domingo, 12 de dezembro de 2010

Roda Gigante

É estranho como fazemos das nossas vidas um constante depois... O “agora” é quase sempre indesejado, é comum transformá-lo em outro dia, que muitas vezes não chega. Fazemos planos, traçamos metas a serem cumpridas, e acabamos atropelando nossos desejos pela necessidade do “impulsivo”. Entregamos nossos sonhos ao acaso, que nos oferece de mão dada o deslumbre do instante.

E como árvores que pouco a pouco nova perdem suas vidas com avanço da nova era, perdemos também nossas possibilidades de realizações ao desperdiçarmos a chance de cumprirmos o que havíamos nos comprometidos em fazer. E por fim nos descobrimos lenhadores de nossos próprios galhos.

Estranho secar as lágrimas que escorrem ao refletirmos sobre quem somos e do que fazemos conosco... Deveríamos regar nossos sonhos e plantar as novas mudas, multiplicando as nossas conquistas.

Talvez tenha chegado à hora de olharmos para nós como s crianças que éramos em que os mesmos doze meses que completam um ano eram capazes de nos levarem aos mais fantásticos mundos, e ainda éramos capazes de dormimos como anjos, sem deixarmos para trás um único segundo.

(Roda Gigante – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Bolsa Estourou!

É entre sorrisos e ansiedade que senti o peso da saudade escorrer sobre meu rosto. Foi involuntário, no entanto, instantâneo. Ao saber que a bolsa da minha cunhada havia estourado e que dali a poucas horas eu seria tio, não pude deixar de pensar no meu pai, e no quanto ele ficaria feliz em ter mais um neto, e desta vez, depois de duas meninas ele finalmente seria avô de um menino. O engraçado é que de certa forma posso senti-lo e sentir essa energia de felicidade que tomou conta da minha casa, e mesmo entre lágrimas, o sorriso e a expectativa em ver meu sobrinho daqui algumas horas me acalma e me conforta.


A idéia de uma nova vida para alegrar uma família que a pouquíssimos meses perdeu um membro é simplesmente extraordinária, e nos permite acreditar ainda mais na capacidade de Deus em transformar as vidas das pessoas com sua sabedoria, apresentando as mais perfeitas rosas entre galhos cheios de espinhos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Adeus aos 26 anos! Viva meus 27... E felicidades pro amigo!

Então é hora de me despedir dos meu 26 anos, faltam pouquíssimas horas, um pouco mais de uma precisamente, para dar adeus a um período da minha vida que para sempre irei lembrar e que talvez tenha sido fundamental para perceber que era preciso algumas mudanças, principalmente mudar que sou...

É impossível não reviver cada dia destes último doze meses, afinal ele foi intenso e pareceu que desde o inicio seria de perdas e despedidas... Chorei no primeiro instante em que as horas me fizeram aniversariar, me senti sozinho em meio a tantos olhares, me faltou acreditar que ainda podia ter o amor de quem tanto desejei... Horas depois voltaram as lágrimas, era meu pai quem me fazia voltar a chorar, parecia ignorar o fato de que era meu aniversário, e demorou muito a me parabenizar...

Um ano inteiro, contado por meses contrários, desenhado por um outono que semeia na primavera o verão... Risos, silêncios, mudanças, sentimentos, a morte e por fim a paixão... Tudo tão vivido, que é possível enxergar as marcas das transformações... O inverno se despedia entre um vento frio e uma garoa suave quando meu pai se foi, sim, as folhas começavam a cair no mesmo instante em que as lágrimas escoavam em meu rosto... A morte visitara-me e levava consigo um pedaço de quem sou... Não existe raiva, não existe tristeza, apenas saudades e muito amor... E o que parecia apenas o ano de desgraça, se desvendou em uma completa renovação de amor.

E o cheiro de terra molhada, fez brotar uma vida nova, o inicio de uma construção de um novo “eu”... E mesmo com a saudade sufocando, fui aprendendo a desenhar a felicidade nas folhas ainda molhadas, me permitindo a dar novos passos, e lentamente voltar a sonhar...

Mas o destino ainda não estava satisfeito, falta algo para me fazer realmente feliz, e completamente generoso, me mostrou que é possível viver um amor, basta apenas acreditar... Tornou-me livre de todo o passado que me prendia e livre eu pude voar.

E foi voando que entendi que é possível viver sonhando e que o “Era uma vez” pode se realizar... Conheci na simplicidade uma nova paixão e com ela comecei uma história que só me faz continuar a sonhar, a realidade em forma de carinho, cumplicidade... Um pedaço novo de mim que não quer nunca acabar.

Os 26 anos estão ficando para trás, uma nova idade começa a chegar, mas agora sem medo, enfrento a vida, lido com as mudanças, e agradeço à Deus pela oportunidade de poder recomeçar.

No entanto não termino aqui falando de mim, não! Uso as últimas linhas para desejar felicidades a um amigo, diferente de todos, um do tipo que não mente e faz questão de criticar meus passos “errados”, e que mesmo eu insistindo não estar “errado” ele teima em não acreditar.

Amizade é por muitas vezes um engano, mas quando se acerta é preciso cuidar... Então é agradecendo, mas que desejando, que parabenizo ao meu amigo Angelo pela nova idade que acabou de completar!

domingo, 17 de outubro de 2010

Motti.

E de repente te encontrei,
Como um passe de mágica tu parece ter saído dos meus sonhos
E cruzado meu caminho.
Provocando meu desejo,
E me despertando a paixão.

O gosto doce do primeiro beijo,
Preso em seus braços,
Eu me desvencilhava do sonho,
E experimentava o que podia ser apenas ilusão.

Mas a felicidade pouco à pouco foi se mostrando real,
E eu cada vez menos cauteloso em vivê-la,
Enfrentando o medo com verdade,
Descrita em cada novo sentimento que brotava.

O tempo ainda é pouco,
O gostar é enorme,
O medo ainda presente,
E a vontade de ser eterno, não tem fim.

Um beijo,
Um cheiro,
Um toque,
Um lugar ou desejo,
Tudo me remete a você.

(Cartas ao vento – Leonardo Kifer)

domingo, 10 de outubro de 2010

Às vezes... Sempre!

Lentamente as flores começam aparecer, ainda é possível sentir frio, no entanto torna-se quase natural se acustumar com o calor, que pouco a pouco começa chegar... É primavera no hemisfério sul, mas ainda sinto como se estivesse no outono quando as lágrimas descontroladas teimam em cair... Diferente quando paro e observo a vida palpitar por fora do meu peito.
Longe do cenário das folhas mortas, vejo minha imagem refletir sobre a água ainda límpida de um rio transpassado de lembranças. A distância entre a solidão e o finito é apenas um vazio disfarçado quase sempre em sorriso.

O belo que enfeita a vida perde o encanto quando visto de perto... É o mais do limite, a luz que ainda ultrapassa a escuridão.

E o amor, ainda é esperado, mesmo que não venha, ainda é a solução.

(Incoerências – Leonardo Kifer)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Indesejável petulânte.

Não é por acaso que inesperadamente nos esbarramos com alguém que surpreendentemente nos fará enxergar a vida por outro ponto de vista, e sem que tenhamos nos dado conta, estaremos deixando para trás valores que antes pareciam ligados a nós como sangue.

O outro virá e dirá tudo o que não queremos ouvir, e sem pedir, jogará diante de nossos olhos o que antes não conseguíamos ver, e sua petulância não cessará com isso, pois certamente te fará mudar, tomar a iniciativa de refazer os “acertos errados” que outrora cultivava.

E quando nos depararmos com a transformação refletida no espelho, sim, por que ela também é física, nos sentiremos incompletos e nesta hora iremos perceber que no fundo a mudança é movida pela paixão.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aprendiz da ausência

Talvez eu devesse pensar como Drummond, e assim enxergar a ausência como “um estar em mim”, sim, uma doce vivência de me sentir por completo, me ter a ponto de saber o que falta e me deliciar com a maravilhosa experiência de rir nos momentos de pura abstinência. Mas a verdade é que não sou como Drummond...

Além de me serem escassas as palavras, ainda preciso do tempo como aliado, professor e conselheiro para caminhar ao meu lado em busca da sabedoria, que nenhuma ciência é capaz de nos dar. Torna-se sábio aquele que vive.

Resta-me apenas assumir minha inaptidão em lidar com a ausência, e assumir em lágrimas que sou fraco que as lembranças se fazem presentes, e quase sempre elas me visitam.

Vez ou outra me pego olhando para o lado, e não o encontro... Sua voz tem sumido cada vez mais, como se a imagem fosse o único recurso para se fazer lembrar. Por todos os cômodos o vazio é eminente e é impossível fingir não senti-lo... É difícil não senti tremer a boca quando ouço seu nome ou quando alguém despercebidamente fala sobre ele, é doloroso demais não tê-lo e só poder lembrar...

Queria aprender ser como Drummond para nos momentos em que a saudade for incontrolada e o resultado forem às lágrimas, como as de agora, que eu a sinta branca, tão pegada, aconchegada aos meus braços, me fazendo rir e dançar enquanto invento exclamações alegres, para ninguém roubar a ausência que sinto do meu pai de mim.

(Aprendiz da ausência – Leonardo Kifer)

*Cito versos do poema “Ausência” de Carlos Drummond de Andrade.

domingo, 19 de setembro de 2010

Domingo com frio...

Quantas vezes não acabamos criando expectativa em relação a algo que esteja acontecendo em nossas vidas? Acabamos alimentando em nossos corações a esperança de que nossos desejos se realizem, e por fim a felicidade seja dada como certa.

Talvez não sejamos tolos por acreditarmos em um final feliz, ainda que a realidade insista em querer que tenhamos a incredulidade como parceira de nossas vidas.

Por teimosia eu insisto em sempre acreditar que sim, pode dar certo! E que apesar de todas as decepções que vivemos, o final feliz é sempre possível de acontecer.

Ficam apenas os bons momentos como lembranças, pois de certo a frustração já nos ensinou cometermos os mesmos erros.

(Domingo de frio – Leonardo Kifer)

Co-existência

Aí quem me dera se por um único dia eu pudesse esquecer-se dos momentos em que chorei, e me enganar por não viver tudo o que vivi...

De imediato não teria lembranças dos amores que vivi, pois chorei por grande parte das vezes em que amei. Amar sempre me foi intenso, jamais amei pela metade, um jurei sem realmente ter certeza do que sentia... E me doeu, o “adeus” que ouvi, dos outros e os que eu mesmo pronunciei...

Não lembrar as minhas lágrimas me faria pensar que os que a saudade é uma sensação vazia, pois estaria ainda próximo de todos que deste mundo se foram, e do colo da minha avó, as visitas esporádicas da minha tia eu teria o mais precioso de tudo o que a vida me tirou, o abraço “frio” e desconsertado do meu pai.

Não teria medo, pois até o mais covardes dos sentimentos faz um homem chorar... Seria o mais corajoso de todos, e faria tudo que por dúvida e insegurança renunciei... Não haveria arrependimentos, restaria apenas o orgulho de ceder aos obstáculos.

Se de repente esse dia chegasse, e neste dia só as alegrias fossem reais, eu seria mentira, não teria passado, seria finito em minhas lembranças, não teria histórias e por fim, me faltariam os aprendizados que a vida me ensinou. Restaria apenas o sorriso, mas não teria a certeza de poder sorrir. Não me tirem às lágrimas da vida, pois preciso delas para continuar a ser quem sou.

(Co-existência – Leonardo Kifer)

sábado, 18 de setembro de 2010

Incompleto...

Abriram as cortinas,

Uma mulher e uma rosa em cena,
De repente um intruso.
Do inesperado surge a paixão.

A rosa cai,
A mulher se desespera,
O intruso se vai.

Não há falas,
A apenas a mulher,
E a rosa no chão.

Lágrimas,
A mulher se vai...
A rosa ainda no chão.

O silêncio denuncia um amor acabado,
Dê uma história que não terá recomeço...
E deixa à rosa, que não sobreviveu à traição.

