segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sem trilhos...

De repente parece que a vida passa pela gente com tanta velocidade que nos torna espectadores de nossas próprias experiências, nos coloca sentados assistindo todo nosso filme passar pela janela de um trem em movimento a caminho de um estranho e desconhecido vazio.

Somos inconstantes interrogações quando queremos encontrar a saída das perguntas perdidas, feitas ao vento a cada vez que a solidão nos cobra uma justificativa pelo por que de nossos atos.

Fazemos poemas mortos e os declamamos para as cadeiras vagas do teatro vazio chamado “vida real”, e para que?

Não há respostas a dar depois que deixamos o palco no meio do primeiro ato. Tudo é tão deliberadamente ao acaso que assinamos a cena com nome de Destino. E o que realmente é feito ao natural?

Deixamos as palavras irem embora com as folhas de um outono seco, afinal, sem que percebamos será inverno, e o frio poderá nos castigar senão estivermos protegidos o suficiente com braços de uma primavera destemida e confiante de um verão quente e duradouro.

Então não somos incompletos, nem vivemos pedaços de histórias. Vamos até onde nos permitimos ir, e não importa o que aconteça fora das janelas do trem que nunca para de correr. Seremos sempre a última palavra na hora de decidirmos aonde queremos chegar.

(Destinos Incertos – Leonardo Kifer)

Nenhum comentário:

Postar um comentário