quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O velho jacarandá

Foi com o tempo que aos poucos fui percebendo as folhas caírem secas do velho jacarandá plantado nos fundos da minha casa. Talvez eu estivesse tão entretido com outras coisas que tenha deixado de observar os primeiros sinais de desgaste da árvore que cresceu junto comigo. Às vezes me pego pensando se tenho feito o mesmo com pessoas que amo, que considero amigas ao ponto de chamar de considerá-las irmãs...

Os tratos já não são mais o mesmo, as ligações agora são somente de cobranças, a amizade parece que assim como a do velho jacarandá se perdeu em folhas secas e já sem vidas.

Triste, eu sei. Assim como sei que é culpa minha ter permitido ter chegado ao ponto que tudo chegou. Mas uma vez ou outra vejo que não é só o meu mérito, e que eu não me afastei como me culpo. Salvar o velho jacarandá parece ser bem mais fácil do que tentar da vida a uma amizade que há muito respira com ajuda de aparelhos, que se despedaça em culpas e débitos. E soluções irresponsáveis de pessoas que se amam.

Pouco a pouco vejo secar o jardim lá fora.

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