domingo, 11 de março de 2012

Marcas

Acordar naquela manhã fria, sozinho, me angustiou...

Não havia marcas no chão,
As portas não registravam sinais de força,
Não houve barulho,
Nada que pudesse explicar tua ausência,
Mas inexplicavelmente tu não estavas...

Como você não estava ali ao meu lado,
Como pude deixar-te ir?
Eu corria pela casa a tua procura,
Mas nenhum sinal...

Busquei inúmeras vezes uma pista,
Um por que do teu desaparecimento,
Mas não havia explicações,
Simplesmente tu não estavas ali...

Já cansado de procurar,
Chorei até me faltar as lágrimas,
Lembrei-me de todos os momentos que ao teu lado eu vivi,
E dormi, agarrado a esperança de que pudesse voltar com a manhã.

Outro dia se fez,
Novamente o frio me recebeu,
Mas desta vez havia a chuva,
Lavando as lembranças que eu deixei jogada por toda a casa...

Eu já não mais te procurava,
Não esperava que voltasse,
Pouco lembravas de ti.

A chuva limpou bem mais que as lembranças,
Ela me trouxe a segurança,
De que eu podia existir sem ti...

Doce paixão,
Que viveu uma amarga ilusão,
De que um dia precisa partir,
Levando com sigo a razão,
Deixando a emoção,
Que sozinha se parte,
E não demora a ruir.

(Marcas – Leonardo Kifer)

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