quarta-feira, 31 de março de 2010

"Poetinha"

O que faz de uma criança um poeta?
Bem talvez a idade o prejudique.
Já ouvi algumas pessoas assim dizer...

Então se o transformamos em adolescente, adiantará?
Não. Vão dizer todos,
Um poeta precisa ter idade para viver a dor,
Então se ainda não é jovem,
Não sabe o que é amar.

Mas eu digo que sim,
O poeta pode ser sim uma criança,
Um adolescente,
Ou seja lá que idade tiver...
O amor independe do tempo,
E dele fala quem quer...

Em linhas tortas,
Textos curtos,
Sentimentos ainda imaturos,
Tanto faz, não importa...

Com versos, com rimas,
Ainda que sem rimas,
Ainda que sem versos,
Poema ou poesia,
O menino, o rapaz, o homem
E em qualquer fase,
Como já disse, tanto faz...

Com um lápis,
Uma idéia,
Um amor,
É poeta.
Pronto!
Acabou.

(O poetinha – Leonardo Kifer)

***Poema dedicado a um poeta novo... De talento único e coração sem fim..

Um jeito novo de ser feliz...

Então um dia você acorda e percebe que a vida pode ser muito mais simples do que ela realmente se mostra. E baseado nisso você estranhamente se dá a chance de recomeçar a viver de forma mais tranqüila e apaziguadora, os problemas que antes lhe traziam enormes dores de cabeça já não incomodam mais, tudo tem uma proporção menor agora, o único valor importante agora é a felicidade, e está moeda torna-se capaz de mudar seu mundo.

É claro que você não está louco, apenas descobriu um novo modo de viver, um jeito diferente de ser de continuar a ser você.

A hora é essa, aproveite... Corra atrás do tempo perdido, refaça as amizades que se perderam, busque consertar o que ainda pode ser reparado, descubra o doce prazer de ser feliz.

Acreditar...

Certa vez ouvi minha mãe dizer que eu precisava acreditar em meus sonhos e segui-los, não importasse fosse os desafios que iria encontrar, pois no final eu seria realmente surpreendido pela conquista. Lembro-me de ter ouvido isso e ter pensando: “Minha mãe é uma louca, quer que eu quebre a cara e me dê mal na vida”.

Anos se passaram depois dela ter me dado este conselho, deixei de ser adolescente e me tornei um adulto, ainda que a imaturidade continue a figurar sobre mim... No entanto a frase não se perdeu com o tempo, e atravessou as fases da minha vida ao meu lado.

Muitos dos meus sonhos eu confesso que não se realizaram, alguns eu até deixei de lado, outros já nem merecem ser sonhados, entretanto a crença nos sonhos nunca se perdeu...

Não sei se minha mãe estava certa quando me disse que eu precisava acreditar, mas certamente ela não errou ao dizer que é preciso segui-los por entre os caminhos de pedras...

Acredite nos sonhos, independente do quão impossível ele for... É possível, lembre-se sempre disso!

(Sonhos – Leonardo Kifer)

terça-feira, 30 de março de 2010

O par de sapatos velho...

É muito bom quando deixamos de lado aquele velho par de sapatos que nos incomoda há tanto tempo e damos lugar a um novo, mais confortável, que faz com que nos sintamos realmente bem.

Assim também é com nossa vida, às vezes carregamos sentimentos que não nos fazem bem e teimamos em mantê-los seja por orgulho ou por comodismo, e deixamos de resolver questões simples que acabam se transformando em um enorme problema sem que haja a necessidade de passarmos por isso.

Então por que manter o “velho par de sapatos” dentro do seu coração?

Deixe de lado a mágoa, o orgulho, ou qualquer outro sentimento que possa estar te impedindo de reconquistar um amigo, colega, namorada(o) ou o que quer que seja que você possa ter perdido. Pois, por mais que digamos que não nos faz falta, sempre incomoda conviver com a falta de quem ou do que já nos foi importante. É sempre bom se sentir bem realmente de verdade.

segunda-feira, 29 de março de 2010

4 tempos...

Chocolates...

A vontade de comer chocolate tomou conta de mim, e para variar em cedi ao desejo e sai da minha dieta. É tão difícil se controlar diante de algo tão gostoso. Enfim... Quilos que se ganha satisfazendo-se com o que dá prazer se perde rápido.

À noite...

Inexplicavelmente dormir foi uma verdadeira tormenta. Não adiantava contar ovelhas, bezerros, cabras ou qualquer outro bicho quadrúpede que possa fazer dar sono, nada funcionária.
Tudo me levava a pensar em minha vida, e o quanto eu preciso ainda mudá-la... Fechar os olhos era ir a encontro de um Leonardo que ficou para trás, e reviver, mesmo que em pensamentos confusos, as histórias que me fizeram querer mudar.
O sono veio depois de muito tempo, e só chegou após eu entender que vivi o que realmente precisava viver.

Pingos nos “is”.

É muito bom que algumas coisas fiquem realmente claras, e antes mesmo que eu pudesse manifestar o desejo de colocá-las em seu devido lugar, elas se encaixaram sozinhas.
E foi assim com Mariana, nosso reencontro aconteceu em um momento em que a presença dela era muito importante para mim, mas não se deu por outro motivo que não seja o de amizade. E foi muito bom saber que ela entendeu, ou melhor, que também pensa assim.
É de conhecimento de muitos e especialmente dos que lêem o blog que eu amei (talvez ame) Mariana, e que por ela fui além de mim, assim como que meu sentimento foi amadurecendo (e deste lado vejo como um jeito pejorativo, porém fundamental para me tornar quem) de uma forma crescente a medida que eu ia conhecendo-a;
Mas neste momento da minha vida eu não quero e não vou mentir para mim mesmo, não procuro viver uma história ou mesmo revivê-la, busco apenas viver sem tormentos e preocupações que à poucos meses vivia. É o meu tempo. O tempo que talvez eu nunca tenha dado para mim... Não quero estragar essa amizade simples e bonita que está nascendo entre mim e Mariana, quero apenas vivê-la... E das pessoas que deixei no passado, ela foi a que mais me fez falta.

Ovos de páscoa.


Ir comprar ovos de páscoa é um verdadeiro derradeiro. Gente não tem como, tem ovos de tudo quanto é tipo. Qualquer dia terá um ovo para a comunidade GLS. Para! Ovos de páscoa não precisam ser automatizados e virem com um robô ou uma boneca inflável, basta vir com chocolate... Eu quero a simplicidade da páscoa de voltaaaaaaaaa!

domingo, 28 de março de 2010

O domingo...

De uma hora para outra decidi mudar minha história, percebi que podia fazer diferente e corrigir erros que podiam ser evitados. Mas é difícil mudar quem somos e reconstruir um novo “eu” depois de tantos passos dados, e por fim começar do zero.


Eu tentei, e hoje eu fui fraco em ceder ao passado e me dei a oportunidade de voltar a errar... Retrocedi.

Entretanto, estar de volta ao mesmo lugar que outrora me transformou em uma pessoa indiferente, com as mesmas pessoas que me cercavam, me fez ver que minha decisão não tinha mais volta, minha vida já havia mudado e o lugar e as pessoas já não eram mais importantes parra mim, tudo aquilo havia ficado no passado. Eu estava sendo ludibriado pelo presente, pelas companhias que ainda me são importantes, e nada, além disso...

Foi bom sentir desejo por Mariana mais uma vez, e experimentar na mesma medida o ciúme por vê-la indo embora com outro... Vou bom estar de novo com pessoas que eu não sentia falta, e ver que elas apenas fizeram figuração em um dado momento de minha vida... Eu estava consciente do que me transformei... E definitivamente eu sabia que ali não era meu lugar.

Voltei para casa feliz, e triste por não ter tido mais tempo perto de Mariana, no entanto satisfeito de estar em meu quarto novamente, longe de tudo aquilo que um dia me foi importante...

