segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pecador...


Hoje tentarei me traduzir,
Explicar um pouco de quem sou.
Talvez quem saiba esteja apenas cansado das tentativas,
Todas elas fracassadas,
Daqueles que tentaram me desvendar.
E que me culpam,
Transformam-me em monstro
Por não conseguirem saber quem realmente sou.
Talvez tenha chegado à hora,
De deixar as asas,
Estas que todos cismam ver em mim,
E de uma vez por todas
Provar a todos que não sou anjo como dizem,
E sim um homem,
Um pecador...
Mostrarei meus defeitos,
Que por muito se esconderam,
Deixando ser visto apenas qualidades
Estas que alimentavam minha soberba,
E a cada dia mais ilustravam minha pérfida santidade.
Menti sim quando aceitei ser anjo,
Pois não tenho crenças,
E sou critico de minha própria fé.
Eu sou um confuso narrador de minha saga,
O último de minha raça.
O “santo pecador”.
Sou o dia seguido do ontem,
O amanhecer que estar por vir.
E assim vou me traduzindo,
Mostrando que não sou diferente,
Nem melhor nem pior,
Sou apenas mais um na multidão,
Um poeta e suas mentiras,
Um amante sem paixão.
A controvérsia de minhas poesias,
E no final de tudo,
Apenas um texto,
De beleza duvidosa,
E complicada tradução.
Alguém de difícil acesso,
Mas nenhuma proteção.
Sou um olhar nos teus olhos,
A resposta de tua pergunta.
O oposto de suas razões.
Um pássaro livre,
Que sozinho aprendeu a voar.
Uma flor um espinho.
A coragem e o medo,
Que lado a lado caminham.
A terra e o mar.
Não busque um mapa, um dicionário,
Ninguém nunca me acha ou consegue me desvendar.
Pois sempre fui sozinho,
E escolho quem ao meu lado deve estar.
Hoje sou apenas Leonardo,
Quem sabe amanhã não possa ser João?

(Ser – Leonardo Kifer)

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