domingo, 28 de março de 2010

Ressaca moral...

Ontem aconteceu de novo, Mariana bebeu muito, e descontrolada ultrapassou completamente os limites da moral... Envergonhou-me perante todos os meus amigos, e pior, fez com que eu me sentisse um lixo, gritando a quem quisesse ouvir que o filho que ela estava esperando não era meu, e depois caiu inconsciente no chão.

Eu a levei para casa como das outras vezes, mas esta em especial foi a mais dolorosa e sofrida para mim... Achar que eu poderia ser traído pela mulher que eu amo e para piorar o filho que ela está esperando não ser meu, era demais... Enquanto eu dava um banho em Mariana, recordava tudo o que havíamos vividos, enfrentamos tantas coisas juntos, passamos por tantas dificuldades e agora que nossa vida finalmente parecia ter melhorado eu sou surpreendido por uma mulher que constantemente bebe além de seus limites, essa não é ela, ou não era.

Hoje pela manhã ela parecia não recordar nada do que havia acontecido, na verdade fingia não se lembrar. Eu não consegui olhar para ela, apenas fiquei perto para caso ela precisasse de ajuda, afinal de contas ela estava grávida, fosse ou não um filho meu.

Tiago – Disse ela após muitos minutos em silêncio.

Eu somente a olhei, não conseguia falar nada, estava engasgado com o que ouvi dela ontem.

- Eu estava bêbada, não é verdade nada do que falei ontem... Eu só queria que você parasse de tentar me tirar de lá. – Os olhos de Mariana estavam cheio de lágrimas, e como sempre eu cedi ao vê-la chorar.

- Todos os meus amigos agora devem estar rindo de mim, você virou uma alcoólatra, não pensa no seu filho?

- Nosso filho!

- Eu não sei mais... Não sei de mais nada Mariana.

Saí de casa para refrescar a cabeça... Eu amava Mariana mais do que tudo em minha vida, seria capaz de suportar a traição, só não suportaria vê-la sucumbir-se pela bebida. Vou quando decidi que voltaria e que não iria querer saber mais nada sobre o episódio de ontem... Mas foi tarde demais, cheguei em casa e encontrei Mariana caída no chão da sala, e embaixo da cabeça dela uma poça enorme de sangue... Foi tudo muito rápido, entre descobrir seu corpo, a ambulância, o hospital e a noticia de que a mulher que eu amo havia morrido.

Em menos de 24 horas minha vida havia mudado totalmente, eu perdera minha mulher, meu filho (era menino, o médico contou)... Meu medo tornou-se realidade, perdi minha mulher para seu vicio... Tropeçara após beber novamente, e batera de cabeça na quina da mesa da sala.

É preciso conviver com a dor – Disse o médico logo após dar a notícia. Eu apenas entendo que é preciso conviver com uma ressaca moral, para suportar a dor.

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