(Do inesperado ao amor – Leonardo Kifer)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desdobrando meu eu.

Nem sempre alinhamos as nossas vidas as necessidades que sentimos de ter um amigo ou alguém especial por perto. Passamos despercebidos ou despercebendo, tamanha é a quantidade de informação que tomamos para nós. Tudo é sempre muito importante ou é para “agora”. E sem que tenhamos nos dado conta, estamos nos isolando e isolando outras pessoas de nossas vidas. É o vazio em meio a uma multidão de outros como você.

Temos problemas. E que não os tem? Esquecemos sempre de olhar para o próximo e encontrar nele o nosso reflexo. SIM! Somos iguais a qualquer outra pessoa, o que nos difere dos demais é a condição que vivemos. Nada além da aparência. Estranho não é?

Freqüentemente olhamos para um individuo que esta passando por nós e o julgamos pelo modo de como este se veste ou se comporta, fazemos uma análise critica para ver se ele se enquadra nos padrões de beleza estipulados. Sim, para fazer parte desta nossa vida atribuladíssima na busca constante pelo consumismo, é preciso se adequar a todas as regras de estilos e padrões sócias.

Tanta coisa não? Perdemos tanto tempo de nossas vidas pensando e vivendo coisas que não fazem diferença para a construção de quem somos enquanto seres humanos, que deixamos escapar por entre nós o importante, viver! E viver não é só pensar e estar no singular, não, é ir além. Salve as crianças, que enxergam as pessoas pelo modo de como elas são recebidas, e muitas vezes elas rompem a seriedade do mais ranzinzas com um simples sorriso.

Talvez tenhamos que começar a sorrir mais vezes, enxergar além do feio e belo e não gastarmos tempo com coisas que no fim, não nos acrescentaram... Há sempre tempo para corrigir velhos erros e recomeçar, e ainda que a jornada seja longa, ela começara como qualquer outra: com um primeiro passo.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sem camélias, sem margaridas...

Não tinha ninguém no salão, o vazio era agonizante, o silêncio ensurdecedor, Margarida sempre estivera certa, não sobrariam mais amigos quando a morte fosse dada como certa. Dos amigos apenas Prudência permaneceu por perto, não fechou suas janelas um dia sequer, atendeu a todas as vontades de Margarida, sem questionar nenhuma.
Dói o frio que sinto longe do olhar quente e intenso que me aquecia a alma, e alimentava diariamente minha paixão.

Era eterno, ou devia ser, casamos em um dia de chuva. Paris estava coberta de água e eu de amor, e apesar do preconceito daqueles que achavam maluquice minha casar com uma mulher doente, condenada a morte, eu fui feliz.

Estranho achar felicidade em curtos dias. Não completamos um mês, ela não suportou a mais um inverno e cedeu covardemente a tuberculose que por tantos anos ignorou.

Não existem Duques ou Barões quando se escolhe o amor, não! Existem homens que não aceitam lidar com a perda de uma bela mulher. O ciúme é fatal, apesar de não matar. Margarida apesar de odiada, foi amada não só por mim, também por quem a odiou.

Tarde demais eu diria, mas não tem ninguém além de mim. Além de mim, apenas o que sobrou...

(Após a morte da Dama das Camélias – Leonardo Kifer)

sábado, 11 de setembro de 2010

Basta de contar histórias sobre mim

O que falam de mim, rosas ou margaridas?
Não sei.
Soltem penas,
Deixem plumas,
Suas línguas ferinas.

Não me importo com as bocas soltas que falam sem saber...
Não! Não me importo.

Sou segredo,
Mistério,
Um livro que não se pode ler.

Então antes de apontar,
Descubra!
E não cometa novamente calúnias.
E deixe de julgar antes de conhecer!

(Chega de Intrigas – Leonardo Kifer)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Saudades...

Aquela tarde fria na praia misturada entre areias e risadas, e o pôr do sol nos convidando a voltar para casa, pois dali a pouco o ano iria acabar.

Os passeios por uma Av. Brasil tão perigosa, mas que de perigo só mesmo de perdemos a hora de devolver o carro.

Doces, pipocas, filme alugado, um monte de gente juntos e ninguém assistindo nada.

Bate bocas, bocas em beijos... Tudo eram beijos, quando não, sexo!

Leblon badala para encontrar Ipanema após o Jardim de Alah, eu quero me refrescar com a água de coco e o mar agitado do Arpoador.

Quantas saudades, que nem em mil tardes poderei matar,

É vaidade minha querer reviver momentos de felicidade,

De um presente/passado,

Em lembranças suaves tratou de eternizar.

(Brisa – Leonardo Kifer)

domingo, 5 de setembro de 2010

Incompleto

Eu te amo.

Talvez outras frases não fossem tão assustadoramente frágeis quanto esta, pois se dita na hora errada, pode condenar duas pessoas a viverem completamente separadas. E foi assim que perdi Julia para sempre.

Julia sempre esteve do meu lado em tudo que eu fosse fazer. Não importava se ficaríamos de castigo por atirar aviãozinho de papel na sala de aula do jardim da infância, se nossos pais descobririam que estávamos matando aulas para irmos ao cinema já no ensino médio ou se teríamos que inventar a mesma desculpa para justificarmos o porquê de viramos a noite fora de casa bebendo com os amigos em frente ao circo voador, a cumplicidade era nossa maior aliada.

Um dia, quando menos esperava, me peguei olhando para Julia, e percebi que jamais havia notado o quão bela ela era. Sua pela era extremamente clara e lisa, seus olhos esverdeados ganhavam destaque por conta do contraste do negro de seus cabelos, sua boca era desenhada de um jeito que era impossível não sentir vontade de beijá-la e seu cheiro decididamente era único. Linda era um jeito rude de defini-la.

Eu havia demorado anos para descobrir que amava a menina que cresceu comigo, mas fiquei aflito por medo de perder um dia a mais para dizer o quanto a amava.

A ansiedade que tomou conta de mim se difundiu com o nervosismo da situação, e ao encontrar Julia, disse sem medo que a amava.

Ela ficou parada por alguns segundos me olhando, como se não acreditasse em minhas palavras. O silêncio foi interrompido por palavras confusas e quase indecifráveis. Ela parecia nervosa com a nova informação, e era perceptível que saber que eu a amava não a fazia feliz. Precisei interrompê-la, pois à medida que ela fala, as palavras perdiam sentido. E impaciente ela gritou que não podia me amar.

Sem ouvir mais explicações eu me afastei de Julia, me afastei até mesmo das pessoas que faziam parte do nosso ciclo de amizade. Eu era só, no imenso deserto de coisas que me fazia lembrar Julia.

Ontem, depois de anos, percebi que jamais soube o porquê dela não poder me amar... Eu fui covarde, por todos esses anos eu não fiz nada além de me afastar, sequer procurei viver uma nova história. Fui uma página em branco de um diário incompleto.

O passado finalmente ganhou seu lugar, a dor que me consumiu por tanto tempo deixou de existir... E eu pareço ter acordado de um sonho repetido, e me libertado para viver o presente.

Julia agora é só uma lembrança bonita, de uma amizade que sempre guardarei comigo.

(Incompleto – Leonardo Kifer).

*Recado para Zil: Meu anjo, deixa o endereço do teu blog, pois tenho tentado entrar e não consigo.

Feliz aniversário Cella!

O que pensar de um anjo que não tem asas, não é 100% bondade e vira e mexe parece querer mudar seu destino?

Será que é anjo ou é uma simples menina que no Planeta Terra resolveu morar?

Vai o vento e leva a pluma, da última pena que ele tinha.

Olha a areia, o pé sujo, se comporta, toma jeito menina.

Voa anjo, vem depressa, dê um jeito de flutuar...

Mostre a todos tua alegria, suba ao palco, mas cuidado para não cair de lá.

É o céu, tão azul, maravilha de lugar.

É o canto, tão suave, que nem parece a levada da menina ressoar.

Uma flor ao anjo, uma rosa a menina.

Encena tua vida, faça dela alegria.

É dia de reis, não, é outra festa que parece chegar.

É dia da menina, do anjo de menina, que na Terra veio morar.



(Moleca – Leonardo Kifer)

domingo, 22 de agosto de 2010

Improvável amor

O endereço era o mesmo que constava na carta, Rua Alfredo de Morais Neto - nº2876, um prédio simples, porém, muito charmoso. Não havia porteiros, nem nenhuma outra pessoa que pudesse me dizer nada sobre quem pudesse ter me endereçado esta carta, eu tinha que ir até o fim sozinho. O prédio, por ser uma construção antiga, não tinha elevadores e eu precisei subir os seis andares de escada. Talvez, de propósito, eu tenha me demorado muito mais do que realmente devia para subir as escadas escuras e vazias do Ed. Alfaiate L’amour.

Eu tinha o endereço e uma chave, à minha frente, a porta, do outro lado, o desconhecido. Toquei a campainha do apartamento 603 ignorando a chave que continha em minha mão. Esperava mais do que qualquer outra coisa que uma pessoa pudesse atender, assim eu descobriria o porquê de receber uma chave pelo correio de um remetente misterioso. Insisti com a campainha, mesmo já tendo tocado cinco vezes. Eu precisava ter motivos para simplesmente tentar abrir aquela porta, mas o silêncio foi minha única resposta. Por que eu estava me enganando? Eu tinha que entrar, era isso que a pessoa queria que eu fizesse quando me enviou a chave. No entanto eu estava protelando aquilo mais do que devia. O medo era maior que minha curiosidade.

A chave certa não causou transtorno quando a coragem surgiu em meio à enorme dose de adrenalina pela com fui tomado. E foi enfrentando todos os meus receios que entrei.

A sala dava impressão de um lugar vazio, e ainda que houvesse os móveis, faltavam sinais de vida para preencher aquele lugar. Fiquei parado à porta por alguns minutos observando atentamente aquele lugar a procura de algo que pudesse me responder o porquê de eu ter sido levado para aquela sala. Uma outra carta foi o que me moveu para dentro daquele sombrio apartamento. Esta também estava endereçada a mim, e mais uma vez não havia o nome do remetente.

Peguei a carta em cima da mesa, e me direcionei a janela, olhei mais uma vez para o modo como a carta havia sido endereçada e a abri.

“Ao meu doce Miguel”.


Eu sei que parece estranho receber uma chave em casa e não saber que a enviou, mas precisava ser assim Miguel, talvez se eu tivesse ido a você, tentado explicar tudo, jamais eu teria sido recebido. Passei anos da minha vida pensando como conseguiria seu perdão, e nesse tempo todo que eu perdi, eu simplesmente esqueci que precisava me explicar, mas já é tarde, já não há mais tempo para explicações. Por isso resolvi que não partiria sem que deixasse para você um motivo para tê-lo abandonado.


Sei que éramos novos, que havia lhe feito enfrentar a todos para ficarmos juntos, que por conta disse você foi obrigado a deixar sua família em Sorocaba e vir para cá, perdido em meio a uma “cidade de arranha céus”. E, dias depois de tua vinda, eu parti.


Mas foi por amor, por amor que deixei. Eu sei que parece clichê, mas é a mais pura verdade. Eu não podia te fazer sofrer, e se ficássemos juntos seria inevitável não fazer. Por isso partir sem que antes pudesse dizer adeus.


Um dia depois que você chegou a São Paulo, sua mãe me ligou, e me contou por que realmente era contra a nossa relação. E por mais que fosse cruel te deixar, os motivos dela eram os mais concretos do mundo, e não havia como ficar diante dele.


Mas te amei até o meu último dia de vida. Sim meu doce Miguel, eu estou morto, pedi que a enfermeira enviasse a carta com a chave no dia em que eu viesse ao óbito, pois não queria te ver uma outra vez, te desejar novamente, e não poder te ter para mim uma única vez sequer.


Não lamente por minha morte, pois eu não chorei até hoje por estar indo. A coisa que lamento por estar morrendo é de não poder continuar a fumar, pois câncer me tirou este direito a algum tempo.


Quero que fique com meu apartamento, e outros bens que deixei, meu advogado irá te procurar em algumas semanas.