Se um dia vou voltar? Não sei... Hoje apenas sei que quero viver perto de pessoas que me tragam boas energias, e em lugares em que eu posa simplesmente me sentir a vontade... Quero apenas não ter medo de me sentir só...

(Reflexão de um domingo à noite – Leonardo Kifer)

Ressaca moral...

Ontem aconteceu de novo, Mariana bebeu muito, e descontrolada ultrapassou completamente os limites da moral... Envergonhou-me perante todos os meus amigos, e pior, fez com que eu me sentisse um lixo, gritando a quem quisesse ouvir que o filho que ela estava esperando não era meu, e depois caiu inconsciente no chão.

Eu a levei para casa como das outras vezes, mas esta em especial foi a mais dolorosa e sofrida para mim... Achar que eu poderia ser traído pela mulher que eu amo e para piorar o filho que ela está esperando não ser meu, era demais... Enquanto eu dava um banho em Mariana, recordava tudo o que havíamos vividos, enfrentamos tantas coisas juntos, passamos por tantas dificuldades e agora que nossa vida finalmente parecia ter melhorado eu sou surpreendido por uma mulher que constantemente bebe além de seus limites, essa não é ela, ou não era.

Hoje pela manhã ela parecia não recordar nada do que havia acontecido, na verdade fingia não se lembrar. Eu não consegui olhar para ela, apenas fiquei perto para caso ela precisasse de ajuda, afinal de contas ela estava grávida, fosse ou não um filho meu.

Tiago – Disse ela após muitos minutos em silêncio.

Eu somente a olhei, não conseguia falar nada, estava engasgado com o que ouvi dela ontem.

- Eu estava bêbada, não é verdade nada do que falei ontem... Eu só queria que você parasse de tentar me tirar de lá. – Os olhos de Mariana estavam cheio de lágrimas, e como sempre eu cedi ao vê-la chorar.

- Todos os meus amigos agora devem estar rindo de mim, você virou uma alcoólatra, não pensa no seu filho?

- Nosso filho!

- Eu não sei mais... Não sei de mais nada Mariana.

Saí de casa para refrescar a cabeça... Eu amava Mariana mais do que tudo em minha vida, seria capaz de suportar a traição, só não suportaria vê-la sucumbir-se pela bebida. Vou quando decidi que voltaria e que não iria querer saber mais nada sobre o episódio de ontem... Mas foi tarde demais, cheguei em casa e encontrei Mariana caída no chão da sala, e embaixo da cabeça dela uma poça enorme de sangue... Foi tudo muito rápido, entre descobrir seu corpo, a ambulância, o hospital e a noticia de que a mulher que eu amo havia morrido.

Em menos de 24 horas minha vida havia mudado totalmente, eu perdera minha mulher, meu filho (era menino, o médico contou)... Meu medo tornou-se realidade, perdi minha mulher para seu vicio... Tropeçara após beber novamente, e batera de cabeça na quina da mesa da sala.

É preciso conviver com a dor – Disse o médico logo após dar a notícia. Eu apenas entendo que é preciso conviver com uma ressaca moral, para suportar a dor.

sábado, 27 de março de 2010

Ao amigo Caique...

E de repente surge em minha frente alguém diferente de todos que já conheci, e é você...


Na hora confesso que me perguntei o por que de ter ficado tão intrigado em conhecê-lo, mas sequer tive tempo para respondê-lo, eu precisava partir... E assim foi por outras tantas vezes em que nos esbarramos, a desconfiança me consumia a medida em que a distância ía se perdendo. E sem esperar virávamos amigos.

Então o menino de olhos misteriosos, que tentava a tudo desvendar, ganhou voz, e de si próprio começou a contar...

O mistério ainda parece fazer parte de quem ele realmente é... Mas a amizade faz com que eu não me importe mais...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ih! O filme...

Ih! Já ia me esquecendo de falar do filme de ontem.

O filme.

Nunca ir ao cinema foi tão bom quanto minhas últimas idas... Depois de ter assistido a “De repente é amor”, ontem foi a vez de assistir a “REMEMBER ME” (Lembranças)... A companhia não podia ser mais agradável, Natália Gouveia (Nat Preta) com toda sua “classe” e estilo fez com que eu me sentisse completamente em casa dentro da sala do cinema... Em meio a guloseimas como sorvete, pipoca e refrigerante (nada em excesso para não aumentar o peso), passamos todo o filme fazendo comentários fúteis e banais... (Estava com saudades de me divertir sem precisar me preocupar com alguma coisa).

O filme é surpreendentemente encantador, e se desenrola de forma inteligente, prendendo nossa atenção à medida que os minutos passam... Tyler Roth (Robert Pattinson) não consegue se recuperar da dor de ter perdido seu irmão, que se suicida no dia em que completou 22 anos, e neste meio tempo conhece Ally (Emile de Ravin), a filha de um policial, que teve sua mãe brutalmente assassinada. Percebendo que pode compartilhar seu pesar com ela, os dois acabam se apaixonando, numa tentativa de tentar, por meio do amor, se libertar da angústia. Assim, Tyler descobre que a perda pode ser superada e a amargura que envenenava sua alma pode ser curada, levando uma vida junto de Ally. O fim inesperado faz com que “REMEMBER ME” seja um destes filmes que sempre iuremos recordar. Vale à pena assistir.

O Chope. O chope?

Depois do filme fomos a casa de um amigo muito especial, alguém a quem eu devo muito, que fez com que eu reescrevesse grande parte da minha história em mais de um momento. E o trio estava formado, logo após todos superarmos o assunto “peso”, estávamos rindo em um barzinho ali perto. É impressionante como algumas pessoas, independentes de suas histórias e escolhas nunca (definitivamente NUNCA) perdem suas essências, e é possível enxergar em seus olhos o mesmo olhar da primeira vez em que as vimos.

Esse amigo é uma destas pessoas, que independente do quanto tenhamos nos desencontrado ao longo de tão pouco tempo, o reencontro (Pra mim) é sempre uma repetição da primeira vez em que eu o vi. Enfim...

O chope não saiu, ficamos com o chá gelado (Eu pedi um Mate) e a coca zero deles dois... Preta nos tirou divertidas gargalhadas e ele nos contou fatos engraçadíssimos... Eu ri como há tempos não fazia, e por alguns minutos (se foi horas o tempo passou rápido demais que não percebi) eu estava feliz, e tinha esquecido completamente de tudo que estou passando com a doença de meu pai.

Noite deliciosa, e infelizmente sem data para se repetir. Bom demais estar perto de duas pessoas amadas.

Chega disso...

Tem dias que definitivamente nos sentimos tão frágeis que o menor suspiro pode desencadear em um rio de incontroláveis emoções. Hoje estou assim, vulnerável, inconstante, desnorteado... Perdido em meio aos problemas invisíveis, que atormentam minha alma e faz com que eu pareça carregar o mundo nos ombros que mal consigo suportar. Estou fraco, eu sei... E mesmo assim não consigo ser diferente.

De repente o “ser quem sou” ficou insuportável, intolerável até mesmo para mim... E ser diferente é não “ser eu”. Me tornei uma contradição, e o pior de tudo é que não sei como agir diante de tudo isso. Querer mudar não me faz diferente. E a cada novo passo dado, críticas me são jogadas com tanta força que tentar me proteger é em vão.

Sou julgado por quem sequer sabe quem sou de verdade, e por eles sou constantemente diminuído a condição de mostro, e destacam minhas qualidades pejorativas de forma a esconder que também tenho bons predicados. Atiram-me a fogueira sem sequer me permitir o direito da defesa.

Não me faço de bom moço, pois este é um título que a mim não se enquadra... Mas vez ou outra preciso de um abraço para me sentir protegido e até mesmo não me sentir só.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Rapidíssima!

Quinta-feira com cinema, amigos, e distrações acaba tão rápido que dá vontade que dure um pouco mais.

