quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dia de chuva

Talvez a chuva que lava a manhã carioca não seja tão cinza e triste como parece,
Por trás de toda sua frieza pode contar muito mais do que gotas d’águas,
Quem sabe não exista esperança,
Ainda que com ela haja quase sempre destruição...

Particularmente prefiro a chuva,
Muitas vezes ela é mais confiável do que um belo dia de sol, que esconde em seu calor uma aversão aos que dele gostam... O sol também pode matar.

Mas voltemos a falar da chuva,
Que cai lá fora,
E refresca todo o interior da casa...

Eu não me levantei para vê-la,
Mas dentro de mim existe também a chuva,
E é possível senti-la presente,
Porque não só abaixa-se a temperatura,
Mas o cheiro do encontro dela e da rua,
Não acontece sem que ela venha nos ver.

Bolinho de chuva,
Sopa de ervilha,
Chocolate quente ao anoitecer...

Que sejamos um pouco de chuva,
Num continuo trabalho de modificação,
Evaporemos do mar,
Formemos nuvens,
E só depois nos deixamos ser gotas de chuva.

(Chuva em mim – Leonardo Kifer)

Um comentário: