sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um jeito estranho de recomeçar...

Então chega uma hora na vida da gente que precisamos escolher entre o desejo e a sanidade, e por a prova um sonho que pode nunca se realizar.

Amar às vezes é tão inoportuno que a dor pode ser mais incisiva do que o esperado, e na loucura de não sofrer mais, é preciso cometer o sacrifício de querer afastar de vez o motivo de tamanho sofrimento.

A pessoa amada nem sempre parece perceber que a frieza com a qual ela nos arranha, é capaz de nos matar. A infecção pode ser superada, aliás, quase sempre superamos um amor não correspondido, mas as marcas no máximo cicatrizaram, mas nunca deixarão de serem marcas.

Loucos são os que não tentam, não enfrentam o mundo, se coloca em completo perigo para por fim dizer que fez o que pôde e ainda sim não se sente satisfeito por não ir além de seus limites e tentar mais. Mas não se pode ser insensato, é preciso deixar o coração de lado, esquecer o “felizes para sempre” e seguir em frente, quando muito, sequer olhar para trás.

O amor de verdade não fere, mas faz sangrar um coração bobo, de um menino que já não é tão menino, mas ainda não consegue lidar com as incertezas constantes de se apaixonar.

(Indiferenças de amor – Leonardo Kifer)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Insensatez!

A chuva ameaça a cair lá fora, do lado de dentro estou eu e meus sonhos impossíveis, além da enorme cresça por um milagre que insiste em não acontecer.

Tem pedaços de amor por toda a casa, alguns contêm rostos quase intactos, mas não se enxerga sobras de vida em nenhum dos corações partidos.

Dizem que estou cada vez mais branco, é mentira. Talvez os tons de preto em minhas roupas clareiam a minha pele, e o frio faz com que tudo ganhe toque fúnebre e pálido.

Estou feliz apesar da tristeza de meu rosto, e das lágrimas que insistem em cair. Eu ainda sorrio, não como antes, mas ainda sou capaz de mentir para agradar.

Existe fome, mas não é de comida, não tem fome por comida, coisas mortas parecem me enjoar.

Silêncio, ninguém fala nada, todos caídos, não estão mortos, pois quem não respira é capaz de matar.

(Insensatez – Leonardo Kifer)

domingo, 20 de junho de 2010

Comunicado:

Aos que lêem o blog:


Desde o mês passado tenho me dedicado menos ao NAMACUMBA, não é algo que eu esteja fazendo por querer, e sim por faltas de tempo para compartilhar com os que gostam um pouco de minhas vivências e ponderações. Tenho repetido alguns textos, com a intenção de não deixar vazio um espaço conquistado com tamanho esforço...

Sou consciente de que não tenho muitos leitores, no entanto sou completamente grato e motivado com os que tenho, e por isso resolvi escrever esta nota, com intenção única de dar satisfação aos que respeito, e sou respeitado.

Confesso que cheguei a cogitar a hipótese de tirar o blog do ar, e esta idéia que me assombrou por algumas vezes, perdeu sua força no momento em que eu me vi solitário e incompreendido por não mais ter este espaço para conversar.

Definiria esta atual fase da minha vida como uma fase de transição, onde a estabilidade tem sido a única constante.

Espero que todos, que gentilmente dividem comigo alguns minutos de seus tempos, entendam que não tem sido fácil para mim este momento, e que não tenham seus interesses por meus textos interrompidos pela ausência de minhas palavras... O compromisso de estar mais presente no blog está mantido, e muito em breve, voltarei a ter freqüência em minhas atualizações tão logo eu consiga ter calma.

Agradeço o carinho e a compreensão de todos,

Leonardo Kifer

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O figurante...

Ainda era manhã quando sai de casa para cumprir a minha agenda profissional, eu estava sem carro, logo precisaria me locomover a pé e usar conduções públicas então resolvi usar roupas que pudessem esconder minha identidade, e usei o recurso do óculos escuro... Mãos no bolso, ou melhor, mão no bolso e lá fui eu pelas ruas do Leblon... Sai pela entrada de serviço do prédio, assim evitei possíveis paparazzi logo na saída de casa... Passos rápidos, cabeça baixa, logo já estava na Ataulfo de Paiva, e estava conseguindo sair ileso a qualquer flash destes fotógrafos que só querem que a gente tropece para registrar e estampar depois nossas fotos nas capas dos principais veículos de imprensa que vive de noticiar a vida dos famosos...