*Amanhã falo do filme.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Leonardo X Kifer


Quem eu sou?

Engraçado que quando nos perguntam isso ficamos imóveis e sem saber o que responder. O que mais causa perplexidade, é o fato de que somos autores de nossas histórias, agimos sempre impulsionados pelo nosso “eu”, nascemos e morreremos sem dividir com alguém quem somos, mas ainda sim não sabemos nos explicar.

Um rio, de águas correntes. Talvez está seja a nossa melhor discrição, mas enquanto individuos únicos, somos feitos de uma complexidade infinita, uma construção inconstante, de emoções incertas e certezas mutáveis. Sozinhos não podemos ser só rios, somos além...

E é essa dúvida que me leva a questionar quem sou, me faz buscar em minhas transformações resíduos do que fui, fazendo com que eu consiga entender melhor o que hoje sou... Me descubro um paradoxo, multifacetado, inconstante/constante, um desdobramento respondendo aos estímulos do dia a dia. Um personagem real de uma vida criada no improvisso.

Alguém que a todos diverte, mas não consegue a si mesmo se entreter... Que chora por um amor perdido, sem nada poder fazer...Alguém a quem todos enxergam um monstro, quando somente a verdade não quer encubrir. Um bobo cuja a sua ingenuidade é sempre descutida, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. E por fim um lunático, distante e inconsciente de sua própria realidade. Mas não se engane, não sou tão bom quanto me defino, sou impiedoso com aqueles que desprezo, soberbo e prepotente com os que não conheço. Um anjo altivo, majestoso em sua arrogância... Um verdadeiro Pierrot.

(Quem sou? – Leonardo Kifer)

O ovo de páscoa...

Alguém viu aonde foi que o outono se escondeu?

O Rio continua tão quente quanto estava no verão, e mesmo com a chegada do outono nada mudou. A temperatura não baixou e o calor insiste em não dar trégua aos cariocas. Sair para almoçar hoje foi um verdadeiro exercício de resistência. Compensado apenas pela companhia de um amigo muito querido.

Justin voltou para o Brasil há quase um mês, e desde então temos nos falado por telefone, uma vez que nesta nova estadia no país ele está morando na capital paulista. Com a vinda dele ao Rio para um congresso, aproveitamos para nos rever... Como é bom estar de novo com um amigo tão querido. Vê-lo certamente fez com que eu repusesse as energias que ontem pareciam estarem esgotadas.

O dia de ontem...

Quando nos deparamos com um problema de saúde na família, precisamos optar entre sermos forte ou nos entregarmos ao problema... Escolhi em ser forte, não deixar transparecer a agonia que tem sido os últimos dias, e usar apenas o blog para desabafar. Mas é certo de que “ser” forte o tempo inteiro é impossível, e comigo não foi diferente, desabei ontem quando cheguei em casa e olhei para o meu pai, e vi nos olhos dele todo o sofrimento que ele estava passando, precisar trocar o curativo dele foi mais doloroso ainda.

As lágrimas surgiam tão velozes que tentar impedi-la seria insignificante, a tristeza tomou conta de mim, em segundos em tinha o cansaço de um homem centenário. E eu nada podia fazer além de tentar não deixar que meu pai me visse chorando.

Vi minha tristeza se perder em uma inocente conversa, e em instantes eu estava ali, falando da minha loucura em parar de comer carne (conto isso com detalhes um outro dia*) e da proximidade da páscoa... Entre um “ENTER” e outro vi a hora voar, e quando dei por mim já passava do meu horário de dormir.

A conversa dos Ovos de Páscoa foi tão extensa, que rendeu até para o dia de hoje, o Justin me presenteou com um OVO, o da foto abaixo, e fato que eu não poderia deixar de ligar para contar a enorme coincidência de ganhar um logo depois de ouvir tanto que eles engordam; RS.


Ps.: Não reparem o pé na mesa, foi o jeito que arrumei de sair na foto sem que ninguém percebesse que eu estava fazendo isso no horário de trabalho. (Ah! Para os curiosos: o OVO é um do Bob Esponja).

terça-feira, 23 de março de 2010

Aos meus velhos e eternos amigos.

Estranho como às vezes a saudades dos antigos amigos aperta o coração de um jeito tão sufocante que não existe outra saída senão buscar na agenda o número deles e ouvir aquelas vozes outrora tão presentes em nosso dia a dia. Relembrar momentos que nos marcaram, risos e muitas vezes lágrimas que ficaram em um passado que jamais se perderá no tempo. Pessoas que entraram e saíram de nossas vidas, sem que ao menos tenhamos tido tempo de dizer adeus. É o amargo gosto das lembranças que o coração teima em querer provar.

Os antigos amigos, não são substituídos pelos novos amigos, apenas encontram a distância de um mundo incomum.

segunda-feira, 22 de março de 2010

2 em 1

Tempos difíceis com pitadas de alegrias...

Se minha vida fosse transformada em um filme, e eu pudesse escolher em que classificação este poderia ficar, classificaria como um Drama/Romance, cujo personagem principal, eu, viveria o constante paradoxo de achar na tristeza um amor. O final desta película é desconhecido, ao menos por mim.

Faz tempo que não me sentia tão bem comigo mesmo, meu coração enfim se acalmou, e consigo floresceu uma paz sem igual... Amar já deixou de ser prioridade, e tornou-se assunto secundário, quando não dispensável nos dias atuais... Se desistir de viver um novo amor? Não, claro que não. Apenas me dou à oportunidade de viver além... E tenho ido.

Talvez distraído pela doença do meu pai (Ele tem ascite, devido a uma infecção no fígado e uma cirrose), eu tenha me descoberto, e isso fez com que eu colocasse como prioridade coisas que por muito tempo fui deixando de lado.

E nessa descoberta me vi livre, solto como nunca estive, e feliz dentro do espaço que a vida tem me permitido ser... Pitadas de chocolate no café amargo.

Um novo amor pode até acontecer, ou estar florescendo, mas, no entanto não tenho me preocupado em regá-lo... São novos tempo de uma primavera que já passou, mas teima em dar flores neste outono seco que acabou de começar.

Um parabéns! Dois parabéns!

Sábado foi aniversário de uma amiga que AMO de paixão, e infelizmente não consegui falar com ela... E quero aproveitar este post (Uma vez que o da manhã foi feito sob pressão do humor matinal) e desejar minhas felicidades a ela, é muito pouco, eu sei, afinal de contas com ela compartilhei os momentos mágicos da minha vida, chorei o fim de um casamento e me vi por duas vezes mudar radicalmente minha vida... Com ela chorei e ri, e fui além... E é inexplicável o quanto amor tenho por ela, minha Borique, Minha Hazait. Feliz aniversário Monique Hazait.

Aproveitando a onda de felicidades, quero parabenizar uma guria que lutou e conquistou seu objetivo, Natália Prado... Fico muito feliz em saber que conquistou sua vaga na UFRJ, é mais do que merecido. Vitória! A primeira de muitas.

O final de semana...

Eita saudades! Passei dois dias sem acessar o blog, e isso me custou muito. Enfim... Voltei e espero não ficar distante novamente.

Sem PC.

O Final de semana foi marcado por dois momentos: Estresse X Super Estresse. De repente eu havia me tornado a falta de paciência em pessoa, tudo me irritava, e nada me fazia sorrir, resultado: pequenos problemas se transformaram em uma montanha sem fim.

Cheguei sexta-feira a noite em casa com o enorme desejo de me conectar na internet, e para minha surpresa o Tobias (o lap top) estava escangalhado. A ira tomou conta do meu ser de uma forma sem igual, eu respirava raiva... Inconsolado, fui dormir sem sequer trocar uma única palavra com ninguém. Acordei com uma dor de cabeça enorme, o sábado começara muito pior do que a sexta-feira havia terminado e eu ainda precisava resolver o problema do “Tobias”. Sem paciência alguma, me privei de ligar para assistência técnica da Dell, e coloquei em uma manutenção particular, o que além de dinheiro me custou tempo e para piorar o humor, esse tempo foi em vão, passei todo o final de semana sem computador.

