terça-feira, 11 de novembro de 2008

A volta pra casa...


Era pra ser um dia calmo, acordar um pouco um pouco depois do despertador, resolver com calma o que tivesse que ser feito pela manhã e ir ao compromisso da tarde. Até aí tudo bem, o problema foi a volta para casa, resolvi junto a um amigo me aventurar voltar de trem.
Estação praça da bandeira, a idéia era seguir até a central do Brasil, se manter dentro do mesmo trem sentado aguardando a parada na estação próxima da minha casa, só que a primeira surpresa foi o fato de que o trem em que estávamos não iria seguir para a zona oeste, precisei levantar e aguardar as portas do vagão serem abertas, meu amigo me pediu para ficar do lado oposto as portas e eu obedeci sem saber o porque do distanciamento, as portas se abriram e logo pude ver o motivo pra permanecer tão longe da porta de saída, uma enorme correria, centenas de pessoas correndo para conseguir um lugar para sentar-se, as mães jogavam seus filhos pro alto na tentativa de poder se movimentar melhor, os mais idosos lançavam suas dentaduras e bengalas, assim como os “cornos” arrancavam seus chifres e jogavam na tentativa quase infeliz de conseguir reservar um acento. As vagas reservadas aos idosos e deficientes eram ocupadas por gente saudável fisicamente, mais que quando questionadas o por quê de estarem ali inventavam na hora deficiências das mais extraordinárias, até gente dizendo que não tinha coração estava sentado nos acentos prioritários.
Depois de duas baldeações em trens parados e seguimos o nosso destino (com uma baldeação certa na estação de Deodoro), a viagem se assemelhava muito com as viagens aeres que costumam ter servido de bordo, com o diferencial de estarmos em terra e precisarmos pagar pelos itens escolhidos, e opções eram o que não faltava, de chocolate caseiro à venda ilegal de órgãos. Consegui me controlar e não consumir nenhuma destas tentações ilegais servidas no trem.
Depois de quase duas horas de esperas e baldeações conseguir chegar em casa, ileso a qualquer alteração... Qualquer dia irei tentar voltar pra casa de charrete...
(A volta pra casa - Leonardo Kifer)

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