sábado, 10 de abril de 2010

O sorriso de Isabela.

Desde que eu comecei a trabalhar na BSP um rosto se tornou íntimo a mim por todas as manhãs, chovesse ou fizesse sol lá estaria aquele rosto já tão conhecido por mim, que vez ou outra, vinha acompanhada de um sorriso...

Aos poucos fui deixando de dizer de dizer apenas “bom dia” e “como vai?”, descobri que a dono do rosto tinha família, gostava de sair para dançar sempre que podia e que tinha sonhos, e com o tempo eu fiquei sabendo que a menina que me trazia o café da manhã se chamava Isabela.

A vida de Isabela se misturou a de muitas outras vidas que tiveram suas rotinas modificadas por conta das fortes tempestades que deixou centenas de famílias desalojadas. A chuva levou muito mais do que casas e sonhos, levou a menina que me trazia o meu café, que sorria sempre que eu me dirigia à palavra a ela, a amiga que fiz e junto levou sua família.

As últimas manhãs têm sido vazias, e sem graça, outra pessoa tem servido meu café, mas essa tem um rosto diferente do de Isabela, lhe falta o sorriso e a alegria de viver.

Ainda acreditamos que a qualquer momento aquela menina de sorriso estonteante e atrevida irá aparecer e dar a todos um “Bom dia” com ar de deboche, e gargalhar depois de ver nossas caras chorosas por vê-la novamente entre a gente.

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