O que não permitiu que o sábado fosse um verdadeiro fracasso foi o aniversário da prima do Caíque, que foi bem legal... Eu e Thamyres mais uma vez provamos que não precisamos de nada para nos divertimos, e nos esbaldamos de dançar na pista improvisada... Um JUKE BOX estava disponível para quem quisesse bancar uma de DJ, e isso foi o bastante para que a noite passasse rápida o bastante, e a madrugada chegasse despercebida.

Domingo foi de sono. Acordei tarde, e só levantei para descansar os travesseiros, dormi por todo o dia...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma moral da história...

Ontem eu li um texto tão interessante, que acabei trazendo para minha vida a mensagem da história, fazendo um paralelo com algumas atitudes minhas e outras coisas que vivi.

Fala sobre a relação de um homem e um lobo, amigos fiéis que tem suas vidas separadas por conta da inveja das pessoas que não conseguiam aceitar que um homem pudesse confiar em um predador. O desfecho é triste, entretanto a “moral da história” é encantadora, e faz com que tenhamos reflexões sobre o que temos feito em nossas vidas, e o que ainda é possível fazer para mudá-la.

Não é a primeira vez que falo sobre pré-julgamentos, e certamente não será está à última.

É comum atirarmos pedras nos outros, muitas vezes até por defesa, uma vez que estamos constantemente recebendo pedradas, mas o fato é que mesmo diante de uma certeza que nos permita julgar, não temos o direito de nos acharmos os donos de uma verdade absoluta que nos faça “senhor” ao ponto de sentenciarmos alguém por suas escolhas (Isso mesmo estando fundado em provas que constate o “erro” do outro), nosso ponto de vista por mais que seja comum aos outros, será sempre de exclusividade nossa.

Foi encerrar este post com uma frase que li e gostei muito, de autoria desconhecida (prometo pesquisar sobre):

Uma parede é tão boa quanto forem bons os seus tijolos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Perigo!

Acordar cedo tem sido cada vez mais difícil, e a dificuldade aumenta ainda mais à medida que meu mau humor fica mais negro e pesado. É de conhecimento de muita gente que pela manhã sou extremamente mal humorado, entretanto, acordar quando na verdade gostaria de estar indo dormir tem feito com que eu ultrapasse todos os meus limites aceitáveis de inquietação, resultado: Nenhum tipo de tolerância com qualquer pessoa que não seja eu.

Talvez eu tenha que sair de casa com um aviso destes de perigo, do tipo: “Cuidado. Transmite raiva” ou mesmo “Não ultrapasse, cerca elétrica”, mas o fato é que, não consigo mesmo acordar e encontrar felicidade logo nas primeiras horas do dia. Até hoje me pergunto como as pessoas conseguem acordar cedo com uma disposição que chega a dar raiva, sorriem, fazem brincadeiras e até cantarolam. Como podem ser assim? Ninguém precisa dormir?

Definitivamente eu sou o estranho, pois por mais que eu durma cedo, fique 15 horas dormindo um sono perfeito, sonho o melhor de todos os sonhos, eu jamais, vou repetir: JAMAIS, conseguirei acordar cedo e sorrir com sinceridade. No máximo vou fazer tipo se estiver acordando do lado de outra pessoa, e isso se eu estiver realmente apaixonado e a noite tenha sido extremamente prazerosa. Sou um monstro de manhã, réu confesso de minha dependência pelo sono das primeiras horas do dia, consciente de minha ira matinal.

Porque o dia não começa só às seis da noite?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Falei.

Às vezes passamos por algumas situações em nossas vidas em que nos colocamos na condição de vítima, e como achamos que não merecemos isso, indagamos o porquê de passarmos por tal condição. O engraçado de tudo isso é que só nos sentimos assim quando estamos sendo desfavorecido, caso contrário haveria questionamento do porquê de ser feliz.

A grande verdade é que estamos sempre nos colocando como parte de um problema, e nunca como um todo. Estamos sempre vivendo nossas vidas como personagem coadjuvante e nunca como atuante de nossos atos e respostas. Somos egoístas ao ponto de estarmos o tempo inteiro querendo ser feliz, e esquecendo que a felicidade encontra-se até nos momentos de tristeza, só que para isso é preciso se permitir vivê-la.

Precisamos de uma vez por outra parar de idealizar a felicidade como algo que se pode “conseguir”. Ser feliz é um estado de espírito que se alcança. Somos feitos de carne e osso, entretanto sentimos o irreal, e talvez por não puder moldar nossas sensações que estamos sempre desejando a perfeição.

Ontem à noite...

Ontem cheguei em casa e para meu alívio meu pai estava um pouco melhor, até ensaiava entre uma reclamação e outra um sorriso, resultado do inicio do tratamento em que ele tem se submetido. Minha mãe bem mais aliviada até se propôs a fazer sopa para mim - tudo bem que era uma destas instantâneas, mas estava saborosa. De novo éramos uma família normal, destas cheias de defeitos, do jeitinho que sempre gostei... E eu sorria feito um menino levado aprontando mais uma de suas peraltices.

Mas confesso que o motivo de tantos sorrisos não era só por conta da aparente melhora do meu pai, existia outro motivo e por este eu não vi o restante da noite passar.

Era noite de chuva, eu podia escutar a canção dela em minha janela, mais não podia dizer com que intensidade caía do lado de fora, eu estava preso ao doce desejo de permanecer de frente ao computador. E era ele quem me prendia a atenção, e era através dele que eu ia conhecendo um pouco mais de alguém que tem despertado em mim uma estranha alegria e inesperada alegria.

Uma noite tão prazerosa que nem me dei conta de perder as horas, e quando dei por mim já se passavam das 00hs, e o encanto não havia se perdido, percebi que não era magia, era tudo real. Fui dormir contrariado e acordei feliz, estranho isso, não? Enfim...

terça-feira, 16 de março de 2010

Um inesperado alguém...

Nem sempre a gente consegue fazer planos que dão certo. Podemos traçar as melhores metas, segui-las fielmente, e ainda sim corremos o risco de ver tudo ir por água abaixo.

Fazer planos não necessariamente quer dizer que irá cumpri-los, e mesmo que tente, imprevistos (que nunca estão nos planos) acontecem constantemente, e não podemos evita-los a não ser supor que eles possam acontecer, e deixar uma segunda opção sempre pronta para essas horas. E isso é para tudo na vida. Mas não pensem que estou preparado, ainda pouco fui surpreendido pelo destino, que sorrateiramente me pregou uma peça, e me trouxe alguém tão inesperado que me deixou sem saber como agir.

Ainda é cedo para saber aonde essa nova amizade irá chegar, é precipitado até mesmo supor que já existe uma amizade. Tudo tão rápido, que parece que foi “antes de ontem” que me apresentei dizendo oi, ou melhor, atropelando o “boa noite” que recebi. É tudo tão “agora”, que amanhã parece longe quando a conexão 3g desta pessoa insiste em cair e me faz perder a noção dos minutos esperando na espera por tê-la de volta.

Um novo caminho se faz na estrada que eu acabava de tomar, anseios se perdem em meio a uma trilha ainda desconhecida de desejo, e a curiosidade junta-se ao rosto ainda misterioso de um alguém que sem querer me encantou.

Antes do anoitecer...

Estranho como o vento ao tocar nossa nuca faz com que sintamos um alvoroço de emoções.

Ontem no fim da tarde, fui beijado pelo vento. Eu esperava pela noite quando ele chegou sem que eu percebesse, e sutilmente me tocou com seus lábios. Foi rápido, quando olhei para trás a chuva já caía fina por sobre a grama do jardim, e ele havia do, talvez por medo que pudesse ser visto, não me deu a oportunidade de conhecê-lo.

