quinta-feira, 14 de abril de 2011

Interrogação...

Talvez não seja mesmo certo querer mudarmos a ordem da vida, e trapaceiramente transformarmos o passado em presente, mesmo que seja com o único intuito de vivermos um pouco mais aquilo que já passou, e principalmente amar de novo a quem só se pode amar uma vez.

Somos tolos! Vivemos momentos eternos que não duram mais que uma estação e deixamos para perpetuarmos em nossas vidas apenas o que não nos fazem suspirar. A insistente rotina de viver ao lado de um lado só. Parece louco, sim, é por fugir da sanidade dos que lidam com a razão que nunca nos permitimos esquecer o doce gosto do amor, ainda que o azedume seja o último sabor a se sentir é impossível não lembrar das horas perdidas em que nossa respiração acelera e ainda ofegante desejamos não encontrar o fim dos beijos tão amados.

É irresistível não falar de saudades quando sentimos as lágrimas acariciarem nossos rostos, e sua encontrar um refugio em nossos ombros para descansar... As lembranças tornam-se amigas que vez ou outra nos visitam, chegando sorrateira e nos pegando de surpresa, elas simplesmente chegam sem se importarem em avisar.

É tão desconfortante saber que por mais que voltemos a esbarrar com o passado, ele jamais se tornará presente, pois por mais que parece uma volta, é sempre um novo que surgirá... E não existe a necessidade de colocarem legendas espalhadas por todo nosso consciente para saber que não se vive um amor retrô. Não existe novas fórmulas para corrigir os velhos erros, o que existe são novos erros para se tentar um novo jeito de acertar a amar.

(Interrogação – Leonardo Kifer)

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