Peço apenas que me perdoe por ter partido sem me despedir, e que entenda que apenas não quis causar um mal maior. Amei-te até o meu último dia.


Do seu irmão,


Pedro.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto sem que eu pudesse dar conta de senti-las, a essa altura eu estava sentado no chão. Afinal Pedro não havia me abandonado para fugir com outro homem como eu sempre pensei. A felicidade de não precisar odiá-lo se misturava a enorme confusão e sofrimento de saber que ele era meu irmão e, para dor maior, ele havia morrido.

Chorei por horas e quando dei por mim, o dia amanhecia naquele lugar que agora era meu. Andei pelo apartamento, até que encontrei o quarto que parecia ser o de Pedro, e lá para minha surpresa havia mais uma carta, e nesta estava escrito “A meu irmão”.

Miguel,


Não chores... É tudo novo agora e sei que se que agora posso descansar em paz é porque tenho seu perdão. Siga sua vida, não gaste tempo sofrendo com o que já passou, pois precisamos sempre recomeçar.


Fui feliz por te ter como irmão.


Pedro.


Ps. O amanhã é feito de escolhas que não olham para o ontem.

O choro cessou quando terminei de ler a segunda carta. Voltei para casa com um alívio enorme de saber que amei por muitos anos um irmão a quem sempre me amou.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um outro dia...

O que realmente é verdade nas coisas que dizemos quando estamos a um ponto de chorar?

Talvez um dia eu realmente entenda que a vida é muito mais do que uma simples seqüência de dias. Sim. Somos uma junção de infinitas probabilidades e raríssimas razões, que sabiamente misturadas são capazes de nos fazer agir de formas tão complexas que por fim não conseguimos sequer nos definirmos.

Por diversas vezes chorei sozinho, muitas elas eu sequer sabia o real motivo de tê-las escorrendo sobre minha face, outras eu amargava a tristeza de não ter com quem compartilhá-las. Entre amigos eu ria, ainda faço, e ao mesmo tempo em que minhas gargalhadas eram apreciadas meu choro sufocava e gritava por querer sair, eu pensava: “segura elas, afinal você é forte, e ninguém te pode ver chorar”.

Um pingo d’água só incomoda quando outros correm atrás... Entope as narinas, molha as fronhas, e torna a noite maior.

É hora de falar a verdade, eu nem sempre estou feliz. Mantenha as luzes acessas, chamem todos, hoje eu realmente não quero estar só. “Mas será que todos vão gostar de mim quando perceberem que não estou sorrindo?”. Não existem verdades ocultas quando escondo minhas tristezas, apenas a vergonha de chorar repetidas vezes pela mesma dor.

(Um outro dia - Leonardo Kifer)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O tempo...

Falaram-me uma vez que o tempo é o melhor dos remédios, e que não há dor que ele não posso fazer cessar. No dia em que ouvi isso, achei que fosse mais uma destas frases prontas, que confortam os outros, mas que a mim não surtiria efeito.

Muitas vezes chorei e achei que o motivo do meu pranto jamais deixaria de existir... E de novo ouvi falar que o tempo curaria as feridas abertas.

Às vezes por mais incrédulos que sejamos, precisamos deixar o orgulho de lado, e aceitar a ajuda de quem nos estende as mãos, receber o abraço, e deixar o tempo mudar de novo nossas vidas...

Inquietude da Solidão...

Algumas vezes me pergunto o porquê de me sentir tão só, e é estranho não achar resposta para me aquietar... Faltam recortes de momentos, percebo nos espaços brancos em que vivi.

Tenho um monte de pessoas me cercando, e cruelmente me defendo de todas ignorando-as. Estar só vez ou outra é uma condição de escolha própria, outras é uma conseqüência de todo que já escolhi.

A solidão nem sempre me fere, pois é quando estou só que realmente me vejo como sou. O espelho parece refletir apenas para mim, pois aos olhos alheios sou uma figura distinta, quase imaginária. Um monstro que muitas vezes vira o mocinho, mas quase sempre se mantém monstro.

O amor parece destoar em meus ouvidos, e deixo passar algumas pessoas que poderiam ter ficado eternizadas em minha vida, e agora apenas são marcas, cicatrizes, quase que imperceptíveis se não fossem as dores que jamais as deixam esquecidas.

Por fim, não me culpo. Tento mudar diariamente minha situação solitária de ser humano, de ter nascido, de me sentir, amadurecer só, e tantas outras coisas que me acontecem e Intrigantemente sou apenas eu. Um homem só.

(Inquietude da solidão – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Abrindo a alma!

E de repente o fim. E depois dele uma vida remendada, um pano cortado, e transformado em continuação.

Perder um amor, um alguém que sempre esteve por perto, e de uma hora para outra partiu sem ao menos dizer adeus. Amar a quem não se tem mais, ir além da dor e reconhecer que um sonho acabou. Usar palavras e não formar frases, partir o incondicional dos mais puros afetos, e no escuro deixar cair as lágrimas que os novos dias não permitem escorrer.

Difícil demais entender que amamos alguém que temos sempre ao nosso lado, e a vida sem explicar nos tira o direito de ter.

É confuso dizer eu te amo ao vento, lembrar de flores, abraços e ao fundo palavras confortantes que não confortam ninguém;

Um quebra-cabeça, inspirado no desejo de ser eterno, mas depois de pronto só restam lembranças do longo tempo que demoramos em juntar as peças.

Sobraram fotos, peças, histórias... Mas faltam conversas, carinhos, olhares...

Ainda lembro-me da voz, nítida, viva em meus ouvidos, e a repudia que eu sentia em levar outra bronca desnecessária, afinal eu já não sou mais a criança que ele criou.

Uma vida imperfeita, mas tão perfeita que choro ao pensar que acabou.

Saudades do barulho da TV e de tudo que me incomodava e eu não parava de reclamar, que falta dolorosa que meu pai me fez herdar.

Quantas foram às vezes que tive vontade de dizer te amo, mas só tive voz para os momentos em que quis reclamar. Não existe arrependimento, pois apesar de pouco dizer, nunca deixar o contrário ele pensar;

Ele descansa, repete minha mãe, a quem me agarro quando a saudade sufoca, e aumenta o desejo de chorar;

terça-feira, 13 de julho de 2010

Luto!

Às vezes é tão difícil falar para os nossos pais o quanto nós os amamos que ficamos sempre com a certeza de que eles sabem disso, e o “não falar” é confortado por esta sensação de redundância que os filhos sentem em relação à certeza dos pais do amor natural que existe entre pais e filhos.


Eu não fui muito de gritar aos ventos e principalmente falar ao meu pai que eu o amava infinitamente, sempre tive mais acesso e intimidade com a minha mãe, talvez a “distância” sempre imposta pela altivez dele me impedisse de falar mais vezes o quanto eu o amo (ainda é difícil usar o tempo verbal correto).

Cresci sem nunca ter me faltado nada, talvez faltasse mais momentos entre pai e filho, mas eu não cobrava isso, era o jeito dele e cabia a eu respeitar; É ele faleceu hoje... Dói muito, esta doendo muito.

Eu não consegui dizer por uma última vez que eu o amava, ele saiu domingo de casa para ir ao hospital, e quando eu fui ao seu encontro ela já não estava mais consciente... Meu último contato com aquele homem sempre imponente foi quando eu o ajudava entrar no carro, mas de verdade, não achei que estivesse me despedindo.

É tão estranho não tê-lo por perto, tão cruelmente tortuoso saber que não o terei de novo ao meu lado, que as lágrimas escorrem dos meus olhos como lâminas afiadas, e parecem marcar por dentro o que por fora não se pode ver.

Sentir saudades de alguém que ainda pouco estava comigo, amar incondicionalmente que se foi, e ter como resposta a chuva, e um nada depois.

Entender que o eterno pode se prender em lembranças é tão complicado e inseguro, que nada parece nos querer acalmar.

Como não dizer que TE AMO pai?

sábado, 3 de julho de 2010

Inquisição!

Um livro fechado... Mais à frente pedaços de folhas picados, folhas em branco. Algumas pontas de lápis, outra folha, um poema.

Amor, lágrimas, brigas e desejo, a cada linha um novo substantivo, um sentimento, sem rima, sem credo, sem vida.

Na cama, jogado, encontro fotos, uma história inteira perdida no passado. Ligo o som, Adriana Calcanhoto não me faz chorar, mas me aperta o estomago a medida que surgem as lembranças.

Vou embora, largar tudo de novo. Deixar a morte sozinha e me refrescar na sobrevida que sobra.

Afinal amar é tão difícil quando se esta só, que lutar é apenas uma forma de suicídio.

(Alguma coisa de amor – Leonardo Kifer)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um jeito estranho de recomeçar...

Então chega uma hora na vida da gente que precisamos escolher entre o desejo e a sanidade, e por a prova um sonho que pode nunca se realizar.

Amar às vezes é tão inoportuno que a dor pode ser mais incisiva do que o esperado, e na loucura de não sofrer mais, é preciso cometer o sacrifício de querer afastar de vez o motivo de tamanho sofrimento.

A pessoa amada nem sempre parece perceber que a frieza com a qual ela nos arranha, é capaz de nos matar. A infecção pode ser superada, aliás, quase sempre superamos um amor não correspondido, mas as marcas no máximo cicatrizaram, mas nunca deixarão de serem marcas.

Loucos são os que não tentam, não enfrentam o mundo, se coloca em completo perigo para por fim dizer que fez o que pôde e ainda sim não se sente satisfeito por não ir além de seus limites e tentar mais. Mas não se pode ser insensato, é preciso deixar o coração de lado, esquecer o “felizes para sempre” e seguir em frente, quando muito, sequer olhar para trás.

O amor de verdade não fere, mas faz sangrar um coração bobo, de um menino que já não é tão menino, mas ainda não consegue lidar com as incertezas constantes de se apaixonar.

(Indiferenças de amor – Leonardo Kifer)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Insensatez!

A chuva ameaça a cair lá fora, do lado de dentro estou eu e meus sonhos impossíveis, além da enorme cresça por um milagre que insiste em não acontecer.

Tem pedaços de amor por toda a casa, alguns contêm rostos quase intactos, mas não se enxerga sobras de vida em nenhum dos corações partidos.

Dizem que estou cada vez mais branco, é mentira. Talvez os tons de preto em minhas roupas clareiam a minha pele, e o frio faz com que tudo ganhe toque fúnebre e pálido.

Estou feliz apesar da tristeza de meu rosto, e das lágrimas que insistem em cair. Eu ainda sorrio, não como antes, mas ainda sou capaz de mentir para agradar.

Existe fome, mas não é de comida, não tem fome por comida, coisas mortas parecem me enjoar.

Silêncio, ninguém fala nada, todos caídos, não estão mortos, pois quem não respira é capaz de matar.

(Insensatez – Leonardo Kifer)

domingo, 20 de junho de 2010

Comunicado:

Aos que lêem o blog:


Desde o mês passado tenho me dedicado menos ao NAMACUMBA, não é algo que eu esteja fazendo por querer, e sim por faltas de tempo para compartilhar com os que gostam um pouco de minhas vivências e ponderações. Tenho repetido alguns textos, com a intenção de não deixar vazio um espaço conquistado com tamanho esforço...

Sou consciente de que não tenho muitos leitores, no entanto sou completamente grato e motivado com os que tenho, e por isso resolvi escrever esta nota, com intenção única de dar satisfação aos que respeito, e sou respeitado.

Confesso que cheguei a cogitar a hipótese de tirar o blog do ar, e esta idéia que me assombrou por algumas vezes, perdeu sua força no momento em que eu me vi solitário e incompreendido por não mais ter este espaço para conversar.

Definiria esta atual fase da minha vida como uma fase de transição, onde a estabilidade tem sido a única constante.

Espero que todos, que gentilmente dividem comigo alguns minutos de seus tempos, entendam que não tem sido fácil para mim este momento, e que não tenham seus interesses por meus textos interrompidos pela ausência de minhas palavras... O compromisso de estar mais presente no blog está mantido, e muito em breve, voltarei a ter freqüência em minhas atualizações tão logo eu consiga ter calma.

