terça-feira, 16 de março de 2010

Antes do anoitecer...

Estranho como o vento ao tocar nossa nuca faz com que sintamos um alvoroço de emoções.

Ontem no fim da tarde, fui beijado pelo vento. Eu esperava pela noite quando ele chegou sem que eu percebesse, e sutilmente me tocou com seus lábios. Foi rápido, quando olhei para trás a chuva já caía fina por sobre a grama do jardim, e ele havia do, talvez por medo que pudesse ser visto, não me deu a oportunidade de conhecê-lo.

Confesso que esperei por toda a noite que o vento voltasse, eu desejava conhecê-lo, e mais do que qualquer outra coisa, queria novamente sentir seus lábios me tocarem, no entanto, a chuva fazia guarda lá fora, e impedia com sua intensidade que o vento pudesse voltar. E encarando a noite por detrás da janela, busquei a lua com o intuito de conversar...

Tempo nublado, coisas da chuva, que reservou seu dia para me incomodar. E trancado em meus anseios, adormeci a espero do beijo, que parecia ter me conquistado. E não precisei ir à janela para descobri que a chuva continuava lá fora pela manhã. Desanimado, decidi esquecer o vento, e ir trabalhar. E acompanhado pela chuva segui pelo caminho rotineiro, mas fui surpreendido por uma brisa, que sorrateira atravessou a chuva, e veio me beijar.

(O vento e a chuva – Leonardo Kifer)

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