sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sentido Contrário ao Vento

Pra onde vai o vento,
Depois que passa por mim?
Despertando estranhos sentimentos,
Me deixando sem saber pra onde ir.
Deslocado em meio a pensamentos,
Desnorteado por não saber como agir.

Pra onde vai o vento,
Depois que some no mar?
Ondas, amor e ressentimentos,
Se desmancham no encontro com a areia,
Na praia vazia da desilusão...

Pra onde vai o vento,
Depois de me perseguir,
Entrar por minhas janelas,
Trazer lembranças e me confundir?

Vento traiçoeiro,
Que me jurou amor...
Mentiroso,
Não sabe as marcas que me causou.

Eu não nunca mais quero saber do vento,
Não me interessa para onde ele foi.
Estou tentando seguir em frente,
Estou andando sentindo contrário ao vento,
E me arriscar se preciso for...

(Sentindo contrário ao vento – Leonardo Kifer)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Percepções!

Quando estou sozinho,
Coberto pela a noite,
Céu sem estrelas, sem lua.

No silêncio do meu “eu”,
Posso te reencontrar,
Reviver o nosso sonho,
E de novo te amar...

É quando sozinho,
Que eu me permito ser seu,
Relembrar nossas conversas,
E o tempo que se perdeu...

Deitar-me com você,
Acordar novamente no seu colo,
Sem medo do tempo te levar...
Sonhar acordado...

É sozinho que eu choro,
E depois começo rir...
Vejo que na vida tudo tem um porque,
E todas as histórias precisam de um Fim.

Se era pra se eterno eu não sei,
Acabou...
No presente não existe nada,
Apenas as lembranças perdidas no vazio
Entre eu e você.

(Lembranças perdidas entre eu e você – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Letras de um outono partido...

E de repente,
O silêncio incomodou,
O outono acordou cedo,
E resolveu improvisar...
Com isso sobraram apenas os galhos,
Pois as folhas o vento levou...


E eu que já fui música,
Agora somente poesia,
Frases largadas pelo caminho,
De histórias tão minhas,
Que só lembro o final,
Sem recordações de como tudo começou...

Palavras secas,
De um passado tão confuso,
Um estranho presente,
De amor que não se enxerga no futuro.


Acabou,
Ao menos assim tinha de ser,
Não interrompa o silêncio,
Pois é ele que não deixa nossa canção voltar a tocar...

Vá sem medo,
Não peça desculpas,
Vá depressa,
Não há lugar para mágoas,
Apenas vá e não olhe para trás.

Existe o medo,
Porque não tê-lo,
Foi tudo tão intenso,
Que mesmo se fosse muito, não seria demais.


Não nos torne novamente música,
Permita que nossos corpos desafinem,
E que eu conseguir parar.

Me impeça,
Antes que de novo eu caia como as folhas deste outono frio,
E mais uma vez me entregue,
E sem perceber, volte a voar.
(Letras de um outono partido – Leonardo Kifer) 

domingo, 8 de abril de 2012

Viver simples...

Simples...

Simples é viver cada novo dia sem medo do por vir...
É entender que o passado não guarda mágoas,
Pelo contrário,
Ele é generoso e nos deixa seguir em frente.


Simples é aprender que o amor é um exercício de convivência diária,
Onde nem sempre o que vence é a razão...
Mas é preciso compreender que só a verdade o faz durar.

 
Simples é entender que em um mundo de tantas diferenças,

Não existem diferenças, somos todos iguais.
Sem distinção de raça, credos ou mesmo condição social,
Nada é capaz de nos individualizar, ainda que por si só sejamos indivíduos.
 

Simples é nos permitirmos tornarmos palavras,
E nos escrevermos no mural da vida como permissionários de nós mesmos,
Sem arrependimentos, basta apenas acertarmos o que não foi feito de maneira correta...
 

Simples é sermos Guerreiros de nossas histórias,
Amando, algumas vezes chorando ou apenas vivendo,
Na simplicidade cotidiana de se encontrar humano.


(Simples – Leonardo Kifer)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Ferido

Um dia as palavras me serão escassas,
Faltarão dizeres em meio a tantas coisas a serem ditas...

Calo-me toda vez que preciso gritar,
Escondo a angustia que sinto sempre em sorrisos largos,
E omito a vontade de chorar, quando não deixo meus olhos marejarem...

É amor,
Em um desejo puro, de ser profano.
Mas também é rancor,
Quando o querer torna-se desumano.


Sem lágrimas,
Finjo não sofrer...
Às vezes até brinco de ser frio,
Sem medo algum de me congelar.


Não tem mais jeito,
Só existe uma coisa a ser feita,
Esperar...


(Ferido – Leonardo Kifer)

domingo, 11 de março de 2012

Marcas

Acordar naquela manhã fria, sozinho, me angustiou...

Não havia marcas no chão,
As portas não registravam sinais de força,
Não houve barulho,
Nada que pudesse explicar tua ausência,
Mas inexplicavelmente tu não estavas...

Como você não estava ali ao meu lado,
Como pude deixar-te ir?
Eu corria pela casa a tua procura,
Mas nenhum sinal...

Busquei inúmeras vezes uma pista,
Um por que do teu desaparecimento,
Mas não havia explicações,
Simplesmente tu não estavas ali...

Já cansado de procurar,
Chorei até me faltar as lágrimas,
Lembrei-me de todos os momentos que ao teu lado eu vivi,
E dormi, agarrado a esperança de que pudesse voltar com a manhã.

Outro dia se fez,
Novamente o frio me recebeu,
Mas desta vez havia a chuva,
Lavando as lembranças que eu deixei jogada por toda a casa...

Eu já não mais te procurava,
Não esperava que voltasse,
Pouco lembravas de ti.

A chuva limpou bem mais que as lembranças,
Ela me trouxe a segurança,
De que eu podia existir sem ti...

Doce paixão,
Que viveu uma amarga ilusão,
De que um dia precisa partir,
Levando com sigo a razão,
Deixando a emoção,
Que sozinha se parte,
E não demora a ruir.

(Marcas – Leonardo Kifer)