Agradeço o carinho e a compreensão de todos,

Leonardo Kifer

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O figurante...

Ainda era manhã quando sai de casa para cumprir a minha agenda profissional, eu estava sem carro, logo precisaria me locomover a pé e usar conduções públicas então resolvi usar roupas que pudessem esconder minha identidade, e usei o recurso do óculos escuro... Mãos no bolso, ou melhor, mão no bolso e lá fui eu pelas ruas do Leblon... Sai pela entrada de serviço do prédio, assim evitei possíveis paparazzi logo na saída de casa... Passos rápidos, cabeça baixa, logo já estava na Ataulfo de Paiva, e estava conseguindo sair ileso a qualquer flash destes fotógrafos que só querem que a gente tropece para registrar e estampar depois nossas fotos nas capas dos principais veículos de imprensa que vive de noticiar a vida dos famosos...


O dia estava as mil e uma maravilhas quando resolvi ir almoçar, evitei sentar em um desses restaurantes da Dias Ferreira e optei pelo MC Donald que é menos visado por estes sangue sugas de plantão... Após o almoço fui encontrar alguns amigos, me limitei a certas brincadeiras e me contive nos contatos físicos, com medo de que surja assim um novo “affair”, como é de costume destes jornalistas/fofoqueiros transformar amizades em romances...

Com o horário apertado me despedi dos amigos e fui comprar algumas roupas, pois estamos sempre na mira de consultores de moda que querem aparecer criticando o modo de como nos vestimos, aproveitei o dia e o disfarce para comprar algumas novas peças para meu guarda-roupas, sem que isso vire uma notinha de jornal ou coisa assim....

Terminada as compras fui tomar um suco e aproveitar essa vida como um simples mortal, uma vez que não consigo desfrutar destes simples prazeres com muita freqüência...

Passadinha em casa rápida para deixar as sacolas e apanhar a bicicleta para uma boa e merecida pedalada na orla... Que foi um sucesso total, uma vez que ninguém me reconheceu, nenhum fã me parando pra pedir fotos e autógrafos, uma paz total, um Rio de Janeiro perfeito como há tempos eu não via...

A noite já tinha caído quando voltei despercebido para casa. Já cansado deste anonimato resolvi descer e dar um pulinho em um restaurante da Dias Ferreira, e permitir que os flashes me alcance um pouco.

Escolhi a mesa da frente, aquela que dá pra rua, justamente para ser visto. De repente um enorme alvoroço, muitos fotógrafos, flashes e mais flashes, eu me posicionei na tentativa de sair melhor na foto e quando vejo é a Luana Pirovani quem esta entrando, ninguém me notou, nenhum fotógrafo registrou minha noite naquele badalado restaurante, era como se eu fosse um mero mortal, ninguém parecia dar significância a minha participação como elenco de apoio no na novela das oito, quatro capítulos com fala e tudo, e ninguém se importou... Voltei pra casa abatido e completamente magoado com esta parte da imprensa que não dá o devido valor aos profissionais.

O Figurante - Leonardo Kifer

domingo, 13 de junho de 2010

Umber...

As vezes a gente passa grande parte da vida procurando a pessoa ideal, e ela simplesmente não vem... Ou então a tal “pessoa ideal” não te ama como tu a ama, e simplesmente vai à procura da “pessoal ideal” dela, afinal de contas cada um deve ter seu par perfeito.

E a gente cria em nossas mentes e corações apaixonados uma infinidade de códigos que qualificam uma pessoa como a nossa cara metade.

O beijo que toca sininhos de tão mágico e perfeito que é, a estrela cadente que aparece no momento em que tu vê a teu(a) amado(a) à primeira vez, a música que embala os momentos juntos. São tantos os códigos que criamos para definir o(a) parceiro(a) que se juntássemos tudo, poderíamos escrever um livro, e certamente este seria um Best Seller.

Mas o amor é bem mais simples do que o julgamos, e a pessoa ideal pode até existir, e até aparecer pra ti, mais de certo ela deve ser uma chata de tão perfeita que ela é ou então não ser nada do que imaginamos, e todo o encanto se perde em minutos ou horas pros mais cegos.

E talvez seja nesta hora que iremos nos dar conta de que a pessoa certa pode ter passado ou estar passando pela gente, e sem querer ou por estarmos esperando uma pessoa idealizada que perdemos a chance de notar quem realmente pode ter fazer feliz, quem poderia estar ao teu lado em todas as horas, nos bons e más momentos, que te quer bem e não tem medo ou vergonha de mostrar isso, que te faz ri quando na verdade tu só queria chorar, que passa horas e mais horas no telefone contigo, e quando desliga ainda tem assuntos pra falar... É, talvez só porque esta pessoa apareceu na hora errada de nossas vidas, quando a gente tinha acabado nosso romance com a tal “pessoa ideal” é que a deixamos passar, e dizemos com orgulho e com toda credulidade que esta definitivamente não é a “pessoa certa”.

Quem sabe não seja a hora de começarmos a procurar nas “pessoas erradas” o destino certo.

(A pessoa ideal - Leonardo Kifer).

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Frases que começam com "A".

A saudade se mistura a ausência das conversas.
A estranheza do novo modo de se comunicar;
A distância que um quase beijo causou.

Arrepender-se é inevitável, à medida que a intensidade da frieza aumenta.
Adolescência confusa, que não que se perder.
Altruísmo de quem tem a idade da maturidade a seu favor.

Amanhã pode ser que nos reencontramos,
A quem diga que deveríamos nunca mais nos ver,
Ainda há aqueles que queriam que tudo se acertasse.

A onde está às certezas de outrora,
Afirmadas em palavras corridas,
Abandonadas agora na estrada passada.

Aconteceu um beijo,
Aquilo não foi um beijo,
Apenas despertou em mim um incomodo.
Algo inesperado.
Aguardado para em outra ocasião.

(Anteontem amor – Leonardo Kifer)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha alma...

O telefone não toca... Não adianta esperar ansioso por um contato, ele não virá. Era noite quando eu comecei a esperar por um sinal de que você sentisse algo por mim, ainda é noite, mas de outro dia, e você não me procurou.

Silêncio, inquietude que machuca e sufoca a alma, e vazio, que me comprime a inexplicável existência de meu ser. É confuso, côncavo e convexo, é errado, é viver o incerto. Pecado? Talvez... Mas por que ser tão natural sentir?

Viver à sombra quando se existe a luz, buscar no caminho mais complicado a felicidade mais simples, e por fim acreditar que valeu a pena.

Amar sem medo, sentir o gosto agridoce da paixão e não recear por se entregar, apenas viver... Ver os meses, anos, passarem aos olhos de ainda apaixonados da vida a dois.

(Quietude da Alma – Leonardo Kifer)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Complico e descomplico...

Às vezes me pergunto o porquê de nem sempre acordar feliz, de não me sentir motivado a fazer as coisas que preciso fazer, de me olhar e me enxergar mais sem graça do que a última vez que olhei e de desejar continuar a sonhar. Não existem respostas as perguntas que jogo ao vento, talvez pela forma como as jogo, pode ser que ele se sinta agredido por mim.

Abro a janela à noite, e o vento já não parece mais querer entrar, está frio, muito frio... À medida que o sono não vem minha ansiedade almeja por conforto, parece perdida no escuro quarto solto ao relento da penumbra.

Ainda não é sexta-feira e preciso sair para dançar, ver todos que não me suportam e rir com os que fingem gostar. É a rima da falsa felicidade, da que me acompanha fielmente, e não me deixa sofrer, é mais que desejo de querer mudar de vida, é saber que as coisas estão indo no caminho errado e eu louco para deixar tudo passar, e aproveitar para desaparecer.

Água de chuva não cai no meu quarto, não irei fechar a janela, também não farei perguntas, ficarei sem elas... Finalmente é o sono que chega, na madrugada gélida. Não é canto de ave, apenas o som da romaria vindo da rua deserta.

Amor que tenho, anda sozinho... Constantemente me faz chorar. Minto, não o tenho. Escondo que amo para acreditar que deixei de sofrer; É infâmia dos olhos alheios que me querem ver partir, é amargura ficar e não realizar, é mistério da minha amada Maria, que já não me tens em seus braços largos para simplesmente me abraçar.

(Não faz sentido... Leonardo Kifer)

sábado, 5 de junho de 2010

Cahe =/

Eu estava simplesmente querendo ficar só, não queria me envolver com ninguém... Definitivamente não estava nos meus planos me apaixonar. Mas você chegou de forma sutil, tomou para si um espaço que não lhe foi oferecido, sequer teve a educação de pedir.

Em poucos dias eu estava totalmente envolvido por ti, não fosse à distância que sempre nos separou eu me arriscaria dizer que estava por completo apaixonado. Usaria a palavra “amor”.

Mas amar não é tão simples e apesar de nobre, o sentimento é terrivelmente avassalador, e como tal, fere por dentro, e deixa aparente as sequelas da dor.

Chorei quando me disseste que fui traído. Não foi traição eu sei, todos disseram, mas é mau de quem não sabe lidar com a razão. Perdoei tão rápido, que me percebi mentindo, é difícil mentir, mais ainda esquecer.

E hoje choro pelos cantos, saudades de não te ter. Saudades de quem nunca tive. Dor por ter que aprender a esquecer a quem a pouco comecei a lembrar.

(Inacabado – Leonardo Kifer)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A verdadeira Helena

Foi percebendo que as folhas não caem da árvore por acaso que entendi que lá atrás eu não estava apenas ouvindo as palavras da minha antiga professora de matemática, e sim aprendendo que algumas lições de vida jamais se perdem.

“No seu prato tem três tipos de carnes diferentes Leonardo, não pode, é pecado! Dê-me esta fatia de frango aqui”. Era ano de 1998, eu um adolescente de 15 anos, no intervalo do Curso Preparatório para o Colégio Técnico do Ensino Médio, o cenário: Uma enorme sala quase tomada quase que por completa de carteiras vazias, não fosse a o fato de que além de mim e a professora Helena, estivessem também duas outras pessoas sentadas ao canto, esperando quase que escondidas o horário do almoço acabar.

Não era e nunca foi pecado comer diversos tipos de carne em uma única refeição, e disso eu nunca duvidei, mas pecado era o fato de ter em meu prato uma quantidade de carnes que podia muito bem servir aquelas duas pessoas, que não tinha a mesma oportunidade que a minha de descer e comprar comida, muitos dos alunos eu só viria saber alguns anos depois eram bolsistas, e estudavam lá por conta do empenho daquela professora em querer transformar a vida de seus alunos.

Dona Helena, como todas os chamavam, era uma mulher de fibra. Com uma aparência muito altiva, voz forte, e um jeitão de carrasco, ela marcou a vida de todos que ela ensinou.

Uma professora empenhada em ENSINAR, fazer com que todos SUPERASSEM suas limitações, fosse ALÉM de seus objetivos, e por fim CONQUISTASSE uma OPORTUNIDADE de mudança. DETERMINADA, enfrentou a todos que diziam que era louca por querer MUDAR adolescentes sem futuros. Ela ACREDITOU mais do que muitos pais, SONHOU mais pros outros do que para si, e AMOU todos que por ela passou.

Dona Helena morreu alguns anos após eu me formar... Só vim saber da morte dela meses depois, e foi inevitável não chorar e lamentar a perda daquela mulher que dedicou a sua vida a dar aulas, seu OFICIO era o de COMPARTILHAR seus CONHECIMENTOS.
Hoje foi impossível não trazer para mim a imagem desta mulher guerreira, que se deu aos outros pelo simples desejo de mudar... E assim não pequei, dividi com o próximo as carnes do meu prato, afinal de contas é pecado comer todos os tipos de uma só vez.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pés no chão

Não faz muito tempo eu descobri que tenho medo do sol, ainda mais quando a noite chega por entre ventos, e fria faz com que eu precise de outros corpos para me aquecer.

