sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Coisas pra pôr no baú...



Eu preciso juntar em um baú
Coisas que precisam fazer sentido.
Pra eu entender que não posso mexer no futuro
Sem que antes eu escreva um passado.
Não importa o quanto eu deseja estar ao teu lado,
Por que vontades nem sempre deixam de ser vontades.
E para um homem como eu a maior certeza
É a incerteza do amanhã.
E mesmo que todas as noites eu sonhe com você,
A luz do dia sempre me fará lembrar da distância entre nós,
Que moramos quase do lado um do outro,
E ainda sim nunca nos encontramos.
E eu com toda maturidade que a juventude me trouxe,
Sou apenas um menino, bobo
Que se perde e fica sem ação,
Diante de toda a imaturidade de sua adolescência.
Talvez eu que eu precise colocar no baú seja coragem,
E assim falar palavras tremulas,
De carinho e admiração,
E pouco a pouco descobrir se tudo isso realmente é paixão.

(Coisas pra pôr no baú - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Transições do amar...



As vezes é difícil começar um poema,
Nenhuma estrofe parece se formar,
As vezes faltam tema,
Outras parecem sobrar.
Então falar sobre mim é um jeito de iniciar,
Me apresento, digo que sou,
Abro um sorriso,
E aos poucas as rimas começam surgir.
Mas se estou triste,
Não adianta,
Nem a mais linda prosa me encanta
Fico quieto em um canto,
Assim como fazia quando criança.
Se feliz,
Tudo me faz um novo mundo perceber,
Um adulto menino,
Que precisa o amor escrever.
Poesia do choro, do riso.
Do poeta que ama,
Que perde,
Que ganha.
Do “eu” que ama,
Que deixa de amar.
Que ama de novo,
Um novo,
Até um novo começar.
O amor é um pedaço,
De muitos pedaços que somos,
Todos eles com começos,
Meios e fins.
Muitos pedaços de começo, meio e fim.
Um eterno inconstante.


(Transições do amar - Leonardo Kifer)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Beijos não dados...



Toda vez que beijo alguém
Faço um poema pra comemorar.
É como se os beijos fossem necessários
Para fazer versos e prosas rimar.
Mas hoje que não beijei ninguém,
Hoje que só vi meninas beijar
Não terias motivos para poemas,
Mesmo assim resolvi criar.
O poema dos beijos que não dei,
Da vontade que fiquei de beijar,
Faltou coragem,
Sobrou vontade,
Mas de certo eu não podia desejar.
Beijos quando não dados,
Deixa curiosidade no ar.
Beijos desejados,
Deixa a noite com vontade de beijar.
Poema bobo,
De menino bobo,
De vontades e mistérios,
De desejos e vergonha.
Faz com que toda vez que eu te não beije,
Um poema fique no ar.


(Beijos não dados - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meu mundo...



Me perguntaram em que mundo eu vivo.
E de imediato eu soube responder.
Vivo no mundo dos sonhos,
E resido na casa que escolher.
Insistentes não se contentaram com a resposta que eu quis dar,
E meu mundo começaram a questionar.
Disseram que tal lugar não podia existir,
Eu nem titubeei e comecei a rir,
Porque se o mundo era meu, como não poderia existir?
E de novo a resposta pareceu não agradar,
E apostaram que meu mundo eu não podia comprovar.
Sem medo a aposta aceitei,
E pro meu mundo à todos convidei.
Todos ficaram calados,
E eu comecei a perguntar,
Porque meu convite eles não quiseram aceitar.
Mas a resposta ninguém soube dar.
E meu mundo ninguém jamais voltou a questionar.


(Meu mundo - Leonardo Kifer)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dois Rios...


Qual é o caminho que preciso seguir pra te encontrar?
Muitas vezes me sobram trilhas,
Mas me falta uma direção...
Seguir em frente é arriscado às vezes, eu sei.
Ainda mais quando tudo que tem lá na frente são incertezas,
Lugares que os mapas não indicam,
E que quase sempre ninguém ouviu falar.
Mas é andando pela desconhecido,
Que consigo te encontrar,
E mesmo ao teu lado, quase sempre ainda precisarei te achar.
Juntos somos dois diferentes rios,
Buscando uma única direção...
Mas pra sempre seremos inconstantes constantes,
E descobriremos que somos nossas próprias direções.
(Dois Rios - Leonardo Kifer)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Amor



Hoje conversando com um amigo, acabei me dando conta de como já sofri por amor, e de quanto sou persistente por continuar tentando acertar.
Acho que ao longo da minha vida, fui me aprimorando nestas “tentativas” de encontrar minha “cara metade”, e hoje apenas deixo acontecer, salvo uma vez ou outra que me interesso por alguém, mas o comum é que o amor venha por si só, e não como antes, que eu tentava fazê-lo acontecer.
É bem certo que o amor é como um bilhete de loteria, onde o prêmio máximo é a reciprocidade do mesmo sentimento, e suas sub-divisões são as “ficadas” com a pessoa que amamos, a amizade da pessoa amada (Que em geral só nos faz sofrer ainda mais). E aqueles quase “acertos”, onde julgamos ser correspondidos ou ganhamos sorrisos e troca de olhares. Mas em geral ouve-se muito dizer sobre o desprezo.
O “amor” deveria ser opção, e não simplesmente obra do acaso, o inconsciente agindo por conta própria, dando uma de cúpido e atirando flechas a torto e a direito. Optar por querer amar seria de certo a solução para todos os males do amor, diminuiriam quase a zero o número de casais se divorciando, e as brigas de casais seriam artigo em falta nas prateleiras antes cheias nas nossas lista de acontecimento do dia-dia. O amor enfim seria perfeito. Escolheríamos apenas quando tivéssemos certeza da reciprocidade.
Mas a utopia do amor perfeito não se torna real em um mundo onde poucos tem amor próprio, e o respeito ao ser - humano alheio deixou de existir a muito tempo, hoje vivemos a era do egoísmo supremo, aonde o “EU” prevalece como única verdade. Vivemos as muitas verdades de pessoas egoístas, que esqueceram que amar é compartilhar, dividir os bons é maus momentos, e não apenas somar. O capitalismo atingiu também o amor. Seja ele de pai e filho, irmãos, amigos e da mulher amada, o amor só acontece enquanto uma das partes ainda é útil, fazendo assim os amores eternos sumirem.
Bem, vou continuar deixando que o amor aconteça, da forma provinciana como aprendi amar.
(Crônica : O Amor / Autor: Leonardo Kifer)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O nosso verbo "Ser"



Acho que algumas vezes em nossas vidas acabamos esquecendo quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir, e quando nos damos conta disso já é tarde, porque deixamos para trás sorrisos que não olhamos, janelas que não vimos serem fechadas, fotos que podíamos ter tirados e pessoas por quem poderíamos ter nos apaixonados...
Talvez sejam estes momentos que precisamos achar, e não mais se deixar esquecer... Pois justamente quando agarramos o que vivemos é que começamos a escrever um novo verbo para o nosso infinito “ser”.


(Conjugando o “ser” - Leonardo Kifer)