segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A pedra do vizinho e a nossa janela.

É muito engraçado quando acontece com a gente o que recriminamos nos outros, pq é comum criticarmos o outro e agirmos da mesma forma. O nosso telhado é sempre mais bonito que o da casa alheia. Pois bem, hoje o "telhado" da minha casa deixou de ser bonito, e o que antes era abominado na minha casa simplesmente aconteceu, meu pai bebeu demais e acabou dormindo no volante e bateu no muro da esquina da casa da minha avó, a menos de 50 metros desde que deu a partida. Bem era ele quem sempre criticou aqueles que se acidentava por dirigir embriagado, e ele mesmo cansou de dirigir na mesma situação de embriaguez só que "nunca" havia se batido. Graças à Deus não feriu ninguém, e os estragos no muro foram mínimos, já o carro vai ter um custo maior (Ainda bem que ele terá um prejuízo nesta história toda, pq assim poderá tirar uma lição. Assim espero).
Sou completamente à favor da nova lei de trânsito, que restringe ao máximo o consumo de bebidas alcólicas para motoristas. Acho que quem dirigi sequer deveria ingerir nenhum tipo de substância que possa agredir a sua integridade física, pois além de sua própria vida esta em risco a vida de pessoas inocentes. E acho que a pena para quem infringir tal lei deveria ser maior ainda, pq só assim esses motoristas imbrudentes pensaram melhor antes de arriscar a vida alheia. Quantas já não foram as vítimas fatais ou não, de acidentes de trânsito onde o motorista esta completamente alcolizado. É muito fácil ser contra à nova lei de trânsito quando esse tipo de violência acontece na casa ao lado, mais quando é na nossa casa que acontece a gente se diz indignado. É a hipocrisia humana chorar somente pelos seus.

A pedra do vizinho é o nosso pré-conceito.

Vou aproveitar que já estou fazendo um desabafo sobre a lei de trânsito tão erradamente criticada, e vou abrir aqui um comentário geral sobre o conceitos nossos que nada mais são que preconceitos disfarçado por uma linda máscara chamada sociedade.
Como é comum a gente criticar o outro por sua sexualidade, credo, raça e outras tantas formas (Eu mesmo cometo estas falhas, já até comentei sobre no post "Adeus aos conceitos e pré-conceitos"), mais a grande verdade que muitas vezes deixamos de fazer coisas com receio do que o outro vai falar à respeito. O medo da pedra do vizinho na nossa janela de vidro tão frágil nos torna prissioneiros, reféns de uma sociedade que vive em função de um coletivo de padrao social falido.
Deixamos de viver para que o outro não seja indiferente as nossas escolhas. Vamos esperar a sociedade não conseguir mais disfarçar que o homossexual é tão normal quanto qualquer hétero ou outro com opção diferente ou faremos como fizemos com os negros, que os aceitamos como iguais. Mais não lhe damos condições alguma de se fazer igual, um pais onde sua grande totalidade é negra não cuida de seus iguais. Não soubemos aceitar os índios e os dizimamos em nossa tão fracassada colonização (O que temos de índios senão uma pequena sombra do que um dia foi chamado de povo indigena), e hoje não damos direitos aos nossos, a educação ainda é privilégio de alguns, o lazer e cultura de massa não é da massa. Um país que se diz católico parecendo não enxergar a suas muitas religiões. Será que não deveríamos dizer que o Brasil é um pais completamente eclético em sua essência?
Vamos tirar a pedra da mão do vizinho, e vivermos concientes de que somos o eixo de nossas vidas, e que nos é que podemos decidir o que escolhemos para nossas vidas.
Entender que só a gente é senhor da gente é caminhar para o fim de qualquer barreira. Vamos derrubar novamente o muro da sociedade hipócrita e desigual.

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