segunda-feira, 19 de julho de 2010

Abrindo a alma!

E de repente o fim. E depois dele uma vida remendada, um pano cortado, e transformado em continuação.

Perder um amor, um alguém que sempre esteve por perto, e de uma hora para outra partiu sem ao menos dizer adeus. Amar a quem não se tem mais, ir além da dor e reconhecer que um sonho acabou. Usar palavras e não formar frases, partir o incondicional dos mais puros afetos, e no escuro deixar cair as lágrimas que os novos dias não permitem escorrer.

Difícil demais entender que amamos alguém que temos sempre ao nosso lado, e a vida sem explicar nos tira o direito de ter.

É confuso dizer eu te amo ao vento, lembrar de flores, abraços e ao fundo palavras confortantes que não confortam ninguém;

Um quebra-cabeça, inspirado no desejo de ser eterno, mas depois de pronto só restam lembranças do longo tempo que demoramos em juntar as peças.

Sobraram fotos, peças, histórias... Mas faltam conversas, carinhos, olhares...

Ainda lembro-me da voz, nítida, viva em meus ouvidos, e a repudia que eu sentia em levar outra bronca desnecessária, afinal eu já não sou mais a criança que ele criou.

Uma vida imperfeita, mas tão perfeita que choro ao pensar que acabou.

Saudades do barulho da TV e de tudo que me incomodava e eu não parava de reclamar, que falta dolorosa que meu pai me fez herdar.

Quantas foram às vezes que tive vontade de dizer te amo, mas só tive voz para os momentos em que quis reclamar. Não existe arrependimento, pois apesar de pouco dizer, nunca deixar o contrário ele pensar;

Ele descansa, repete minha mãe, a quem me agarro quando a saudade sufoca, e aumenta o desejo de chorar;

2 comentários:

  1. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

    bjo!

    Zil

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