quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Eu matei um anjo.


É verdade, eu confesso ser o assassino de um anjo sem nome, um anjo que por muito tempo esteve ao meu lado e eu simplesmente o expulsei da minha vida. Mas espera! Eu era o anjo, e não percebi isso. Mais eu não posso ter me matado eu sei. Então quem eu matei?

Matei você
Quando já não era mais parte da minha vida.
Quando teus olhos não faziam mais os brilhares.
O teu sorriso já não era mais o meu.
E a tua companhia já não me fazia mais tão bem.

Matei
Por covardia de ter medo de te expulsar e você voltar.
Por orgulho ferido de tantas e tantas vezes passar por cima de valores que prezava por você.
De não ter a tua confiança nunca.

Confesso, matei
Antes que eu matasse o pouco de mim que ainda restava.
O pouco de amor próprio que restou.

Matei sim
E não foi com uma arma de fogo,
Ou um punhal,
Matei com meu desprezo,
Com o fim do meu amor.

E hoje talvez ainda existam alguns anjos na terra, talvez você ainda esteja em algum lugar. Mas é necessário que eu diga que um dia também fui anjo, e deixei de ser anjo quando escolhi te amar. Eu também matei o anjo em mim.

(Eu matei um anjo – Leonardo Kifer)

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