segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A volta...

Foi estranha a forma em que Frida reapareceu.
Ela chegou como se nada tivesse acontecido,
Entrou em casa sem sequer me cumprimentar.
Não olhou em meus olhos.
Deixou as malas na sala e foi se deitar.

Eu ainda estava preso a perplexidade que tomava conta de sua volta.
Frida estava de ali, a um cômodo de mim.
Depois de meses ela retornara.
Inexplicavelmente ela respondeu minhas preces,
E voltou.

Ainda inerte a sua volta,
Não pude deixar de me prender ao fato de que a mulher que me abandonara no passado voltou,
E sequer me deu uma explicação.
Depois de meses de angústias, esperas,
Ela me devia isso,
Precisava me dar ao menos satisfação de seu sumiço.

Fui até Frida certo de obter dela todas as respostas para as minhas agonizantes perguntas,
Chamei por seu nome,
Mas ela pareceu não me escutar,
Quando ameacei chamá-la novamente,
Virou-se e olhou para mim.

Os olhos já não eram os mesmos de antes,
Já não impunham a altivez de outrora,
Frida estava chorando,
Seu rosto parecia ter envelhecido anos,
Estava fraca.

A mulher que estava na minha frente,
Era apenas uma sombra daquela que me deixou.

Deixei todas as minhas indagações de lado,
Abracei Frida como se ela nunca tivesse existido uma mágoa entre nós,
Não podia suportar a dor de vê-la sofrendo.

Ela olhou em meus olhos,
E de imediato entendi que era um pedido de perdão,
Eu sorri para ela,
Deixando claro de que a havia perdoado.

A saída de Frida aqui de casa,
Tornou-se apenas uma história,
De um dia que terminou.
Não lembramos, pois tudo passou.

Hoje o que importa é tê-la de volta,
Ao lado da nossa filha que acabou de nascer,
Dizemos a todos que foi prematura,
Pra ninguém da verdade nunca perceber.

(Voltando atrás – Leonardo Kifer)

Nenhum comentário:

Postar um comentário