Eu não temia o sol, era indiferente a ele, me afastava sempre que havvia uma oportunidade. O medo só surgiu depois, quando eu já tinha como fugir, e não precisava temer que alguém viesse a me entregar.

É estranho estar sentindo frio, ainda é tão cedo e a chuva só a pouco começou a cair...

(Amor confuso – Leonardo Kifer)

Saudades de ter saudades

Finalmente chega o mês de junho... E como não podia deixar de ser, a chuva fininha se esbarra ao vento lento de um dia que não conseguiu amanhecer.


Enquanto escrevo este “post”, após dias distantes, sinto meu corpo doer em partes não ligadas... É gripe! É resfriado! É sol! É pedra! Mas não é o fim do caminho.

E é parodiando o poeta dos teclados, o pianista imortal que volto ao blog, e me comprometo não deixá-lo, ao menos por agora.

Saudades de ter saudades

É estranho “sentir falta de sentir falta” de alguém... Complicado isso, não é?

Minha vida se modificou tanto, que nos últimos tempos tenho esquecido de coisas que realmente valem a pena, e tenho atropelado de forma consciente meus antigos sonhos, sem sequer temer de poderei ou não voltar a tê-los de volta se um dia eu os quiser.
Inconseqüente minha atitude de me mostrar capaz de fingir não estar reagindo contra a enorme onda de emoções que me afoga e me faz querer ter de volta aquela que nunca tive.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Aniversário.

E não importa o quão forte são os ventos do outono,
Eles jamais ultrapassarão a linha do tempo.
Vai ser preciso esperar.
Foi preciso esperar.
Chega a hora certa,
Ganhar a liberdade,
Que a ansiedade nunca deixava chegar.

E hoje, num outono como de quando nasceu,
Tu completas teus 18 anos,
E pode voar,
Aliás, pode finalmente ir além.

É dia de festa,
É começo de um recomeço,
É hora do bolo,
É riso, é choro.
É tudo que quiser ter.

Viva a ele que enfim se tornou um homem,
Ao menino que se permitiu crescer,
Chega de sonhos, mas não pare os sonhos,
Apenas comece a acontecer.

Então as luzes se apagam,
Não existe silêncio na escuridão,
Palmes se misturam com falas.
É big! É big!
É hora! É hora!

Assopre as velas,
Não se esqueça de fazer um pedido.
Parabéns meu querido,
Parabéns meu amigo,
Feliz aniversário,
Saúde e paz no coração.

(Aniversário – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Além do verão...

O sorriso aos poucos deixa de ser presente. O caminho torna-se menos atrativo e muito mais cansativo. Não tem um ano, apenas um pouco mais que um verão, e já não quero mais ficar.

Conheci pessoas interessantes, aprendi um mundo de coisas que não imaginava “não saber”, me senti útil ao mesmo tempo em que me senti incapaz.

Estranha mudança, antes eu todas às seis horas de permanência na masmorra, seis vezes por semana, driblava todo o estresse, e por anos consegui me colocar fora do caos. Mas agora é diferente, em pouco tempo os sintomas são idênticos aos que me fizeram querer sair da minha antiga prisão (hoje percebo o quanto amava aquele lugar).

É hora de partir – Diz aflito meu coração já cansado de uma rotina capitalista que não se importa com os outros, e que não te dá opção de mudar. É realmente hora de buscar um novo lugar.

(Aguardando um novo outono – Leonardo Kifer)

domingo, 23 de maio de 2010

Reprise.

Era uma vez um menino que descobriu que podia voar, no inicio ele se atrapalhou todo com a novidade, mas pouco tempo depois dominou os céus com seus vôos cada vez mais altos.

Depois de algum tempo o menino decidiu compartilhar com outras pessoas a sensação maravilhosa que era estar voando livre como um pássaro, e dia após dia ele levava consigo algum curioso que queria voar... Um certo dia em um desses vôos que fazia com alguém, ele conheceu uma pessoa diferente, que além de voar queria conhecer quem era o tal menino, e que ele fazia quando não estava voando...

O menino a principio assustado foi aos poucos cedendo as curiosidades daquela menina curiosa... E com o passar dos dias ela foi conhecendo-o melhor, e ele a se encantar com o jeito dela que perecia não se importar com o mundo lá fora, vivia apenas a desvendar suas muitas curiosidades...

E quando menos esperava o menino voador estava apaixonado pela menina curiosa, e seus dias pareceram ganhar um novo sentido, ele já não voava mais para ninguém, apenas para aquela que conquistará seu coração.

Só que um dia a menina simplesmente não apareceu para voar, o menino com medo de que algo tivesse acontecido procurou saber o que acontecera, e voou até a casa dela. Ela estava sentada no portão, e respondeu apenas que não tinha ido porque estava com preguiça. Mas o menino sabia que não era esse o motivo, mesmo assim voltou para casa e na manhã seguinte foi até o parque que sempre a encontrava, mas ela novamente não foi...

Os dias passavam e ela não aparecia, mas ele ainda sim continuava a ir todos os dias no local marcado e esperava até o final do dia na esperança de que ela pudesse aparecer, mas em vão...

Depois de algumas semanas ele parou de ir ao parque, deixou de voar com outras pessoas, e voltou a ser o menino que era antes de saber que podia voar... E um dia caminhando ele encontrou a menina curiosa, ela veio até ele e lhe deu um forte abraço, disse que voltara ao parque um tempo depois e não o encontrou mais, e ele a explicou que parou de levar as pessoas para voar. A menina começou a falar de seus sentimentos e confessou ser apaixonada pelo menino voador, mas ele apenas beijou sua testa e não falou nada...

Nesta hora veio voando uma bela menina que deu a mão ao menino voador e levou consigo...

A menina curiosa ficou ali, parada, olhando o seu amor partir, sem que ela pudesse fazer nada... Foi então que ela entendeu que sentimentos não são mais que simples curiosidades, e que não podemos deixar ninguém esperando a gente se entregar ao mundo incerto que é a paixão.

(O menino voador - Leonardo Kifer)

Métrica...

Eu queria construir um castelo – Disse o menino assim que a água veio e levou toda a areia que começava a ganhar forma.

Quantas vezes a onda não levou consigo nossos sonhos?E quantas vezes não precisamos de calma para reconstruir tudo de novo?

Sempre é possível recomeçar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Diferenças...

Era uma quinta-feira gelada quando descobri que a vida, a minha, não seria como sempre sonhei, eu teria que enfrentar a minha nova condição, ter cuidado redrobrado em tudo que eu fosse fazer e nunca poderia correr o risco de me descuidar uma outra vez.

“Tire o espinho de todas as rosas antes de tocá-las”, foi assim que aos 16 anos recebi a noticia de que eu era soropositivo. De repente as cores pareceram sumir para mim. A única cor que continuava presente era o vermelho, levemente rosado, que eu imaginava ser a cor que meu sangue passara a ter.

Por que logo comigo? Me perguntei incansavelmente, mas não havia resposta. Eu tinha um fato a enfrentar, não adiantava argumentar sobre o que já estava feito.

Não lembro por quantos dias seguidos chorei, foram muitos. O silêncio havia virado meu melhor amigo, a quem eu compartilhara todo meu tormento. O medo de que os outros descobrissem meu segredo fazia com que eu deseja-se a morte, e por várias vezes cheguei muito perto dela, mas a covardia não me deixou ir longe e acabei desisistindo de dar fim ao meu sofrimento.

Existiam duas opções, seguir em frente e tentar ter uma vida normal ou abrir mão de todos os meus sonhos e me entregar a morte, uma vez que com minhas próprias mãos eu não era capaz.

“Tire o espinho de todas as rosas antes de tocá-las”. As mesmas palavras que me condenaram a morte me trouxeram a vida de volta. Eu podia viver como qualquer pessoa, só precisava me cuidar. Foi então que decidi que não desistiria de mim.

Muitos dos meus amigos se afastaram, a maioria das desculpas era a falta de tempo, mas os poucos que ficaram pareciam não ter noção do perigo que eu era para eles, e o risco que eu repressentava por estar por perto.

Me formei sete anos depois e fui o melhor aluno da minha turma de Direito. Era 18 de Setembro de 2001, mas uma quinta-feira gelada da minha vida, e eu após sete anos de superação era só mais um dos muitos formados daquela festa, com a única diferença que ao contrário de todos os meus amigos eu era o único que não tinha companhia para o baile de formatura.

Depois que descobri que eu havia sido “tocado” pelo vírus da Aids eu fiquei muito tempo sem me relacionar com ninguém, na verdade eu só fui voltar a me relacionar com alguém na noite de minha formatura, quando finalmente resolvi que deixaria meu medo de lado e voltaria a me permitir ao amor. E assim fiz, ri como á tempos não ria, mexi com todas as moças solteiras que passavam por mim, não me importava com o fato de algumas virarem a cara, só queria curtir. Até que acabei esbarrando com a garota mais linda da festa, e de imediato decidi que eu ela seria a muher da minha vida.

Não foi diferente do que desejei, comecei a namorar Julia dois meses após conhecê-la. Contei a ela que sou soropositivo na noite do baile de formatura, minutos antes de convidá-la para dançar. Um ano e cinco meses depois ficamos noivos. Nos casamos há três anos atrás, seis meses após noivarmos. Temos uma filha, Vida é o nome dela, a adotamos há sete meses atrás.

Vida é uma criança linda, que me ensina diariamente que o amor é uma conquista. Não importa se meu dia foi ruim ou não, pois quando chego em casa, sou sempre recebido pelo sorriso de minha linda mulher e de minha filha.

Julia me trouxe de volta a vontade de amor, Vida a determinação em nunca me entregar.

(A história de Tiago – Leonardo Kifer).

Às vezes encontramos nos percausos a oportunidade de reencontrar nossos caminhos. Quantos Tiagos’s, Julia’s e Vida’s não deixamos passar sem que percebamos o quanto essas pessoas podem fazer uma enorme DIFERENÇA em nossas histórias?

Teremos sempre os espinhos, mesmo quando ele não existir. Pense.

terça-feira, 18 de maio de 2010

15? Não era para ser 20?

Eu não me lembro como era o mundo quando nasci, mas consigo perfeitamente lembrar a imagem que tive dele quando olhei e vi que eu não era igual a todos que estavam ali. Eu tinha 4 anos e meio quando finalmente me dei conta de que todos ao meu redor, menos eu, tinham vinte dedos (10 nos pés e 10 nas mãos), não chorei, apenas quis saber por que meus dedos somavam-se apenas 15, e eu ao contrário de todos que conhecia,eu só tinha uma mão.


Minha mãe com seu jeito sempre sincero, que os anos não o fizeram mudar, explicou-me sem fantasias que eu havia nascido com um defeito genético e que cabia a mim, e a mais ninguém, me fazer ser igual no mundo onde as pessoas tinham 20 dedos;

E assim cresci fazendo tudo da minha forma, sempre encontrando “jeito” para dar “jeito”...

O mais engraçado era o fato de que parecia que ninguém notava que eu só tinha uma mão. Eu próprio também deixava de lembrar, e só parava para me dar conta quando após aprontar uma de minhas peraltices (e foram muitas) ouvia alguém com raiva por eu o ter sacaneado gritar: “Seu mãozinha!”, mas eu fingia que nem era comigo, e na maioria das vezes já tinha corrido e quase que não podia escutar.

Já entrando na adolescência descobri que a Senhora da rua de cima tinha 16 dedos nos pés (8 em cada), e ao contrário de me perguntar o porque dela ter dedos sobrando e eu faltando, danei a apelidá-la de rainha dos dedos... A mesma morreu anos depois.

Definitivamente eu era uma criança feliz, e ao que lembro nunca parei para lamentar ter nascido “diferente”. Sempre que alguém perguntava se eu sentia falta, eu dizia: “Falta do que? Eu nunca a tive! Não tenho porque querer!”. E não era mentira, eu não a tinha e ainda não a tenho (afinal de contas ela não cresceu de um dia para o outro). Algumas pessoas me viam andando de bicicleta, agarrando no jogo de futebol, amarrando meus cadarços, fazendo essas coisas que todo mundo faz no dia a dia, e comigo não era diferente, e vinham comentar que se sentiam felizes por ver que eu me adaptara muito bem a fazer tais atividades. Espera aí, eu me adaptei? Nunca. “Adaptar” seria eu colocar uma prótese e reaprender fazer tudo que sei (proposta que recusei por toda minha infância, sempre os outros de fora quem ofereciam, e irei continuar a recusar, SOU “SEM MÃO” E PRONTO!).