O dia estava as mil e uma maravilhas quando resolvi ir almoçar, evitei sentar em um desses restaurantes da Dias Ferreira e optei pelo MC Donald que é menos visado por estes sangue sugas de plantão... Após o almoço fui encontrar alguns amigos, me limitei a certas brincadeiras e me contive nos contatos físicos, com medo de que surja assim um novo “affair”, como é de costume destes jornalistas/fofoqueiros transformar amizades em romances...

Com o horário apertado me despedi dos amigos e fui comprar algumas roupas, pois estamos sempre na mira de consultores de moda que querem aparecer criticando o modo de como nos vestimos, aproveitei o dia e o disfarce para comprar algumas novas peças para meu guarda-roupas, sem que isso vire uma notinha de jornal ou coisa assim....

Terminada as compras fui tomar um suco e aproveitar essa vida como um simples mortal, uma vez que não consigo desfrutar destes simples prazeres com muita freqüência...

Passadinha em casa rápida para deixar as sacolas e apanhar a bicicleta para uma boa e merecida pedalada na orla... Que foi um sucesso total, uma vez que ninguém me reconheceu, nenhum fã me parando pra pedir fotos e autógrafos, uma paz total, um Rio de Janeiro perfeito como há tempos eu não via...

A noite já tinha caído quando voltei despercebido para casa. Já cansado deste anonimato resolvi descer e dar um pulinho em um restaurante da Dias Ferreira, e permitir que os flashes me alcance um pouco.

Escolhi a mesa da frente, aquela que dá pra rua, justamente para ser visto. De repente um enorme alvoroço, muitos fotógrafos, flashes e mais flashes, eu me posicionei na tentativa de sair melhor na foto e quando vejo é a Luana Pirovani quem esta entrando, ninguém me notou, nenhum fotógrafo registrou minha noite naquele badalado restaurante, era como se eu fosse um mero mortal, ninguém parecia dar significância a minha participação como elenco de apoio no na novela das oito, quatro capítulos com fala e tudo, e ninguém se importou... Voltei pra casa abatido e completamente magoado com esta parte da imprensa que não dá o devido valor aos profissionais.

O Figurante - Leonardo Kifer

domingo, 13 de junho de 2010

Umber...

As vezes a gente passa grande parte da vida procurando a pessoa ideal, e ela simplesmente não vem... Ou então a tal “pessoa ideal” não te ama como tu a ama, e simplesmente vai à procura da “pessoal ideal” dela, afinal de contas cada um deve ter seu par perfeito.

E a gente cria em nossas mentes e corações apaixonados uma infinidade de códigos que qualificam uma pessoa como a nossa cara metade.

O beijo que toca sininhos de tão mágico e perfeito que é, a estrela cadente que aparece no momento em que tu vê a teu(a) amado(a) à primeira vez, a música que embala os momentos juntos. São tantos os códigos que criamos para definir o(a) parceiro(a) que se juntássemos tudo, poderíamos escrever um livro, e certamente este seria um Best Seller.

Mas o amor é bem mais simples do que o julgamos, e a pessoa ideal pode até existir, e até aparecer pra ti, mais de certo ela deve ser uma chata de tão perfeita que ela é ou então não ser nada do que imaginamos, e todo o encanto se perde em minutos ou horas pros mais cegos.

E talvez seja nesta hora que iremos nos dar conta de que a pessoa certa pode ter passado ou estar passando pela gente, e sem querer ou por estarmos esperando uma pessoa idealizada que perdemos a chance de notar quem realmente pode ter fazer feliz, quem poderia estar ao teu lado em todas as horas, nos bons e más momentos, que te quer bem e não tem medo ou vergonha de mostrar isso, que te faz ri quando na verdade tu só queria chorar, que passa horas e mais horas no telefone contigo, e quando desliga ainda tem assuntos pra falar... É, talvez só porque esta pessoa apareceu na hora errada de nossas vidas, quando a gente tinha acabado nosso romance com a tal “pessoa ideal” é que a deixamos passar, e dizemos com orgulho e com toda credulidade que esta definitivamente não é a “pessoa certa”.

