quarta-feira, 10 de março de 2010

Raio X

Silêncio... Pensamentos soltos... Frases que parecem não se completar... Assim tem sido esses dias que tenho passado “distante” do blog.

Tenho entrado no blog menos do que gostaria, e escrito textos frios, que pouco falam de mim. A vida tem se mostrado mais séria do que julgava, e constantemente me apresenta a realidades e acontecimentos que há muito tempo eu vinha ignorando. O sorriso permanente, deu lugar a expressão triste que cansou de se esconder;

Meu pai não tem melhorado, a cada novo dia um novo sinal de que as coisas não vão bem. O desespero começa a tomar conta de meus olhos, e faz com que as lágrimas reprimidas surjam com voracidade. É doloroso demais ver nosso pai sucumbi pouco a pouco, e não podermos fazer nada além de tentarmos ajudá-lo. As tentativas são constantes, a cada nova consulta, um novo possível diagnóstico, e nunca uma conclusão para que se comece um tratamento. De imediato, somente o avanço do que não conhecemos, e que tira vagarosamente o ar dos pulmões do meu pai.

Ontem foi difícil conter o choro, foi impossível fingir que tudo estava bem e continuar fazendo a imagem de forte... Um abraço era que eu queria, um ombro era o que eu precisava para me encostar... Mas me faltaram os braços e ombros, e a julgar pelo silêncio que fazia na hora, não adiantaria desejar palavras, pois elas não viriam. Por fim me convenci de que precisava continuar forte, e voltar para casa, pois havia acabado a hora para chorar.

Já em casa, ao lado do meu pai, percebi o quanto sou igual a ele, e me assustei. As atitudes que critiquei por tanto tempo eram as minhas de hoje, o mesmo olhar de altivez... Vi-me filho do homem que sempre foi meu pai, e de novo as lágrimas apareceram, e novamente precisei segurá-las.

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