novamente usarei o blogger para protestar contra preconceitos. Hoje em pouco menos de 20 minutos eu presenciei duas formas distintas de descriminação... E volto para casa com uma dúvida muito grande e o medo de envelhecer em um mundo que pode ficar ainda pior do que já é.
Um menino negro com roupas simples é parado e revistado como sem nenhum motivo, alias, me desculpem mais ele tem motivo sim, nasceu negro e pobre em um pais onde mais que a metade da população é mestiça e pobre. Talvez por isso ele mereça que uma viatura da polícia militar pare no meio da rua em frente uma sorveteria lotada para revista-lo ao invés de estarem correndo atrás dos verdadeiros ladrões.
Dois meninos gays serem motivos de chacota dentro de um ônibus por três jovens (Dois homens e uma mulher) só por terem opções diferentes das deles é algo que nos dias de hoje não deveríamos mais presenciar, mais acontece e quase que diariamente. É triste saber que se um dia quisermos optar por um estilo de vida fora dos padrões sociais precisaremos fazer um grande abaixo assinado pedindo a aceitação popular de nossa própria escolha.
A pergunta que trago comigo é: Até quando iremos nos preocupar com a vida de nossos iguais e continuaremos a fingir que não vivemos em uma cidade que não existe segurança, em que as filas dos hospitais dobram as esquinas dos quarteirões por falta de médicos e equipamentos, que nossas escolas vivem o seu total descaso com a educação, até quando seremos vítimas da nossa falta de comprometimento enquanto cidadões que não somos capazes de lutar por uma cidade melhor, enquanto continuamos a gastar nossos tempo nos preocupando com as escolhas alheias?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Os sapatos...


Ontem eu a reencontrei, ela estava linda como da primeira vez que eu a vi.
Eu era apenas um jovem, recém saído da adolescência que acabará de me mudar para um novo bairro perto do centro do Rio de Janeiro, que naquela época era o “Estado da Guanabara” a então capital do nosso país. Fomos convidados para jantar na casa dos novos vizinhos e quando chagamos lá fui apresentado aquela linda jovem. Me apaixonei no mesmo instante que a vi, ela estava vestindo um vestido branco e sapatos rosa, tinha as pernas mais linda que meus olhos já puderam enxergar. Desde aquela noite eu passei a observá-La, e sempre que ela saia de casa eu fingia ter algo para fazer na rua só para poder fazer companhia a ela. Aos poucos havíamos nos tornados amigos, mais confesso que eu já mais desejei outra coisa que não fosse o seu amor. Eu a amava secretamente, mais não conseguia assumir meu amor. Um dia confessei a ela estar apaixonado por uma menina que eu não tinha coragem de me declarar, e a perguntei o que ela faria se estivesse no meu lugar, ela riu, olhou nos meus olhos me beijou e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela correu e foi embora. Eu fiquei ali, imóvel por minutos, se não horas incrédulo por beijar a minha amada. Na manhã seguinte resolvi ir a casa dela e me declarar, dizer-lhe tudo que por tempos estava guardado em meu peito. Eu estava completamente eufórico por conseguir finalmente confessar o meu tão secreto amor. Mas quando cheguei na casa dele fiquei sabendo que seus pais haviam se separado e naquela mesma noite em que ela voltou correndo para casa sua mãe a esperava para que as duas pudessem ir para a casa de sua avó.
E hoje, depois de tantos anos eu a reencontro. O vestido já não é o branco de outrora e os sapatos ganharam cores mais discretas... Mas as pernas continuaram tão belas como da primeira vez que a vi.
(Os sapatos - Leonardo Kifer)