Quem sabe não seja a hora de começarmos a procurar nas “pessoas erradas” o destino certo.

(A pessoa ideal - Leonardo Kifer).

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Frases que começam com "A".

A saudade se mistura a ausência das conversas.
A estranheza do novo modo de se comunicar;
A distância que um quase beijo causou.

Arrepender-se é inevitável, à medida que a intensidade da frieza aumenta.
Adolescência confusa, que não que se perder.
Altruísmo de quem tem a idade da maturidade a seu favor.

Amanhã pode ser que nos reencontramos,
A quem diga que deveríamos nunca mais nos ver,
Ainda há aqueles que queriam que tudo se acertasse.

A onde está às certezas de outrora,
Afirmadas em palavras corridas,
Abandonadas agora na estrada passada.

Aconteceu um beijo,
Aquilo não foi um beijo,
Apenas despertou em mim um incomodo.
Algo inesperado.
Aguardado para em outra ocasião.

(Anteontem amor – Leonardo Kifer)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha alma...

O telefone não toca... Não adianta esperar ansioso por um contato, ele não virá. Era noite quando eu comecei a esperar por um sinal de que você sentisse algo por mim, ainda é noite, mas de outro dia, e você não me procurou.

Silêncio, inquietude que machuca e sufoca a alma, e vazio, que me comprime a inexplicável existência de meu ser. É confuso, côncavo e convexo, é errado, é viver o incerto. Pecado? Talvez... Mas por que ser tão natural sentir?

Viver à sombra quando se existe a luz, buscar no caminho mais complicado a felicidade mais simples, e por fim acreditar que valeu a pena.

Amar sem medo, sentir o gosto agridoce da paixão e não recear por se entregar, apenas viver... Ver os meses, anos, passarem aos olhos de ainda apaixonados da vida a dois.

(Quietude da Alma – Leonardo Kifer)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Complico e descomplico...

Às vezes me pergunto o porquê de nem sempre acordar feliz, de não me sentir motivado a fazer as coisas que preciso fazer, de me olhar e me enxergar mais sem graça do que a última vez que olhei e de desejar continuar a sonhar. Não existem respostas as perguntas que jogo ao vento, talvez pela forma como as jogo, pode ser que ele se sinta agredido por mim.

Abro a janela à noite, e o vento já não parece mais querer entrar, está frio, muito frio... À medida que o sono não vem minha ansiedade almeja por conforto, parece perdida no escuro quarto solto ao relento da penumbra.

Ainda não é sexta-feira e preciso sair para dançar, ver todos que não me suportam e rir com os que fingem gostar. É a rima da falsa felicidade, da que me acompanha fielmente, e não me deixa sofrer, é mais que desejo de querer mudar de vida, é saber que as coisas estão indo no caminho errado e eu louco para deixar tudo passar, e aproveitar para desaparecer.

Água de chuva não cai no meu quarto, não irei fechar a janela, também não farei perguntas, ficarei sem elas... Finalmente é o sono que chega, na madrugada gélida. Não é canto de ave, apenas o som da romaria vindo da rua deserta.

Amor que tenho, anda sozinho... Constantemente me faz chorar. Minto, não o tenho. Escondo que amo para acreditar que deixei de sofrer; É infâmia dos olhos alheios que me querem ver partir, é amargura ficar e não realizar, é mistério da minha amada Maria, que já não me tens em seus braços largos para simplesmente me abraçar.

(Não faz sentido... Leonardo Kifer)

sábado, 5 de junho de 2010

Cahe =/

Eu estava simplesmente querendo ficar só, não queria me envolver com ninguém... Definitivamente não estava nos meus planos me apaixonar. Mas você chegou de forma sutil, tomou para si um espaço que não lhe foi oferecido, sequer teve a educação de pedir.

Em poucos dias eu estava totalmente envolvido por ti, não fosse à distância que sempre nos separou eu me arriscaria dizer que estava por completo apaixonado. Usaria a palavra “amor”.

Mas amar não é tão simples e apesar de nobre, o sentimento é terrivelmente avassalador, e como tal, fere por dentro, e deixa aparente as sequelas da dor.

Chorei quando me disseste que fui traído. Não foi traição eu sei, todos disseram, mas é mau de quem não sabe lidar com a razão. Perdoei tão rápido, que me percebi mentindo, é difícil mentir, mais ainda esquecer.