Confesso que esperei por toda a noite que o vento voltasse, eu desejava conhecê-lo, e mais do que qualquer outra coisa, queria novamente sentir seus lábios me tocarem, no entanto, a chuva fazia guarda lá fora, e impedia com sua intensidade que o vento pudesse voltar. E encarando a noite por detrás da janela, busquei a lua com o intuito de conversar...

Tempo nublado, coisas da chuva, que reservou seu dia para me incomodar. E trancado em meus anseios, adormeci a espero do beijo, que parecia ter me conquistado. E não precisei ir à janela para descobri que a chuva continuava lá fora pela manhã. Desanimado, decidi esquecer o vento, e ir trabalhar. E acompanhado pela chuva segui pelo caminho rotineiro, mas fui surpreendido por uma brisa, que sorrateira atravessou a chuva, e veio me beijar.

(O vento e a chuva – Leonardo Kifer)

Rapidinha...

Aí arrependimento, por que te chamas Leonardo? Comer um cachorro quente de forno e um joelho logo pela manhã não pode, eu sei, ou melhor, deveria saber, mas me tentou passar pela lanchonete do japonês e resistir à aparência suculenta e gordurosa dos salgados. Crueldade com quem dá um duro danado tentando fazer dieta. Ufa! Desabafei.

A terça-feira começou com chuva e uma preguiça enorme caiu sobre mim... Acordei as quatro para pedir a benção dos meus pais que estavam saindo para ir ao médico (Meu pai tem feito tratamentos diários na tentativa de curar o problema da Ascite). Voltei para cama como se não tivesse dormido nada, e apaguei sobre os travesseiros. Para variar o despertador me tirou o humor matinal (Algum dia eu já fui bem humorado pela manhã?), e o sono pareceu não renovar as energias. Cheguei ao trabalho com cara de poucos amigos e um acumulo enorme de preguiça. Enfim... É preciso trabalhar.

Ah! Lembrei. Dentro do trem que me trouxe para o trabalho, refleti bastante sobre uma conversa que tive com uma amiga, e me questionei sobre o quanto mudamos nossa forma de pensar sobre algumas pessoas e o quão somos mutáveis neste sentido.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Pizza, chuva e família.

A gente trabalha por cinco dias para descansar apenas dois. Um absurdo, não? O final de semana acabou... Passou rápido e deixou um gostinho saboroso de quero mais.

Estar em família tem sido cada vez mais proveitoso, e tem feito com que eu perceba a vida de outro modo. É engraçado como parece que estou descobrindo um novo universo dentro do qual sempre vivi. Mas nada está diferente na minha família, mesmo com a doença do meu pai, tudo está igual... E eu também não me transformei em uma nova pessoa, apenas passei a enxergá-los por uma nova perspectiva. E isso é ótimo.

Tenho descoberto em mim uma estranha calma, que me assusta ao mesmo tempo em que me faz contente. Uma calma que por muito tempo desejei ter... E pouco a pouco a figura de um Leonardo ainda desconhecido vai surgindo todas as vezes que me vejo refletir no espelho.

É mais do que certo que os problemas com a saúde do “velho Kifer” tem feito todos se permitirem tentar mais uma vez. E ao que parece, essa enorme corrente, não nos fez diferentes do que somos, apenas revelou quem verdadeiramente somos, e a essência que todos nós carregamos conosco. E mostrou que nossa família, apesar de diferente de muitas outras, tem amor um pelo outro. E em todas essas demonstrações, destaca-se minha mãe, que não abandonou meu pai um minuto sequer desde o primeiro sinal de que a saúde dele precisava de cuidados... Logo ela, que tinha todos os motivos do mundo para não estender-lhe as mãos.

É estranho, eu sei... Mas mesmo diante às lágrimas, é possível sorrir. E assim, entre risos e choros, tenho vivido a enorme felicidade de estar com minha família. E mesmo com o medo eminente de não ter meu pai ali conosco por mais tempo, a expectativa da vida vence tem prevalecido intacta entre nós.

Deus pode curar qualquer problema, basta apenas ter FÉ. Ouvi essa frase de um amigo, e desde então tenho a certeza de que logo terei meu pai resmungando o tempo inteiro como fazia sempre que eu desejava ficar quieto.

domingo, 14 de março de 2010

Coisas do destino e do vento.

Um dia me disseram que o destino e o vento se uniram para pregar uma peça e juntos uniram duas pessoas que de cidades distantes. E desta travessura, um encontro se deu.

Mas como sempre, o destino agiu sem pensar nas conseqüências, e fez com que o vento cometesse um enorme engano, uniu corações que não podiam se ter.

Novamente separados, e distantes, eles se propuseram a voltar as rotinas. Mas o que o destino une, somente o vento pode separar, e na tarde do encontro, o vento enganado pela cobiça do destino, deu a eternidade aos corações desavisados.

O destino e o vento se separaram de vez... Nunca mais ouviu se falar da dupla que uniu a distância...

Os corações nunca mais voltaram a se encontrar... Dizem que eles ainda se falam, e muitos chegam a dizer que ainda se amam, mas só o destino e o vento a verdade do fim desta história podem contar.

(Dois corações - Leonardo Kifer)

Coragem...

A chuva acabou de cair,
e junto dela palavras perdidas.

De um amor não dito,
Da história que não me arrisco a viver.

Guardo um segredo que todos sabem,
Um amor que compartilho com um mundo,
Mas me guardo no direito de dela esconder.

E por medo,
Corro o risco de não me permiti a um amor correspondido.
Só por não ter coragem de dizer o que tento esconder.

(Amar escondido - Leonardo Kifer)

*Poema feito para uma outra pessoa.

sábado, 13 de março de 2010

Andando por aí...

Caminhei sozinho desorientado, talvez precisasse desabafar, mas o certo é que eu tinha a necessidade de estar só. E acabei indo ao cinema, o filme escolhido: “O amor acontece”.

O programa para combater a tristeza foi eficaz, ela foi embora antes que todas as lágrimas pudessem cair. Acabei gostando muito do filme, e me distrai bastante.

A realidade não posso mudar, tenho vivido os últimos dias com intensidade, e me dedicado em dobro a viver os momentos em família. A doença do meu pai é algo que tem me deixado frágil, mais tenho sido forte, e tentando ao máximo não pensar no pior.

E no caminho, tenho achado alguns ombros que tenho me escorado, e lenços que tem secado muitas de minhas angústias transformada em lágrimas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Um passo a frente dois atrás...

Mal acabo de postar no blog que dei um novo passo e o destino aparece me mostrando que não é hora para momentos felizes.

Saíram os resultados dos exames do meu pai, e não são nada bons.

Rosa sem espinho...

Como dizer que chegou ao fim? Difícil não? Faltam palavras, e sobram espaços e vírgulas de muitas indagações e quase sempre nenhuma objetividade. Quase sempre...

Ontem eu não ensaiei nenhum discurso, tão pouco tive cuidados com que palavras usaria, disse de improviso um desejo já muito tempo decorado. Terminei o não-iniciado namoro, que chegou ao fim desgastado e rasurado antes mesmo que as ações do tempo pudessem ser visíveis.

E assim, sem nenhum espinho, me despedi de alguém ainda tão presente, que não me fez nenhum mal.. Não tivemos tempo para nos tornarmos amigos, mas sobraram muitas mudas para plantar uma possível amizade. Se vão brotar flores... Realmente não sei.

Com uma nova realidade, encerrei minha noite bem mais tranqüilo, e certo de ter tomado a atitude certa. E após terminar de escrever este capítulo, reli trechos deste livro chamado “eu”, e vi como tenho mudado e amadurecido com meus relacionamentos.