E antes que me desse conta, eu havia transformado em um homem, com emprego, faculdade, como todos que completam seus 18 anos, a diferença? Não precisei me alistar (além das vantagens de impostos e tarifas de ônibus gratuitas, temos outras vantagens).

E assim tem sido até hoje, eu e meus 15 dedos em um mundo onde outros também como eu tem 15 dedos, alguns menos ainda. Outros com apenas 15 dedos?

Foi só adulto que descobri que a “diferença” não estava em mim, e que nem todos eram “perfeitos”, o mundo em que eu vivia era feito de GENTE, que assim como eu tem suas diferenças e limitações, umas aparentes outras não.

Deficiente não sou eu, aquela menina da cadeira de rodas, o menino surdo ou mesmo o menino cego... Deficientes são aqueles que enxergam nas limitações, suas ou dos outros, um caminho sem escolhas e que parecem criar raízes dentro de um jarro feito pelo preconceito de não se enxergar capaz.

Eu me chamo Leonardo Kifer, um homem de 15 dedos, cheio de sonhos e certo de viver no meu lugar.

(Um mundo além dos 20 dedos – Leonardo Kifer).

Descomplicando!

Conversando com um amigo, me dei conta do quão diferente sou a cada nova pessoa com quem encontro... Sinto que me transformo constantemente quando me deparo com um novo amor.

E sim vou escrevendo minha história, ou melhor, vão escrevendo uma história em que sou personagem principal transitando em um mundo preso dentro do meu.

Complicado, eu sei... No entanto não me importo, apenas me permito viver.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

CaHe.

Alguém que surge do nada,
Simplesmente não podia ter vindo pra ficar...
Era tudo tão diferente antes,
Que eu nem percebi quando começou a mudar.

O branco ganhou cor,
Vermelho, amarelo, verde, azul, um pouco de todas as queriam pintar,
Colorido disse o poeta pintor,
E meu mundo logo parecia de brincar.

Eu num quarto de criança,
Não queria lembranças,
Tinha cansado de tudo,
Não pensava em voltar amar.

Mas como foi com as cores,
Minha vontade eu não pude controlar.
Veio primeira a foto,
3x4, chame como quiser,
Era um primeiro contato.
Daí as palavras...
A filmagem era de uma web cam.
Tecnologias de um poeta que deixará de ser pintor,
E passava a comandar um computador.

A voz veio por último,
E quer saber?
Veio pra ficar...
Conquistou-me num soneto mudo,
De um canto sem cantar.
De versos tão simples,
Que não pude dispensar.

Hoje teu choro é minha lágrima,
Teu sorriso meus dentes.
Teu rosto meu sonho,
De um coração já contente.

Tem a distância eu sei,
Ninguém me deixa esquecer,
Mas eu a ela não me rendo,
E acredito que juntos vamos vencer.

É paixão?
Disseram-me que estava escrito amor.
Mas eu fingi que não ler
Só para deixar acontecer,
Uma história assim,
Umas dessas que tem eu e você.

(Escrito para durar – Leonardo Kifer)

domingo, 16 de maio de 2010

Ah!

Aconteceu,
Fiz o que queria,
Não como queria,
E ainda sim gostei de fazer.

Acontece que sou um pouco estranho,
Não tenho medo de do inusitado,
Não me importo de errar,
Desde que eu tenha o que aprender.

Não me arrependi,
Não fiz nada de errado,
E por mais difícil que pareça,
Eu simplesmente não consigo me arrepender.

(Ausente – Leonardo Kifer)

sábado, 15 de maio de 2010

Estranho jeito...

Uma ventania arrastou e levou para longe tudo o que eu sabia sobre mim. E sem história me vi perdido, tentando achar pedaços que pudessem retratar o que um dia fui.

De uma hora para outra o beijo que não dei me fez enxergar um mundo tão longe, que foi inevitável não passar toda a semana pensando em como tudo poderia ser diferente. Em cada canto era possível me deparar com olhares aflitos, de uma vida sem cores, de passos pensantes. Não me via em nenhum dos olhos que olhava, e por mais estranho que possa parecer, me sentia feliz por não ser diferente dos demais.

Os abraços sentidos, se perderam com o mundo que ruim... Não foi a guerra dos que matam por poder, não foi o ódio cultural. O que distruiu os castelos dos beijos nãao dados, foi o cruel e invisivel sentimento do arrependimento... Antes tivesse sido uma facada a ter distruído.

A semana começa no domingo e demorar um outro domingo inteiro para acabar!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Explicações!

Ola pessoas!

Tenho andado tão sem tempo que quase decidi tirar de vez o blog do ar (ou sou fiel a ele, ou não o tenho. Decidi ser fiel). As coisas têm acontecido com uma enorme velocidade e eu tenho me atropelado cada vez que tento compartilhar essas novas “surpresas” que tem me sido apresentadas.

Uma das melhores coisas foi à volta do meu pai (eu não dividi com vocês as duras e tristes semanas em que ele ficou internado, chegando até mesmo fazer uma operação cardíaca), visivelmente envelhecido e debilitado o estado dele ainda inspira cuidados. De toda forma é bom tê-lo de volta, ainda que as inúmeras reclamações tenham voltadas com ele.

São tantos os novos parágrafos da minha vida, que fica difícil administrar todas as pontuações... Como é estranho de uma hora para outra ver que tudo ao teu redor mudou, como um passe de mágica.

Os antigos percalços ficaram tão insignificantes que nem incomodam mais. Mudaram os cenários e novas pessoas surgiram. E eu não fiquei indiferente a todas as novidades que surgiam em minha volta.

A distância tem sido a única coisa com a qual não tenho conseguido lidar, no entanto não a tenho dada o mérito de vencedora, pois não desistir de lutar e continuo dia a dia duelando com esse obstáculo incansável.

Vou passar mais tempo na internet, e contarei mais...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Choro quando tu choras. =/

Algumas lágrimas se perdem no vazio que deixamos jogado ao silêncio, nos proibindo de esticar nossos braços e quebrar os vidros que nos dividem...

As suas lágrimas também serão as minhas,
Assim como é impossível separar a tua história da minha...

É paixão, misturada ao medo e a incapacidade de não estar do teu lado quando você chora.
É inquietação de querer enfrentar o mundo, sem medo do que tem lá fora.

(Lágrimas perdidas – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sem trilhos...

De repente parece que a vida passa pela gente com tanta velocidade que nos torna espectadores de nossas próprias experiências, nos coloca sentados assistindo todo nosso filme passar pela janela de um trem em movimento a caminho de um estranho e desconhecido vazio.

Somos inconstantes interrogações quando queremos encontrar a saída das perguntas perdidas, feitas ao vento a cada vez que a solidão nos cobra uma justificativa pelo por que de nossos atos.

Fazemos poemas mortos e os declamamos para as cadeiras vagas do teatro vazio chamado “vida real”, e para que?

Não há respostas a dar depois que deixamos o palco no meio do primeiro ato. Tudo é tão deliberadamente ao acaso que assinamos a cena com nome de Destino. E o que realmente é feito ao natural?

Deixamos as palavras irem embora com as folhas de um outono seco, afinal, sem que percebamos será inverno, e o frio poderá nos castigar senão estivermos protegidos o suficiente com braços de uma primavera destemida e confiante de um verão quente e duradouro.

Então não somos incompletos, nem vivemos pedaços de histórias. Vamos até onde nos permitimos ir, e não importa o que aconteça fora das janelas do trem que nunca para de correr. Seremos sempre a última palavra na hora de decidirmos aonde queremos chegar.

(Destinos Incertos – Leonardo Kifer)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Será?

De repente a gente acorda e percebe que algo está diferente (Mas espera aí, o que mudou? Nada não é?), e começamos a nos questionar o que está faltando, e não conseguimos chegar achar a resposta, por mais que alteremos as perguntas...


Estou assim, “Diferente”, mudou algo em mim que não vejo... E por um motivo que desconheço, esta mudança me trouxe uma postura diferente da minha habitual, e faz com que me sinta livre e confortável para me permitir ir além dos passos já dados, me torna seguro e consciente de que é possível sorrir sem ter medo...

De repente, estou apaixonado e não sei.

Um dia ruim

Devagar, sono, medo, pranto, sonho, angústia, desejo, confusão, risos, tristeza, contradição... Olho para o espelho, não vejo nenhum estranho, mas também não me vejo. Eu mudei!

(Indiferença - Leonardo Kifer)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dois anos...

Engraçado como somos parecidos com as árvores, ainda que não tenhamos raízes estamos constantemente nos desenvolvendo a medida que sofremos com as alterações do tempo...

Nascemos sempre em nossa própria primavera, não importando em que estação estamos, nós seres humanos independemos de previsões, e fazemos que nossas vivencias mude por completo nos escolhas presentes.

Mudei, vi minhas folhas caírem a um novo passo que eu ia dando, a um novo olhar que encontrava, a um sorriso que me prendia a atenção, a cada lágrima que não conseguir conter, a cada não que ouvi...

Perdi galhos e ainda sim continuei de pé, mesmo com os muitos golpes de machado que recebi. Por fim surgiram novos galhos nos lugares dos antigos, e se não fosse por algumas marcas, cicatrizes, em poderia até dizer que esqueci.

Espalhei frutos, ainda que não tenha produzido sementes, e fiz sombra em muitos corações que se se encostaram a mim buscando mais que um simples lugar para deitar.

Espera! O que estou falando?

Há dois anos plantei sim uma semente, uma linha, que de pouco em pouco foi ganhando vida, germinando tão lentamente que me surpreendi quando a vi brotar. Um texto foi o primeiro galho que brotou, e muitos galhos o seguiram... E como todos que nascem também renascem, e assim uma nova primavera se deu e ao invés de flores e frutos, histórias, e o que antes era muda, agora era uma linda árvore... Dois anos regando este blog, encarando o inverno e o outono sem medo de não vencer.

Hoje, é mais do que um simples 4 de maio, é a confirmação de que é preciso dedicação para conseguir transformar sementes em árvores, de acreditar quando ninguém mais acreditava, de ir por onde todos diziam ser impossível caminhar... E sonhar, mesmo que por cima de um sonho frustrado, mas sempre sonhar, esperando tornar real o que não podemos tocar... Sonhar com mais leitores que possam dar continuidade a está pequena muda chamada: NAMACUMBA.

 Este texto é dedicado a todos aquelas pessoas que passaram por aqui, que deram um pouco de seu tempo a este espaço, feito com carinho, e principalmente escrito com prazer, tentando ser sempre verdadeiro.

 Um ip Ip uh Ra: Hoje é aniversário de uma guria muito, mas MUITO, especial que conheci à pouco tempo, mas que é impossível não gostar e admirar a pessoal encantadora e humana que ela é. É aniversário da Valéria (prometo fazer um post em homenagem a ela depois). Poderia ficar aqui me rasgando em elogios, mas vou preferir parar por aqui e apenas dizer: Felicidades Valéria! Você merece o mundo e junto as estrelas!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Grêmio foi campeão!

Se todas as manhãs de domingo aqui em casa começassem ao meio dia, todos os domingos seriam perfeitos! Ontem acordei com um agradável cheirinho de feijão, na verdade acordei com minha mãe me gritando para ir comprar frango assado (mas o cheiro do feijão era real), e uma enorme e gostosa preguiça, que em resumo me fez dizer não a minha mãe e permanecer na cama.


Geléia de mocotó embasa ENGORDA!