E hoje choro pelos cantos, saudades de não te ter. Saudades de quem nunca tive. Dor por ter que aprender a esquecer a quem a pouco comecei a lembrar.

(Inacabado – Leonardo Kifer)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A verdadeira Helena

Foi percebendo que as folhas não caem da árvore por acaso que entendi que lá atrás eu não estava apenas ouvindo as palavras da minha antiga professora de matemática, e sim aprendendo que algumas lições de vida jamais se perdem.

“No seu prato tem três tipos de carnes diferentes Leonardo, não pode, é pecado! Dê-me esta fatia de frango aqui”. Era ano de 1998, eu um adolescente de 15 anos, no intervalo do Curso Preparatório para o Colégio Técnico do Ensino Médio, o cenário: Uma enorme sala quase tomada quase que por completa de carteiras vazias, não fosse a o fato de que além de mim e a professora Helena, estivessem também duas outras pessoas sentadas ao canto, esperando quase que escondidas o horário do almoço acabar.

Não era e nunca foi pecado comer diversos tipos de carne em uma única refeição, e disso eu nunca duvidei, mas pecado era o fato de ter em meu prato uma quantidade de carnes que podia muito bem servir aquelas duas pessoas, que não tinha a mesma oportunidade que a minha de descer e comprar comida, muitos dos alunos eu só viria saber alguns anos depois eram bolsistas, e estudavam lá por conta do empenho daquela professora em querer transformar a vida de seus alunos.

Dona Helena, como todas os chamavam, era uma mulher de fibra. Com uma aparência muito altiva, voz forte, e um jeitão de carrasco, ela marcou a vida de todos que ela ensinou.

Uma professora empenhada em ENSINAR, fazer com que todos SUPERASSEM suas limitações, fosse ALÉM de seus objetivos, e por fim CONQUISTASSE uma OPORTUNIDADE de mudança. DETERMINADA, enfrentou a todos que diziam que era louca por querer MUDAR adolescentes sem futuros. Ela ACREDITOU mais do que muitos pais, SONHOU mais pros outros do que para si, e AMOU todos que por ela passou.

Dona Helena morreu alguns anos após eu me formar... Só vim saber da morte dela meses depois, e foi inevitável não chorar e lamentar a perda daquela mulher que dedicou a sua vida a dar aulas, seu OFICIO era o de COMPARTILHAR seus CONHECIMENTOS.
Hoje foi impossível não trazer para mim a imagem desta mulher guerreira, que se deu aos outros pelo simples desejo de mudar... E assim não pequei, dividi com o próximo as carnes do meu prato, afinal de contas é pecado comer todos os tipos de uma só vez.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pés no chão

Não faz muito tempo eu descobri que tenho medo do sol, ainda mais quando a noite chega por entre ventos, e fria faz com que eu precise de outros corpos para me aquecer.

Eu não temia o sol, era indiferente a ele, me afastava sempre que havvia uma oportunidade. O medo só surgiu depois, quando eu já tinha como fugir, e não precisava temer que alguém viesse a me entregar.

É estranho estar sentindo frio, ainda é tão cedo e a chuva só a pouco começou a cair...

(Amor confuso – Leonardo Kifer)

Saudades de ter saudades

Finalmente chega o mês de junho... E como não podia deixar de ser, a chuva fininha se esbarra ao vento lento de um dia que não conseguiu amanhecer.


Enquanto escrevo este “post”, após dias distantes, sinto meu corpo doer em partes não ligadas... É gripe! É resfriado! É sol! É pedra! Mas não é o fim do caminho.

E é parodiando o poeta dos teclados, o pianista imortal que volto ao blog, e me comprometo não deixá-lo, ao menos por agora.

Saudades de ter saudades

É estranho “sentir falta de sentir falta” de alguém... Complicado isso, não é?

Minha vida se modificou tanto, que nos últimos tempos tenho esquecido de coisas que realmente valem a pena, e tenho atropelado de forma consciente meus antigos sonhos, sem sequer temer de poderei ou não voltar a tê-los de volta se um dia eu os quiser.
Inconseqüente minha atitude de me mostrar capaz de fingir não estar reagindo contra a enorme onda de emoções que me afoga e me faz querer ter de volta aquela que nunca tive.