E agora que começo um novo rascunho de minha história, vejo o quanto estou mas servido de minha própria companhia, e que tenho preferido mas a tranqüilidade do meu lar e o carinho da minha família e alguns amigos à um namoro. Se não fosse os problemas de saúde do meu pai, eu diria que estou feliz.

quinta-feira, 11 de março de 2010

O_o saudades...

Engraçado como quase sempre em nossas vidas nos julgamos capazes de escolhermos quais pessoas farão parte de nossas vidas, e acabamos percebendo que nossa prepotência é equivocada, e se entrelaça com a ousadia do destino, que faz com que sentimos falta daqueles que evitamos nos envolver, e quando nos damos conta já estamos ligados por inteiro, e enraizamos dentro de nós um sentimento forte de amizade, e justamente nessa hora surge à saudade dos amigos que nos afastamos sem lhes dar uma única chance de se sentirem amados.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Raio X

Silêncio... Pensamentos soltos... Frases que parecem não se completar... Assim tem sido esses dias que tenho passado “distante” do blog.

Tenho entrado no blog menos do que gostaria, e escrito textos frios, que pouco falam de mim. A vida tem se mostrado mais séria do que julgava, e constantemente me apresenta a realidades e acontecimentos que há muito tempo eu vinha ignorando. O sorriso permanente, deu lugar a expressão triste que cansou de se esconder;

Meu pai não tem melhorado, a cada novo dia um novo sinal de que as coisas não vão bem. O desespero começa a tomar conta de meus olhos, e faz com que as lágrimas reprimidas surjam com voracidade. É doloroso demais ver nosso pai sucumbi pouco a pouco, e não podermos fazer nada além de tentarmos ajudá-lo. As tentativas são constantes, a cada nova consulta, um novo possível diagnóstico, e nunca uma conclusão para que se comece um tratamento. De imediato, somente o avanço do que não conhecemos, e que tira vagarosamente o ar dos pulmões do meu pai.

Ontem foi difícil conter o choro, foi impossível fingir que tudo estava bem e continuar fazendo a imagem de forte... Um abraço era que eu queria, um ombro era o que eu precisava para me encostar... Mas me faltaram os braços e ombros, e a julgar pelo silêncio que fazia na hora, não adiantaria desejar palavras, pois elas não viriam. Por fim me convenci de que precisava continuar forte, e voltar para casa, pois havia acabado a hora para chorar.

Já em casa, ao lado do meu pai, percebi o quanto sou igual a ele, e me assustei. As atitudes que critiquei por tanto tempo eram as minhas de hoje, o mesmo olhar de altivez... Vi-me filho do homem que sempre foi meu pai, e de novo as lágrimas apareceram, e novamente precisei segurá-las.

terça-feira, 9 de março de 2010

Mentiras ao vento...

Engraçado como é difícil enganar o vento, e esconder dele sentimentos que continuam vivos. É impossível fazer sumir de um dia para outro uma história com tantas marcas, com tantos inícios, e sem uma única continuação.

Não dá simplesmente para apagar da alma, um amor que nunca existiu, que viveu e morreu sempre sozinho, no frio e escuro quarto vazio, perdido nas ruas de outono, da velha e doce paixão.
Dor que surge sempre que os pingos de chuva caem dos meus olhos, e anunciam o mau tempo que as lembranças trazem consigo, de um momento ou de vários momentos em que o destino nos prometeu uma feliz história de amor, mas não ficou para cumprir, partiu sem dar explicações, e jamais voltou para curar as feridas que essas falsas promessas deixou.

(Poema de um dia frio de sol de sol escaldante – Leonardo Kifer)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher.

Hoje é o dia Internacional da Mulher e é a elas que agradeço e parabenizo por esta data tão importante, tão merecida e é a elas para quem escrevo o post de hoje, a uma em especial: A minha mãe.

Um dia a gente cresce e percebe que o nosso bairro não é tão grande conforme achávamos, e que no outro lado da rua não mora um “Bicho Papão” como nossas mães diziam sempre que insistíamos em brincarmos sozinhos na rua. E nesse dia somos impulsionados por nossas pernas a caminharmos por lugares antes inimagináveis, que de tão encantador faz com desejemos um lugar só nosso. E assim criamos nosso próprio mundo, e damos inicio a uma nova fase de nossas vidas.

No entanto, não importa o quanto avancemos, o quão iremos além de nosso limites, estaremos sempre ligados a uma pessoa que estará sempre em nossas vidas, que de tão importante e especial, conseguimos identificar cada detalhe de seu rosto sem que necessitamos abrirmos os olhos para memorizarmos.

Somos filhos, e um dia seremos pais também, mas é como filhos que aprendemos a ser quem somos, e a agirmos da forma como agimos, e muito desta nossa personalidade se deve aos anos em que nosso melhor lugar do mundo era o colo quentinho de nossas mães.

Por isso hoje agradeço a minha mãe cada bronca que levei, cada puxão de orelha, cada palavra de incentivo... Todos os momentos que vivi e ainda vivo ao seu lado são únicos e especiais. E sim, continuamos a bater boca como dois adolescentes, mas isso é ser mãe e filho...

Te amo mãe;

domingo, 7 de março de 2010

Tempos Modernos...

Novos tempos estão por vir...

E de repente a gente descobre que final de semana em família é tão perfeito que passa sem que a gente perceba! kkkk.

sábado, 6 de março de 2010

Amigas...

O que vejo?
É o vazio que ficou.
Ecoando por todos os lados,
Ensurdecendo aqueles que presenciaram o inicio de tudo,
Mas que não fizeram nada,
Apenas observaram quietos os sinais do fim,
Que não demorou muito e chegou.

O mais incrível é que ninguém esperava o fim desta amizade,
Mas ela se desfez,
Ficou em pedaços,
O grande respeito que ambas as partes esqueceram-se de manter.

Se um dia terá volta,
O tempo saberá dizer.
É ele que repara os danos,
Que causamos por conta da imaturidade que nossa juventude impiedosa,
Nada sabe proteger.

Duas amigas,
Separadas por um fato,
Que nem a água da chuva se importaria em varrer.

(O que o tempo - Leonardo Kifer)

Coisas que marcam...

Quantas não foram às vezes que fizemos verdadeiras sandices sem nem sequer calcularmos os danos que essas atitudes nos causariam?

É engraçado que 9 entre 10 pessoas responderiam da mesma forma: “Já fiz tanta coisa nesta vida, que se começasse a falar daria um livro”.

É comum do ser humano cometer ao longo da vida uma infinidade de atos não pensados, agindo apenas pelo impulso do momento. E são justamente essas ações que nos marcam para sempre, tornando-se lembranças eternas e saudosas...

Quantos não foram os amores vividos? E as loucuras que cometemos por eles? E o “amor eterno”, quantas vezes não falamos que era “para sempre”?

Cada grande amor que vivemos tornou-se um capitulo passado, de uma história continua, finita a nossa vida, e que muda a narrativa sempre que damos fim a personagem central. E é justamente por ela, que deixamos de ser personagem principal de nossas tramas para atuarmos como coadjuvante, e vivermos a vida de quem apenas desejamos amor.

E é por culpa do amor que ao longo de nossas vidas vamos deixando rostos para trás, trocando beijos por saudades e abraços por lembranças sofridas...

O amor quando acaba ou é interrompido faz questão de jogar no vento o que tenta esquecer.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Por enquanto...

E definitivamente é de tempo que precisamos sempre que nos falta à calma. E foi dormindo que tentei encontrar a paz que há muito me faltava.

Desde a descoberta da doença do meu pai, na verdade dos primeiros indícios de que ele realmente não estava bem, minha vida transformaram-se em um misto de tristeza e felicidade, valores distintos que se encontraram e uniram-se neste momento tão peculiar em que me encontro. E muitos fatores internos e externos fizeram deste inesperado paralelo de emoções um conflito ativo e perturbador que me causou um enorme sofrimento.