Minha mãe gritou isso comigo três vezes antes de apelar dizendo: DEPOIS NÃO SABE POR QUE VOCÊ FICA BARRIGUDO (Alguém diz a avisa que ela está pegando pesado? Dizer isso para quem acabou de acordar é muito cruel, sem citar o fato de que é um domingo). Comi 4 caixinhas de geléia, só de raiva. Depois almocei (Não foi frango assado).

Filmes com preguiça, combinação perfeita.

Tirei à tarde para assistir filmes, e nossa, como valeu à pena... Assisti “Coco, antes de Chanel”, simplesmente PERFEITO! E depois “Sempre ao seu lado”, Ótimo também (chorei!). Para que sair de casa e ficar batendo coxa? NÃO! Fiquei rindo em família, e me distraindo com os produtos piratas.

A cópia que não é cópia, A cerveja, O jogo da velha, e o Croaçã de Frango.

Já no finzinho de tarde (ou era inicio de noite?) saí com um amigo para conversar, e me diverti indo com ele comprar uma blusa igual a minha (por sinal eu estava usando ela)... Muito agradável estar com alguém que faz com que nos esquecemos das horas... Do shopping ao “oi mãe vamos ali comer algo” paramos para beber uma cerveja (Eu bebi quase que sozinho) e depois o inusitado convite para comer croaçã, enquanto o tal francês não ficava pronto jogamos jogo da velha na rua (eu perdi uma e a outra deu velha), conversamos sobre coisas legais das nossas vidas e que dificilmente falamos, até que chegou, a deliciosa massa recheada de frango com catupiry (Genteeeeeeeeee! Muitooooooo perfeito!).

O dia foi perfeitinhooooooooooo... Adorei a simplicidade como começou e terminou.

domingo, 2 de maio de 2010

Voar...

Era uma vez um menino que descobriu que podia voar, no inicio ele se atrapalhou todo com a novidade, mas pouco tempo depois ele dominava os céus com seus vôos cada vez mais altos.


Depois de algum tempo o menino decidiu compartilhar com outras pessoas a sensação maravilhosa que era estar nos céus livre como um pássaro, e dia após dia ele levava consigo algum curioso que queria voar... Um certo dia em um desses vôos que ele fazia carregando alguém, ele conheceu uma pessoa diferente, que além de voar queria conhecer quem era o tal menino, e que ele fazia quando não estava voando...

O menino a principio assustado foi aos poucos cedendo as curiosidades daquela menina curiosa... E com o passar dos dias ela foi conhecendo melhor o menino, que se encantava com o jeito dela que perecia não se importar com o mundo lá fora, vivia apenas a desvendar suas muitas curiosidades...

E quando menos esperava o menino voador estava apaixonado pela menina curiosa, e seus dias pareceram ganhar um novo sentido, ele já não voava mais para ninguém, apenas para aquela que conquistará seu coração.

Só que um dia a menina simplesmente não apareceu para voar, o menino com medo de que algo tivesse acontecido procurou saber o que acontecera, e voou até a casa dela, que estava sentada no portão, e respondeu apenas que não tinha ido porque estava com preguiça. Mas o menino sabia que não preguiça, mesmo assim ele voltou para casa e na manhã seguinte foi até o parque que sempre encontrava sua amada, mas ela novamente não foi...

Os dias passavam e ela não aparecia, mas ele ainda sim continuava a ir todos os dias no local marcado e esperava até o final do dia na esperança de que ela pudesse aparecer, mas em vão...

Depois de algumas semanas ele parou de ir ao parque, deixou de voar com outras pessoas, e voltou a ser o menino que era antes de saber que podia voar... E um dia caminhando ele encontrou a menina curiosa, ela veio até ele e lhe deu um forte abraço, disse que voltará ao parque um tempo depois e não o encontrou mais, e ele a explicou que parou de levar as pessoas para voar. A menina começou a falar de seus sentimentos e confessou ser apaixonada pelo menino voador, mas ele apenas beijou sua testa e não falou nada...

Nesta hora veio voando uma bela menina que deu a mão ao menino voador e levou consigo...

A menina curiosa ficou ali, parada, olhando o seu amor partir, sem que ela pudesse fazer nada... Foi então que ela entendeu que sentimentos não são mais que simples curiosidades, e que não podemos deixar ninguém esperando a gente se entregar ao mundo incerto que é a paixão.

(O menino voador - Leonardo Kifer)

sábado, 1 de maio de 2010

Em duas linhas...

Faltaram palavras hoje para me defender de acusações tão levianas e banais...
É tão fácil cuspir palavras contra os outros, difícil mesmo é ter argumentos que possa mantê-las válidas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Hein?

Aonde é Brasília senão longe do Rio de Janeiro?
Terra de sol que fica longe do mar...
Lugar de poucos,
Em que todos sabem como amar.

É poema de versos simples,
De frase com rimas,
Versos inteiros em prosas.

É canto de meu canto,
Em monumentos arredondados e brancos,
Inventado por um,
E construído por um mundaréu de gente.

É cenário do rock brasileiro,
De um país de roqueiros já nascidos,
E um som que vai além do próprio rock:
O pop.

Começou com Juscelino,
Mas quando nasci já era o Sarney,
O que melhor me lembro é do Fernando Henrique,
Se bem que também teve a Era Collor,
E o Itamar a quem todos diziam ser gay?

Vivemos o momento Lula,
O cara sem dedo,
O tal do filme.
O Presidente das multidões.

Mas tem um nome: Carla.
Uma guria preguiçosa,
Que nunca sorri quando lhe pedem,
De jeito menina,
Que encanta a quem lhe dá atenção.

E é dela este poema, E é ela a inspiração.

(Brasília – Leonardo Kifer)

Será que é só comigo?

Sabe aquela sensação persistente de estarmos fazendo a coisa errada e nos sentirmos travados e sem rumo e perspectiva de como mudar? Então, é normal senti-la. O que não podemos é ficarmos de braços atados, sem sequer cogitar uma saída que possa te levar para outro lugar.

É assim com todos, o que muda é o cenário e a situação, e não importa em qual posição você esteja, estacionar-se irá sempre lhe causar uma impressão de incapacidade. É comum você se queixar de que as coisas não vão muito bem no trabalho, e que você definitivamente merece uma oportunidade melhor, mas pense, o que faz de diferente de todos que estão a sua volta para merecer tal oportunidade? É injustiça da sua chefia ou desinteresse de sua parte? Na importa qual seja a resposta, ambas precisam de mudanças imediatas, que seja uma nova imposição diante seu superior diante sua frustração por não conseguir uma nova posição dentro da empresa ou mesmo a falta de ferramentas que lhe faça desenvolver um novo campo de atuação (desenvolvimento profissional e pessoal precisa ser constante).

Reclamar do que está errado é tão fácil quanto cometer erros, e não leva nada e ninguém a lugar algum, é preciso que além de apontar a necessidade de mudanças você traga também às soluções, que em alguns casos só são resolvidos começando do zero.

Ter medo de mudar é se permitir continuar a viver o mesmo todos os dias.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mais do mesmo...

“Oi prazer” – Realmente faltou dizer isso.

Éramos como conhecidos estranhos que acabaram de se conhecer após muito tempo sem se encontrarem.

Acontece às vezes, alguém a quem amávamos se torna um desconhecido a quem sabemos muito sobre. E mesmo conhecendo cada movimento, gesto, olhar, toque, ainda sim continuamos a nos perguntar sobre quem é a pessoa que está ao nosso lado.

Não é ruim, não sei o que é... De repente é um novo olhar, uma nova forma de ver que amadurecemos com o tempo e com as pessoas, e que um túnel sem saída não necessariamente quer dizer o fim... Pode ser apenas a idéia de um novo começo. Cabe a você decidir como recomeçar.

Aconte às vezes...

Um dia tu acordas e se pergunta: Cadê aquele amor avassalador que tanto me fez sofrer? Sim, o amor de uma hora para outra se transforma, em que? Ele deixa de ser inquietante, arrebatador e simplesmente deixa de incomodar (para mim estar amando é sentir um constante incomodo no peito, e NÃO estou dizendo que isso é ruim).

A gente ama tanto alguém a quem desejamos mais do que qualquer outra coisa, que quando deixamos de amar sentimos um vazio enorme, e fingimos ou achamos que ainda continuamos a nutrir o mesmo sentimento só para não nos sentirmos desamparados por não ter a quem amar, e daí vamos constantemente tapando buracos com novos “amores” que não duram mais que dois ou três meses. Por fim voltamos a dizer que tudo isso é por que não esquecemos “o fulano de tal” a quem amamos.

Talvez eu esteja apenas sendo mais uma vez incoerente, e por isso eu vá cometer um outro erro em minha vida, mas certamente estou livre para viver uma nova história (não falarei sobre minha vida pessoal, então já posso estar vivendo algo – suposições), e sinto que apenas tenho a necessidade de não afastar para sempre um sentimento que pode ainda existir.

É tudo complicado, eu mesmo estou confuso, mas me sinto tão livre, que me sufoco diante a tamanha ausência de impedimentos. A felicidade nunca me foi dada com tanta facilidade, o medo tornou-se uma inconstante e a distância meu maior desejo.

Um novo Leonardo partiu de mim, quando eu sequer tinha tempo para reconhecer quem eu acabara de me transformar, uma incógnita se fez presente e cortou como faz uma lâmina afiada as incertezas que eu outrora carregava.

E vou em frente, amando ou não, e me deixando viver, seja aonde eu for, e que o vento me leve para onde precisar me levar.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O gato de botas...

Passei todo o dia de ontem pensando sobre o que escrever nada, ABSOLUTAMENTE NADA, era bom ou inspirador suficiente para ser tema do meu “POST”. Não o fiz... Acabei colocando um texto já publicado.

Estranha sensação essa minha de insegurança em criar que me sufoca, e faz me senti tão vulnerável que se torna inevitável ceder à carência (calma! Vamos lá: 1º não estou carente por estar solteiro – também NÃO ESTOU carente, fiquei. 2º talvez a “carência tenha surgido ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE por não conseguir escrever nada. 3º Mudou tanta coisa em tão curto tempo que isso me assustou um pouco. 4º saudades do meu pai que está em outra cidade para tratamento – não quero e não vou falar sobre este fato por agora aqui no Blog. 5º CHEGAAAAAAAA de tantas explicações para tentar não me passar por carente. ESTOU CARENTE MESMO! FALEI), e me deixa sem rumo, desejando não parar de desejar respirar novos ares e encontrar muitos motivos para me inspirar.

Mas agora que comecei a escrever, percebi que existe algo errado, e de imediato reconheci o erro, não é falta de inspiração, não é somente carência (GENTE! Por que vamos insistir nesse assunto?), é justamente o contrário, é o surgimento de um novo (porém já conhecido) sentimento, que chegou tão quieto, que “aconteceu” como uma explosão e admito: Pegou-me de surpresa.

Não esperem que eu fale o que realmente está acontecendo – tudo bem que se eu quisesse sigilo eu nem precisava iniciar o assunto, mas o blog além de ser um local de DESABAFO, também é lugar que encontrei para compartilhar minhas experiências, então vamos dar tempo ao tempo, e depois eu falo mais sobre isso – eu mesmo não esperava viver nada por agora, estava tão quieto na minha que vira e mexe, me “pegava” fugindo de uma nova história, sempre achava uma tangente para correr.

E o pobre Morpheu (meu gato) é quem esteve agüentando toda minha inquietação ontem, o coitado correu de mim como o “Diabo foge da Cruz” (quem inventou essa expressão tosca hein?), só porque eu estava gritando o tempo inteiro para que ele saísse de perto de mim (gente, já viu bicho mais carente que gato?).

O “POST” vai ficando por aqui, quem sabe volto ainda hoje para “de repente” dizer que estou mais feliz, inspirado, e contente, aí, aí, aí... (não é amor! Parem de inventar coisas. Aff! kKKKk¹²³).

Me repetindo...

Quem sou eu?

Engraçado que quando nos perguntam isso ficamos imóveis e sem saber o que responder. O que mais causa perplexidade, é o fato de que somos autores de nossas histórias, agimos sempre impulsionados pelo nosso “eu”, nascemos e morreremos sem dividir com alguém quem somos, mas ainda sim não sabemos nos explicar.

