segunda-feira, 1 de março de 2010

Imensidão da noite...

Tem dias que a gente parece viver um verdadeiro solstício de inverno, em que as noites tornam-se verdadeiros labirintos feitos por lembranças de momentos que pareciam perdidos na eternidade do tempo. Os braços parecem não reagir aos nossos comandos, e tentam desesperadamente pegar o passado que passa lentamente sobre nossos olhos inconscientes. É o irreal penetrando o mundo dos vivos.

Estranho ver que tantas coisas vividas com intensidade se perdem e se tornam esquecidas, e muitas vezes nem as lembranças são capazes de retratá-las, quando muito sobram apenas as juras de eternidade, puídas e quase descaracterizadas pela ação cruel do tempo.

A noite que parece nunca terminar trás consigo as lágrimas e sorrisos que ficaram desamparadas a medida de que fomos seguindo nossas vidas e transformando em histórias os momentos que não conseguiram acompanhar os passos rápidos do presente inquieto que pouco a pouco construímos.

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