Mas aos poucos, a balança em que carrego os opostos sentimentos, dá sinais claros de que um único estado permanecerá vitorioso, e pouco a pouco, um a um vão disputando em acontecimentos reais quem será o ganhador, desta enorme competição que chamada vida, especificamente a minha vida.

Tudo indica que o sorriso a de prevalecer em meu rosto, e sem querer parecer pretensioso vejo como fator positivo e determinador para esta afirmação a recuperação da minha tia, que está recuperando-se super bem da cirurgia que fez para retirar um nódulo cancerígeno da tireóide. O coração também bate bem... Agora só esperar que meu pai se recupere logo e abrir meu velho e tão saudoso sorriso de campeão... Feliz feito um ping6uin de cueca verde pedalando na orla do Leblon.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mudar...

Engraçado como “do nada”, vem em nossas lembranças memórias de alguém que em um dado momento de nossas vidas nos foi especial. É a doce lembrança do vento, que não tem gosto, não tem forma, não tem cheiro, mas se faz lembrar nos sabores, nas formas e nos cheiros. Contraditório eu sei, mas assim é “o amar”, que se contradiz no tempo, e não acompanha os novos passos que damos em rumo ao recomeço.

Mudar é deixar pra trás o que para trás ficou.

Realmente sem tempo...

Às vezes ficamos tão irritados que apenas o silêncio é capaz de fazer com que reorganizemos nossos pensamentos, e tragamos de volta a harmonia que antes integrava nosso estado de espírito.

Algumas vezes chego a pensar que vou explodir a qualquer instante, pois a irritação torna-se tão ativa e predominante em mim que uma simples frase sem sentido pode ser motivo para brigar até mesmo com quem não conheço. É o estresse, tomando conta de quem sou. Transformando-me na criatura de minha raiva, e me fazendo agir sem uma linha continua de razão.

O tempo tem me faltado, e o resultado disso é um enorme e vasto vazio, que se perde em palavras não ditas e em textos não criados.

É caro amigo leitor que aprendeu a me ler nas linhas ainda tortas deste blog não muito organizado, me falta tempo, e sobra-me estresse por não estar conseguindo estar aqui por completo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Nota ligeira.

Definitivamente alguns dias são tão corridos que um minuto de descanso é tão precioso que para tê-lo precisamos abdicar de momentos de confraternização entre amigos... Hoje foi um desses dias... Muita correria no trabalho e jantar de aniversário, resultado: Um dia quase sem tempo para mim...

Saudades da namorada que hoje pouco pude falar...

Amanhã entro com mais calma e escrevo mais coisas!

terça-feira, 2 de março de 2010

Para Sempre... Julia

Eram cinco e quinze da manhã quando o telefone começou a tocar, eu tentei ignorá-lo achando que a pessoa que estivesse do outro lado da linha pudesse desistir e voltar a ligar mais tarde, mas me enganei, e acabei cedendo à insistência dos toques.

- Alô!

Do outro lado da linha uma voz fria e fúnebre:

- Por gentileza o Sr. Tiago.

É ele – Eu disse, e a voz calou-se como se ensaiasse sua próxima fala.

Por um minuto eu achei que fosse alguma brincadeira sem graça, mas pelo apanhado das horas não me dei à chance de perguntar, esperei até que o homem do outro lado começasse a dizer o porquê daquela ligação. E depois da enorme pausa, ele retomou a fala, quebrando o gélido silêncio que se fez depois do demorado espaço de tempo.

- Estou ligando a respeito da senhorita Julia Bragança, o senhor a conhece?

- Claro que sim, é minha noiva, o que tem ela?

- Lamento informá-lo senhor, mas a senhorita Julia foi encontrada morta. Peço que o senhor compareça ao IML para reconhecer seu corpo.

Eu não lembro se foi ele quem desligou ou se fui eu, recordo-me apenas de ter ficado quase meio hora parado no mesmo lugar, segurando o telefone na expectativa de que o homem do outro lado revelasse que tudo aquilo era realmente um brincadeira de mau gosto, e não a dura e cruel realidade que estava me sufocando naquele instante.

Eu não fui ao Instituto Médico Legal como o homem pediu. Sentindo-me incapaz de mover qualquer músculo do meu corpo, liguei para meu irmão e pedi que ele fosse em meu lugar. E nas mais de duas horas que levou o telefonema para o meu irmão a vinda dele em meu apartamento, eu apenas me mantive deitado no sofá, sem nenhum outro pensamento que não fosse o sorriso de Julia. Mas a chegada de Flávio tinha o a expressão clara da morte, e eu olhando para ele naquele jeito, não suportei mais conter as lágrimas, e desabei.

Chorei como chora um apaixonado que perde para sempre o amor de sua vida. E no instante em que o choro tornou-se parte de mim, a vontade de reencontrar a mulher com que iria me casar em alguns meses aqueceu-me por completo, mas meu irmão me impediu de ir vê-la, e disse que precisava contar algumas coisas antes que eu tomasse qualquer tipo de decisão.

E foi ainda no rompante de emoções desencontradas que fiquei sabendo o que até então eu não havia me perguntado: como ela havia sido morta? E a resposta para a pergunta que me faltara foi imediata e sem muitos cuidados fui informado de que seu corpo fora encontrado em um quarto de motel e que a polícia suspeitava que ela tivesse sofrido uma overdose devido a alta quantidade de drogas encontrada no local.

Por um segundo, apenas um único segundo, eu acreditei no que meu irmão estava me contando, mas quando a lembrança de Julia surgiu, eu me livrei das mãos do Flávio que ainda me prendiam, e com total convicção de algo estava errado, eu fui contra tudo aquilo, e apesar de todas as provas aparentes, nada no mundo iria me fazer acreditar que a mulher que namorei por seis anos fosse uma adúltera, e ainda por cima que usasse drogas, algo que ela abominava.

Era impossível acreditar em tal situação, algum motivo tinha que existir para que Julia tivesse ido aquele lugar. Ela havia estado comigo até um pouco mais que onze da noite, e saiu daqui de casa dizendo que ia para casa terminar um projeto para apresentar na reunião do dia seguinte, e estava toda contente que havia sido indicada ao cargo de diretora de marketing.

Ela era muito correta, prezava tanto os valores morais que é completamente impossível aceitar a hipótese de que ela tenha ido para lá por vontade própria.

E contra vontade do meu irmão, fui até a delegacia que estava responsável pelo caso, e ao me identificar fui levado direto a sala da delegada, que me fez uma série de perguntas, quase todas elas com o mesmo teor: Onde eu estava na hora do crime?

Quanto às perguntas feitas pela delegada responsável pelo caso eu não precisava me esquivar, não tinha o que esconder, minha inocência era tão obvia quanto o fato de que Julia não era infiel. Meu irmão me achava louco por acreditar na fidelidade de uma mulher encontrada morta em um quarto de motel, mas eu não desconfiaria de Julia, logo agora que ela se foi. Ao longo de todos os anos em que ficamos juntos, ela jamais me deu motivos para sentir ciúmes, nunca me questionou sobre qualquer outra mulher, ao contrário, dizia sempre que a confiança era à base de nosso relacionamento, e que enquanto nos mantivéssemos leais um ao outro, nada poderia nos separar.

O enterro de Julia foi marcado pela tristeza de todos os presente, Dona Laura sua mãe não soltou minha mão em nenhum momento, e em todas as oportunidades que teve, pediu que eu nunca odiasse sua filha, e por várias vezes frisou não acreditar em tudo aquilo. Seu Jaime, o pai, estava desolado, e acompanhou todo o sepultamento a distância. Não havia uma única pessoa que não estivesse sofrendo, todos choravam inconformados.