Um rio, de águas correntes. Talvez está seja a nossa melhor discrição, mas enquanto individuos únicos, somos feitos de uma complexidade infinita, uma construção inconstante, de emoções incertas e certezas mutáveis. Sozinhos não podemos ser só rios, somos além...

E é essa dúvida que me leva a questionar quem sou, me faz buscar em minhas transformações resíduos do que fui, fazendo com que eu consiga entender melhor o que hoje sou... Me descubro um paradoxo, multifacetado, inconstante/constante, um desdobramento respondendo aos estímulos do dia a dia. Um personagem real de uma vida criada no improvisso.

Alguém que a todos diverte, mas não consegue a si mesmo se entreter... Que chora por um amor perdido, sem nada poder fazer...Alguém a quem todos enxergam um monstro, quando somente a verdade não quer encubrir. Um bobo cuja a sua ingenuidade é sempre descutida, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. E por fim um lunático, distante e inconsciente de sua própria realidade. Mas não se engane, não sou tão bom quanto me defino, sou impiedoso com aqueles que desprezo, soberbo e prepotente com os que não conheço. Um anjo altivo, majestoso em sua arrogância... Um verdadeiro Pierrot.

(Quem sou? – Leonardo Kifer)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Inquieto "eu".

O quero não quero?
Eu vivo.
Eu penso.
Eu faço.

O que quero?
Eu pondero.
Eu espero.
Eu desisto.

É difícil viver,
Quando não se tem calma,
Quando não se sabe lidar com o tempo,
E não se pode ser você.

(Passagens – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Bsb Rio.

E de repente pareço reviver algo,
Um dejavú talvez.
Um velho e antigo amor,
Que surge depois de eu nunca vivê-lo.

É alguém novo,
De hábitos já muito conhecido,
Que me rouba para si,
Quando eu começava a buscar a solidão.

Não foi o sorriso,
Artigo difícil,
Para se conseguir nesta,
Ou em qualquer outra encarnação.

É o agora,
Contrastando com algo que nunca vivi.
É o querer mais que querer,
Desejar algo que sem saber explicar,
Eu já vivi.

Um olhar incerto,
Sentimentos indiscretos,
Que surge separado por quilômetros,
E que se une sem um único toque,
Apenas um e-mail ou uma ligação.

É você e não sou eu,
Ou o contrário,
Para que tanta explicação?

Viver o que não é para ser certo.
Se estava escrito,
Alguém leu,
E causou toda essa confusão.

(Entre cidades – Leonardo Kifer)

Entre cores.

Primavera fria,
Sem cores,
Sem chuvas,
Sem um possível verão.

Não é amor,
Não é mais nada,
É só vazio,
Não é outono nem inverno,
É apenas solidão.

Confusão de sentimentos,
De um novo momento,
De um mundo pequeno.
De uma história que não tem nós dois.

(Quatros estações do amor – Leonardo Kifer)

domingo, 25 de abril de 2010

Espelho.

Passei tanto tempo da minha vida sendo uma pessoa que não sou, contida em “razões” e premissas que de uma hora para outra percebo vazia e quase que sem valor algum... Por muitas vezes engoli a vontade de chorar pelo simples fato de que cresci ouvindo que homens não choram, ou mesmo, fui cruel com alguém a quem queria somente abraçar e ser gentil... Quase sempre agi para ser quem sou, e não sendo realmente o que sou. E essa é mais uma de minhas verdades: “Não sou um bom menino... Já não sou mais menino, sou apenas um homem, que não sabe como lidar com a vida tão bem quanto queria saber. Sou e estou perdido!”.

Engraçado sentir ciúmes e demonstrar... Não lembrava quando havia sido a última vez que eu tinha realmente tomado uma atitude partida tão sincera de mim, sem me importar de estar me passando por ridículo, de ser julgado pelos outros, de bancar o idiota ou qualquer outra coisa... Apenas fiz. E por mais errado que tenha sido, eu nunca estive tão à vontade comigo mesmo, leve por ter agido em resposta ao que senti.

É ruim se sentir vulnerável perto de alguém e não poder fazer nada para mudar... Estar de mãos atadas apenas sentindo uma louca e incontrolável vontade de estar ao lado, abraçar e compartilhar momentos comuns... No entanto é quase impossível desejar a lua imaginando que o sol não irá iluminá-la por todas as noites...

É estranho não saber escrever sobre si, ainda mais quando se acaba de ser você mesmo.

Nem sempre anjo!

Quantas vezes realmente fomos capazes de sermos nós mesmos sem que tenhamos nos importado como as outras pessoas que nos olhariam? Eu raramente sou assim... Sempre acho que a imagem que construí para mim (ainda que nem sempre positiva aos olhos de muitas pessoas) fosse mais importante do que muitas “vontades” minhas, e vivi a sombra por bons longos anos... Na verdade ainda me escondo, entretanto vez ou outra sou capaz de ceder ao estranho desejo de “fazer”, não importando qual conseqüência eu venha pagar.

Ontem não foi diferente, agi com o coração e retornei para onde jamais deverias retornar, não foi fácil abrir mão do orgulho, da timidez e jogar para longe alguém a quem eu tenho ou tinha um contato amistoso, mas certamente foi pior ver e ouvir tudo que ouvi. Hoje eu me importei mais em não ser um bom moço do que realmente poder parecer um... Assumi de uma vez por todas que não sou e me incomoda ser tratado como tal.

sábado, 24 de abril de 2010

Corrido...

O sábado passou tão corrido que nem tive tempo para nada... Tudo pareceu tão pouco, que pouco encheu por completo meu dia, fez do confuso um mar calmo, sem chuva com sorrisos e um pouco mais que gratidão. É um dia curto, para horas apressadas, sentimentos indecifráveis e muito mais do que paixão. Não é amor, não é nada, é um texto rápido, de alguém sem tempo para dizer que quer mais que tudo, mas também sabe lidar com algumas recessões.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Janelas fechadas...

E de repente você acorda e o mundo está exatamente igual. Não mudaram as janelas do seu quarto, tão pouco trocaram as cortinas... Lá fora a mesma grama no quintal banhado de sol, as carros passando de um lado para o outro, as pessoas andando apressadas. Você percebe que o dia apenas passou...

Algumas vezes dormimos com o desejo de que o amanhecer nos traga uma vida nova, sem os anseios, desejos, lágrimas e amores que tanto nos fazem sofrer... Acordar e simplesmente viver o novo, e do passado apenas as boas recordações.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Endorfinas...

Entre tantas coisas com as quais eu preciso lidar, o medo é sem dúvida nenhuma a que mais me desestrutura e me faz ter cautela sobre como devo me portar e agir, não importando a situação em que eu me encontre, sempre irei pensar antes de tomar qualquer decisão.

E é justamente o medo que leva, me faz seguir em frente, errar e acertar, ser quem sou, e me modificar. Sou feito dele no entanto é coragem que me alimento. Contraditório alimentar meus anseios com coragem, e "alimentar-me" de forte quando na verdade preciso estar frágil.

O medo me faz amar, na mesma proporção que a certeza da reciprocidade do amor alheio me embrulha o estomago. Estapafúrdio isso, eu sei... Novamente sinto a contradição em minhas veias como doses incontroladas de endorfina, liberando de novo a coragem, e daí a vontade de dizer: NÃO EXISTE AMOR!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Acontece...

Tem dias que a gente precisa de um enorme silêncio para entender que não importa o quanto sofremos por amor, tudo acaba. E é justamente a partir do silêncio que encontramos a oportunidade de viver outro amor.

*Desculpem a falta de tempo... Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

E se não for "de repente"?

Engraçado como observando alguns textos meus, fui percebendo o quanto tenho hábito de começá-los com a expressão “de repente”, e daí me dei conta de que sim, a vida é um grande acaso, que surge sempre do que inesperado, ainda que esperado, “acontecer”.

Mudamos tanto ao longo de nossas vidas que passamos grande parte dela sem nos darmos conta de que deixamos passar pela gente ou simplesmente não damos importância detalhes e sinais que poderiam dar fim aos muitos “de repentes” que não vimos.

Quantas vezes foram às vezes em que acabamos percebendo que nossa melhor amiga era na verdade o grande amor de nossas vidas só quando ela se apaixonou por outra pessoa? Falta de iniciativa ou de coragem? Ou por que tudo parecia simples de mais?

De repente estamos escrevendo de forma errada nossas vidas e por preguiça de ter que reescrever novas linhas temos abreviado nossas possibilidades com resumos sem grande significância, e desperdiçamos importantes rascunhos transformando-os em um imenso e tortuoso “talvez”.

Não deixe de observar o que realmente esta acontecendo em sua volta, e veja se você é ou não responsável pelos muitos “de repentes” em que vive.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

De novo Frida!

No dia em que Frida foi embora
Eu não chorei.
Fiquei parado.
Encostado a porta que acabara de se fechar.
Eu estava só em casa,
Apenas eu e o cheiro ainda “vivo” de Frida.

Na manhã seguinte a sua saída,
Eu estranhei o silêncio,
A falta das brigas,
E das gargalhadas dela.
O mundo agora era estranho sem Frida.

Por várias vezes me peguei olhando a porta.
Talvez na esperança de que ela voltasse.
Mais com o passar dos dias percebi que isso não aconteceria.
E sem esperança deixei de esperar.

E quando vi minha vida havia mudado,
Eu havia começado a beber, a fumar...
Mais tudo isso era provisório,
Porque o dia que Frida voltasse eu largaria meu vicio.
E não estaria mais só.

(Sem Frida – Leonardo Kifer)

*Texto rápido - Amanhã venho com calma.

Ps.: Eu senti falta!

domingo, 18 de abril de 2010

Final de semana...

Não tem muitos dias que eu te descobri.
No inicio eram apenas palavras,
Com sarcasmos e verdades,
Não importasse a quem fosse ferir.

As letras viraram frases,
Em janelas de conversação,
Com uma foto no canto
E uma enorme descontração.

Mas neste final de semana eu descobri a voz,
Algumas risadas,
Muitos contos,
E um encanto.

É diferente,
Inesperado,
Improvisado,
Dormimos juntos com o nascer do sol.

(Regras? – Leonardo Kifer)

sábado, 17 de abril de 2010

Acreditar= Possibilidades

É estranho como quase sempre achamos que é impossível que nossas vidas tomem uma direção completamente oposta a ao momento em que vivemos, nos julgamos incapazes de sermos dignos de uma reviravolta com um desfecho (não é um final) feliz. Seja em que circunstância for, iremos sempre achar que não há uma solução para uma mudança radical (quantas não foram às vezes em que no fim de um relacionamento achamos que jamais conseguiríamos superar e nos apaixonar por outra pessoa, e em alguns meses – isso quando chega a virar meses – estamos envolvidos e fazendo novas juras a uma outra pessoa?).

É possível. Não importa o quão grande seja o problema ou a dificuldade, sempre haverá uma saída. E não importa que só você acredite, aliás, não importa que os outros acreditem, é você, unicamente você quem precisa acreditar. O primeiro passo para uma transformação é acreditar que ela pode ser possível.

Acreditar (I Believe)

No filme “Um sonho possível”, Sandra Bullock vive Leigh Anne Touhy, uma mulher bem sucedida pessoal e profissionalmente, que encontra Michael Oher, um rapaz que passou por 7 instituições, sempre fugindo dos lugares por onde passava. O filme relata a história real de Michael, que com o auxilio de Leigh consegue realizar o sonho de ter uma família, além de se tornar um famoso jogador de futebol americano. (chorei o filme inteiro, e daí?)

Michael só precisou acreditar que podia dar certo, e deu! Quantas não foram às vezes que você julgou que algo não daria certo antes mesmo de começar? Quantas vezes você não podou seus galhos por medo? Quantas maças não nasceriam de ti pelos galhos que você não permitiu crescer? É estranho perceber que nos limitamos por medo ou por simplesmente não acreditar.


Permita-se ir além e acredite que não é porque uma muda é só uma muda que ela não vai virar uma linda macieira.