A fim de saber maiores informações sobre o andamento das investigações, fui até a delegacia, não iria ficar de braços cruzados sofrendo em casa enquanto não desvendassem todo esse mistério... Lá fui recebido pela Delegada Maristela, que me levou até sua sala e começou a conversar comigo, sem muitas voltas ela disse ter obtido as fitas internas do sistema de segurança do motel, mas que não havia identificado o homem que entrou com Julia no local do crime e que saiu de lá quinze minutos após darem entrada no quarto, deixando-a morta. Mas para meu total desespero, eu identifiquei o homem no exato momento em que o vi, a imagem da fita era de uma péssima qualidade, não dava para ver com exatidão o rosto dele, mais é impossível não reconhecer alguém que você viu crescer, dar os primeiros passos, a primeira palavra a ser dita... Como não reconhecer alguém que você conhece deste seu primeiro momento de vida? Como não reconhecer seu irmão?

Quando a Doutora Maristela perguntou se eu o conhecia, meu extinto foi mentir. Saí da delegacia direto para casa do meu irmão, e dirigi como se não houvesse nenhum outro carro na pista além do meu.

- Por quê? – Foi a primeira coisa que perguntei quando o vi;

E a julgar por seus olhos, ele sabia exatamente o motivo da minha pergunta.

- Por que eu a amava – Disse ele, as lágrimas.

- E por que nunca me contou?

- Você nunca entenderia.

- Antes que eu ligue para a polícia, eu quero saber de você toda a história, tudo o que aconteceu. Não me esconda nada.

- Mas eu...

- Fala!

E começou a falar, contou-me que a drogou na noite anterior sem que ela percebesse, quando a ofereceu carona na saída lá de casa, oferecendo-lhe um comprimido como se fosse uma destas balas tipo chiclete e que assim que ela perdeu seus sentidos ele a levou para o motel. Lá resolveu dopá-la um pouco mais, mas ela teve uma reação inesperada e com medo ele fugiu sem prestar nenhum tipo de socorro.

Quando ele acabou de contar, a dor que percorria meu corpo era dilacerante, voltei para a polícia devastado por ter que denunciar meu próprio irmão... Contei toda a história para a delegada.

Flávio se entregou um pouco depois de eu deixar a delegacia e foi condenado a 35 anos de prisão. Eu o visito quase sempre, nunca trocamos mais que duas ou três palavras.

Meu amor por Julia ainda continua vivo, mesmo já tendo passado dois anos. E eu estou tentando continuar a vida... Tentando viver uma nova história, uma que seja tão bonita quanto a que vivi... Caminhando sem Julia vou em busca de um novo amor... Sem nunca deixar de amá-la.

(Para Sempre - Leonardo Kifer)

segunda-feira, 1 de março de 2010

A calçada da ilusão...

Estranho como de repente andar pelas calçadas da Tijuca tornou-se diferente aos meus pés, talvez pela insistente chuva fina e o vento frio que soprava molhado por meu rosto, mas sem dúvida nenhuma, aquelas calçadas não eram as da Tijuca.

Não sei explicar ao certo, apenas sinto que cada passo que eu dava eu me fazia presente em algum outro lugar, de alguma outra década que não era essa. Por alguns momentos eu me vi em Paris, a cidade luz se refletia para mim em uma listra continua de concretos molhados, e de uma hora para outra eu estava em Havana, correndo da chuva e da perseguição voraz de um Fidel altivo e cruel.

É loucura, sei que todos devem pensar o mesmo, entretanto eu podia jurar que em todos os meus devaneios, nenhum sequer chegou a ter o grau de realidade que essas visões tiveram para mim. Obrigo-me a dizer que não sou louco, que ainda respondo por todas as minhas capacidades mentais, entretanto, não irei me desmentir quanto a estar nos lugares citados acima.

É engraçado como julgam insanidade aos que tem idade acima dos sessenta, e que a nós nenhuma integridade é dada a não ser o que restou da juventude, e que a lucidez é artigo de luxo para aqueles poucos velhos que fazem de suas fortunas uma assimilação ao respeito. Não sou um afortunado, a minha restam-me apenas uns tostões de reserva além da miséria do que ganho mensalmente de aposentadoria por anos a fio trabalhando como carteiro, ainda sim, exijo o direito de ter uma oportunidade de provar que não minto quando digo que ando por lugares desconhecidos todas as vezes que passeio pela recém formada Tijuca.

É comum a descrença daqueles que não nos conhece, mais da minha família dói demais... Ontem enquanto eu fazia mais um de meus passeios pelo quarteirão, decidi correr até minha casa e buscar um casaco afim de que eu pudesse suportar a insuportável temperatura que fazia em Munique, isso mesmo, era pelas ruas dessa cidade encantadora que eu andava, mas antes que eu pudesse pegar um casaco e voltar, fui surpreendido por dois de meus filhos que sem perguntar nada me pegou pelos braços e me trouxe para este lugar estranho, onde todos me olham com olhares vazios, como se não houvesse esperança em seus olhos, como se tivessem perdido suas vidas há muito tempo.

Meus filhos ficaram na ante-sala, não dirigiram uma palavra sequer comigo, e assim que eles ficaram para trás fui mandado trocar minhas roubas por um pijama azul, tive meus cabelos raspados, e a julgar pelo branco que tomou conta do chão, não me sobrara nenhum fio e por último fui jogado neste quarto quase que vazio, apenas uma privada e uma cama sem colchão o decoram. Era um sanatório, eu não quis acreditar, mas fui trazido para o mundo dos loucos. Mas eu não tive tempo de chorar ou me desesperar, a medida que eu ia me olhando pro lugar onde eu estava, tudo se transformava, e em questão de instantes eu estava de volta a Paris, e já havia deixado as calçadas para trás, eu estava dentro do Louvre, e podia tocar nas preciosas obras de arte, a Monalisa parecia sorrir para mim enquanto em caminhava em sua direção. Era uma Paris nova. Meus olhos ainda não acreditavam no que via; A raiva de ter sido trazido para cá se transformou em uma enorme gratidão aos meus filhos, e nada e ninguém mais poderiam me tirar deste mundo novo que eu acabara de ganhar.

Um pouco de cada...

É incrível como algumas pessoas definitivamente não conhecem o sentido de sustentabilidade e continuam a desperdiçar os recursos naturais como se suas fontes nunca fossem extintas. Chega! Está mais do que na hora de nos conscientizarmos quanto à importância e a necessidade de usar com SABEDORIA e CONSCIENCIA o que a natureza nos oferece. Sabemos que todos esses recursos estão escassos, e cada vez mais a tentativa de manter o funcionamento do eco sistema Terrestre fica mais difícil, então por que nós que somos os principais favorecidos não damos o valor devido ao mundo em que vivemos.

E o desperdício acontece constantemente, muitas vezes atuamos ativamente na contribuição dele ativamente e sequer nos damos conta. O que fazer para mudar? É tomar pra si a responsabilidade que cada um de nós devemos ter no cuidado de um Planeta que é de todos.

Evitar o desperdício seja ele do que for é um primeiro passo para mudança. São os simples atos que mudam um Mundo.

Imensidão da noite...

Tem dias que a gente parece viver um verdadeiro solstício de inverno, em que as noites tornam-se verdadeiros labirintos feitos por lembranças de momentos que pareciam perdidos na eternidade do tempo. Os braços parecem não reagir aos nossos comandos, e tentam desesperadamente pegar o passado que passa lentamente sobre nossos olhos inconscientes. É o irreal penetrando o mundo dos vivos.

Estranho ver que tantas coisas vividas com intensidade se perdem e se tornam esquecidas, e muitas vezes nem as lembranças são capazes de retratá-las, quando muito sobram apenas as juras de eternidade, puídas e quase descaracterizadas pela ação cruel do tempo.

A noite que parece nunca terminar trás consigo as lágrimas e sorrisos que ficaram desamparadas a medida de que fomos seguindo nossas vidas e transformando em histórias os momentos que não conseguiram acompanhar os passos rápidos do presente inquieto que pouco a pouco construímos.